Bolsas europeias divergem à espera de medidas do BCE
O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 cedeu 0,09%, para 341,59 pontos, depois de encerrar no nível mais alto desde janeiro de 2008 no dia anterior
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2014 às 15h40.
São Paulo - Os mercados de ações da Europa fecharam em direções divergentes nesta quarta-feira, 14, após ganhos recentes, enquanto os investidores aguardam novos sinais sobre o futuro da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Um dos destaques do pregão europeu ficou por conta de expectativas sobre a recuperação econômica britânica e por comentários considerados "dovish", ou seja, mais favoráveis a juros baixos, do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney.
O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 cedeu 0,09%, para 341,59 pontos, depois de encerrar no nível mais alto desde janeiro de 2008 no dia anterior.
As bolsas europeias não conseguiram ganhar tração mesmo após o economista-chefe do Banco Central Europeu, Peter Praet, afirmar que o ambiente de baixa inflação na zona do euro tem levado os formuladores de política a considerarem medidas para resolver o problema.
As ações podem incluir a aplicação de uma taxa de depósito negativo, o que pode estimular os bancos a concederem empréstimos em vez de deixar qualquer excedente de capital no BCE.
Além disso, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse que o banco central alemão apoiará medidas tomadas pelo BCE, se isso se justificar.
Contudo, ele alertou que nem todas as medidas que o BCE discutir podem ser adequadas para resolver o problema de baixa inflação.
"À medida que as perspectivas de inflação continuam a se deteriorar, a pressão para o BCE intervir é reforçada", disse o economista Herve Amourda, do Société Générale, em nota, destacando que o índice de preços ao consumidor (CPI) francês decepcionou em abril.
Outro sinal de fraqueza na recuperação da zona do euro veio da produção industrial em março, que caiu 0,3% em relação a fevereiro e cedeu 0,1% ante o mesmo mês do ano anterior.
Com isso, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou estável, a 9.754,39 pontos, enquanto o índice FTSEMib, de Milão, cedeu 0,34%, aos 21.184,60 pontos. O CAC 40, de Paris, recuou 0,09%, para 4.501,04 pontos.
Entre os destaques do dia, o BoE manteve suas projeções de crescimento e de inflação para o Reino Unido praticamente inalteradas, sugerindo que deverá elevar sua taxa básica de juros pela primeira vez no fim do primeiro trimestre ou começo do segundo trimestre de 2015.
Na reunião de política monetária da semana passada, o BoE decidiu manter a taxa básica na mínima histórica de 0,50%.
Em relatório de inflação trimestral publicado hoje, o banco central inglês afirmou que continua esperando que a economia do Reino Unido crescerá 3,4% neste ano, como havia estimado em fevereiro, e que a taxa anual de inflação se aproximará de sua meta de 2,0% nos próximos dois a três anos se as taxas de juros britânicas subirem em linha com a expectativa dos mercados financeiros.
Operadores acreditam que a primeira elevação da taxa básica virá no primeiro trimestre de 2015.
Após a divulgação do documento, Carney disse que a elevação de juros deverá ocorrer de forma "gradual e limitada", o que significa que as taxas do banco devem ficar nas mínimas históricas por algum tempo.
As perspectivas para a inflação no médio prazo permanecem benignas, segundo Carney.
Ele disse que a economia britânica "apenas começou a voltar ao normal" na esteira da crise financeira mundial e o momento exato de um aumento da taxa de juro "será um produto da evolução da economia, e hoje não é o dia".
"As informações do relatório de inflação confirmam o que os mercados estão esperando - que a primeira elevação da taxa de juros ocorrerá no primeiro trimestre de 2015, provavelmente em fevereiro", disse Derek Halpenny, estrategista de câmbio do Bank of Tokyo Mitsubishi UFJ.
"O que não aconteceu hoje foi uma prova para incentivar o mercado a esperar que a primeira elevação de juros seja antecipada para o quarto trimestre deste ano", o que era aguardado por muitos, disse ele.
No relatório, o BoE também prevê que a economia do Reino Unido crescerá 2,9% em 2015 e 2,8% em 2016. Mas houve uma significativa mudança na projeção da taxa de desemprego.
O BoE agora prevê que o desemprego recuará para 5,9% no segundo trimestre de 2017. Há três meses, a estimativa era de que a taxa estaria em 6,3% no começo de 2017.
Mais cedo, o Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) divulgou que a taxa de desemprego britânica caiu para 6,8% no período de janeiro a março, de 6,9% na média móvel encerrada em fevereiro, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2009.
Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com ganho de 0,08%, aos 6.878,49 pontos. O índice IBEX 35 avançou 0,25%, para 10.613,90.
O pior desempenho da região veio de Lisboa. O índice PSI 20 perdeu 3,35%, para 7.076,88 pontos, o pior resultado desde 3 de julho de 2013.
Liderando as perdas, as ações do Banco Millenium BCP cederam 10,84% e as do Banco Espírito Santo recuaram 8,2%, com reação dos investidores à preparação de aumentos de capital nos bancos, de acordo com a mídia local.
