Bolsa tem forte queda com escalada de tensão na América Latina no radar
Insegurança sobre a região também pesou sobre dólar, que fechou em 4,167 reais
Guilherme Guilherme
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 19h01.
Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 12h47.
A instabilidade política na América Latina impulsionou a queda da Bolsa nesta terça-feira (12). É isso o que afirmam os economistas do mercado financeiro. Em dia de recordes nos índices acionários dos Estados Unidos e da Alemanha , o Ibovespa se descolou do cenário externo e caiu 1,49%, fechando em 106.751,11 pontos.
“Na nossa visão, os investidores ficaram preocupados com a situação complicada na região. Isso acaba trazendo efeitos sobre o Brasil no curto prazo”, escreveu em relatório a clientes Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.
No Chile , organizações sociais convocaram greve geral, que terminou em mais um dia de conflito entre manifestantes e agentes da polícia. Com isso, a Bolsa de Santiago caiu 1,63%. O principal índice da bolsa argentina, o Merval, recuou 0,69%. No México , a Bolsa caiu 1,14%.
As tensões políticas também foram sentidas no mercado de câmbio, com o peso chileno batendo seu menor valor da história frente ao dólar . Por aqui, a moeda americana avançou 0,582% frente ao real e encerrou o dia sendo negociada a 4,167 reais.
A alta do dólar ajudou a pressionar para baixo as ações do setor de viagens, como agências de turismo e companhias aéreas. Os papéis da Gol caíram 3,89% e os da Azul , 3,85%. Já a CVC teve mais um pregão de fortes baixas, recuando 6,64%. A companhia ainda sofre com os efeitos do balanço negativo divulgado na sexta-feira (8). Desde então, suas ações acumulam perdas de 21,27%.
As ações da Cosan também sofreram fortes perdas nesta terça, caindo 4,93%. Após o pregão de segunda (11), o conglomerado que reúne as marcas Raizen, Congas e Moove apresentou lucro líquido de 818,9 milhões de reais. Apesar da queda, analistas avaliaram que o balanço foi positivo. “Bem acima das nossas expectativas de 467,7 milhões de reais”, afirmaram analistas da XP em relatório.
Os papéis da Embraer fecharam em queda 3,43%, após a companhia registrar prejuízo líquido atribuído aos acionistas de 314,4 milhões de reais no terceiro trimestre. O déficit é 501,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Com isso, as ações da fabricante de aviões acumulam perdas 20,71%.
Outro ativo que se desvalorizou após resultado fraco no terceiro trimestre foi a ação da Yduqs , ex-Estácio. Embora a rede de ensino tenha aumentado sua base de alunos em 8% na comparação anual, a receita caiu 2%. O lucro da empresa caiu 21% se comparado com o terceiro trimestre de 2018.