Índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, na Alemanha (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 14h45.
Londres - As bolsas europeias interromperam uma sequência de três dias de perdas e subiram nesta quinta-feira, com investidores interpretando o rebaixamento da Espanha pela Standard & Poor's como um sinal de que Madri terá de pedir assistência externa. O índice Stoxx Europe 600 subiu 0,8% e fechou aos 270,84 pontos.
No final da tarde desta quarta-feira (10), a S&P reduziu a nota soberana da Espanha em dois graus, para 'BBB-', deixando o país à beira do grau especulativo. O momento e a escala do rebaixamento da S&P foram uma surpresa, dado que a expectativa era que a rival Moody's se manifestasse sobre a Espanha, após expirar no mês passado o período de revisão dos ratings do país. Agora, as duas agências de classificação de risco têm ratings equivalentes para a Espanha.
A ação da S&P gerou esperanças de que, após muito hesitar, a Espanha finalmente faça um pedido de resgate, possibilitando ao Banco Central Europeu (BCE) dar início ao seu novo programa de compras de bônus soberanos, conhecido como Transações Monetárias Completas (OMTs, na sigla em inglês).
"Não é segredo que os mercados querem ver a Espanha pedir ajuda e utilizar as OMTs. Sendo assim, o que estamos vendo agora nos mercados é que qualquer notícia negativa para a Espanha é positiva para a zona do euro", comentou a Alpari UK.
Os últimos dados sobre o uso de seguro-desemprego nos EUA também ajudaram a sustentar as ações europeias. Segundo o Departamento de Trabalho americano, o número de trabalhadores no país que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego caiu 30 mil na semana passada. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam uma queda bem menor, de 2 mil solicitações.
A varejista de luxo britânica Burberry liderou os ganhos nesta quinta-feira em Londres, com uma forte alta de 13,3%, após anunciar resultados de vendas melhores do que o esperado. Já a BAE Systems, cujas negociações de fusão com a EADS fracassaram, subiu 2,4% após a empresa de defesa ter sua recomendação elevada pelo BNP Paribas. O índice FTSE 100 acabou avançando 0,92%, para 5.829,75 pontos. Em Paris, o índice CAC 40 saltou 1,42%, o maior ganho do dia, e fechou em 3.413,72 pontos. O Société Générale se destacou no mercado francês, com um avanço de 4,9% no preço de suas ações. Já a LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton, impulsionada pela Burberry, ganhou 3,8%.
Na Bolsa de Frankfurt, Deutsche Bank e Deutsche Telekom subiram 3,6% e 1,6%, respectivamente, fazendo o índice Dax 30 avançar 1,06%, para 7.281,70 pontos. Em Madri, o índice Ibex 35 subiu 0,87%, para 7.734,70 pontos, reagindo ao indicador dos EUA, após passar boa parte do dia em território negativo. Apesar da alta no mercado espanhol, Banco Popular e Banco de Sabadell tiveram perdas respectivas de 4,9% e 0,5%.
Em Milão, o índice FTSE Mib registrou ganho de 1,26%, para 15.634,45 pontos, após a Itália vender um total de 6 bilhões de euros (US$ 7,73 bilhões) em títulos, com demanda maior por todos os vencimentos ofertados. No entanto, o yield (retorno ao investidor) do bônus de referência de três anos subiu em relação à taxa pedida no leilão anterior. Em Lisboa, o índice PSI 20 fechou aos 5.376,64 pontos, alta de 1,25% ante o fechamento desta quarta-feira.
Por outro lado, a Bolsa de Atenas destoou em relação aos principais mercados europeus e apresentou uma ligeira baixa de 0,1%, com o índice ASE encerrando o dia aos 798,66 pontos, em meio a incertezas relacionadas às discussões entre a Grécia e credores internacionais sobre uma proposta para novos cortes de gastos públicos. As informações são da Dow Jones.