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Bolsas de NY recuam por Síria e teto da dívida dos EUA

"As pessoas estão usando a Síria como uma desculpa para vender hoje", disse Uri Landesman, presidente da Platinum Partners


	Dow Jones e outros índices na bolsa de Nova York: o Dow Jones caiu 170,33 pontos (1,14%) e encerrou aos 14.776,13 pontos, o menor nível desde 25 de junho
 (Spencer Platt/Getty Images)

Dow Jones e outros índices na bolsa de Nova York: o Dow Jones caiu 170,33 pontos (1,14%) e encerrou aos 14.776,13 pontos, o menor nível desde 25 de junho (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2013 às 17h48.

Nova York - As Bolsas de Nova York fecharam em forte queda nesta terça-feira, 27, à medida que preocupações de investidores com uma possível intervenção militar na Síria e com o teto da dívida dos Estados Unidos provocaram fuga generalizada de ativos de risco. Os baixos volumes de negociação acentuaram o movimento de queda, segundo operadores.

O índice Dow Jones caiu 170,33 pontos (1,14%) e encerrou aos 14.776,13 pontos, o menor nível desde 25 de junho. O S&P 500 recuou 26,30 pontos (1,59%), para 1.630,48 pontos, o menor nível desde 3 de julho. O Nasdaq perdeu 79,05 pontos (2,16%) e finalizou aos 3.578,52 pontos, o menor nível desde 11 de julho.

Apesar de grande parte da preocupação dos traders ser com a Síria, a onda de vendas nesta sessão estende as baixas das últimas semanas provocadas por expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) reduzirá seus estímulos monetários em setembro. Também contribuiu para o mau humor o ressurgimento da preocupação com o teto da dívida dos EUA.

"As pessoas estão usando a Síria como uma desculpa para vender hoje", disse Uri Landesman, presidente da Platinum Partners.

Segundo ele, o baixo volume de negociação está exagerando o impacto da preocupação com a Síria, que cresceu depois de o secretário de Estado, John Kerry, dizer, na tarde da segunda-feira, 26, que o governo do presidente Barack Obama chegou à conclusão de que o ataque com gás venenoso que matou mais de mil pessoas em Damasco na semana passada foi executado pelo governo sírio, mas que as provas disso foram "destruídas".


Segundo o Financial Times, os governos dos Estados Unidos, Reino Unido e França avançam no planejamento para um ataque de 48 horas contra a Síria. Os alvos seriam instalações militares e o ataque deve acontecer no final de semana.

Mais cedo, o governo do presidente Bashar Assad prometeu usar "todos os meios" para conter um ataque ao país, mas cresce o número de países que se mostram favoráveis a uma ação militar contra a Síria, principalmente se ficar provado que a morte de centenas de civis nas proximidades de Damasco foi provocada por armas químicas.

Além disso, o Tesouro dos EUA informou que o governo atingirá o limite do teto da dívida até meados de outubro, o que destaca a necessidade de o Congresso agir o quanto antes para elevar o teto da dívida.

Dentre os dados macroeconômicos dos EUA divulgados pela manhã, destacou-se o índice de confiança do consumidor, medido pelo Conference Board, que subiu mais que o esperado neste mês, a 81,5, de 81,0 em julho. Em relação à atividade industrial, o índice do Meio-Oeste, elaborado pelo Fed de Chicago, teve uma ligeira queda de 0,1% em julho ante junho, a 95,8, enquanto o índice da região do Fed de Richmond subiu para 14 em agosto, de -11 no mês passado. Já os preços dos imóveis nas 20 maiores cidades do país avançaram 12,1% em junho ante igual mês do ano passado, ficando um pouco abaixo da alta de 12,2% prevista por analistas.

No noticiário corporativo, Microsoft (-2,61%) e Bank of America (-2,62%) lideraram as perdas do índice Dow Jones.

Na Europa, as Bolsas também fecharam com quedas expressivas, pressionadas também pela instabilidade política na Itália. A Bolsa de Milão fechou em queda de 2,34%, Frankfurt caiu 2,28%, Paris perdeu 2,42% e Londres recuou 0,79%. Fonte: Dow Jones Newswires.

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