Com informações da Dow Jones.
São Paulo - Os mercados de ações da Europa fecharam em direções divergentes nesta quarta-feira, 14, após ganhos recentes, enquanto os investidores aguardam novos sinais sobre o futuro da política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Um dos destaques do pregão europeu ficou por conta de expectativas sobre a recuperação econômica britânica e por comentários considerados "dovish", ou seja, mais favoráveis a juros baixos, do presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney.
O índice pan-europeu Stoxx Europe 600 cedeu 0,09%, para 341,59 pontos, depois de encerrar no nível mais alto desde janeiro de 2008 no dia anterior.
As bolsas europeias não conseguiram ganhar tração mesmo após o economista-chefe do Banco Central Europeu, Peter Praet, afirmar que o ambiente de baixa inflação na zona do euro tem levado os formuladores de política a considerarem medidas para resolver o problema.
As ações podem incluir a aplicação de uma taxa de depósito negativo, o que pode estimular os bancos a concederem empréstimos em vez de deixar qualquer excedente de capital no BCE.
Além disso, o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, disse que o banco central alemão apoiará medidas tomadas pelo BCE, se isso se justificar.
Contudo, ele alertou que nem todas as medidas que o BCE discutir podem ser adequadas para resolver o problema de baixa inflação.
"À medida que as perspectivas de inflação continuam a se deteriorar, a pressão para o BCE intervir é reforçada", disse o economista Herve Amourda, do Société Générale, em nota, destacando que o índice de preços ao consumidor (CPI) francês decepcionou em abril.
Outro sinal de fraqueza na recuperação da zona do euro veio da produção industrial em março, que caiu 0,3% em relação a fevereiro e cedeu 0,1% ante o mesmo mês do ano anterior.
Com isso, o índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou estável, a 9.754,39 pontos, enquanto o índice FTSEMib, de Milão, cedeu 0,34%, aos 21.184,60 pontos. O CAC 40, de Paris, recuou 0,09%, para 4.501,04 pontos.
Entre os destaques do dia, o BoE manteve suas projeções de crescimento e de inflação para o Reino Unido praticamente inalteradas, sugerindo que deverá elevar sua taxa básica de juros pela primeira vez no fim do primeiro trimestre ou começo do segundo trimestre de 2015.
Na reunião de política monetária da semana passada, o BoE decidiu manter a taxa básica na mínima histórica de 0,50%.
Em relatório de inflação trimestral publicado hoje, o banco central inglês afirmou que continua esperando que a economia do Reino Unido crescerá 3,4% neste ano, como havia estimado em fevereiro, e que a taxa anual de inflação se aproximará de sua meta de 2,0% nos próximos dois a três anos se as taxas de juros britânicas subirem em linha com a expectativa dos mercados financeiros.
Operadores acreditam que a primeira elevação da taxa básica virá no primeiro trimestre de 2015.
Após a divulgação do documento, Carney disse que a elevação de juros deverá ocorrer de forma "gradual e limitada", o que significa que as taxas do banco devem ficar nas mínimas históricas por algum tempo.
As perspectivas para a inflação no médio prazo permanecem benignas, segundo Carney.
Ele disse que a economia britânica "apenas começou a voltar ao normal" na esteira da crise financeira mundial e o momento exato de um aumento da taxa de juro "será um produto da evolução da economia, e hoje não é o dia".
"As informações do relatório de inflação confirmam o que os mercados estão esperando - que a primeira elevação da taxa de juros ocorrerá no primeiro trimestre de 2015, provavelmente em fevereiro", disse Derek Halpenny, estrategista de câmbio do Bank of Tokyo Mitsubishi UFJ.
"O que não aconteceu hoje foi uma prova para incentivar o mercado a esperar que a primeira elevação de juros seja antecipada para o quarto trimestre deste ano", o que era aguardado por muitos, disse ele.
No relatório, o BoE também prevê que a economia do Reino Unido crescerá 2,9% em 2015 e 2,8% em 2016. Mas houve uma significativa mudança na projeção da taxa de desemprego.
O BoE agora prevê que o desemprego recuará para 5,9% no segundo trimestre de 2017. Há três meses, a estimativa era de que a taxa estaria em 6,3% no começo de 2017.
Mais cedo, o Escritório para Estatísticas Nacionais (ONS, na sigla em inglês) divulgou que a taxa de desemprego britânica caiu para 6,8% no período de janeiro a março, de 6,9% na média móvel encerrada em fevereiro, atingindo o menor nível desde fevereiro de 2009.
Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com ganho de 0,08%, aos 6.878,49 pontos. O índice IBEX 35 avançou 0,25%, para 10.613,90.
O pior desempenho da região veio de Lisboa. O índice PSI 20 perdeu 3,35%, para 7.076,88 pontos, o pior resultado desde 3 de julho de 2013.
Liderando as perdas, as ações do Banco Millenium BCP cederam 10,84% e as do Banco Espírito Santo recuaram 8,2%, com reação dos investidores à preparação de aumentos de capital nos bancos, de acordo com a mídia local.
Com informações da Dow Jones.