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Bolsa fecha segundo dia em queda com preocupações sobre economia global

Índice paulista caiu 0,94%, a a 95.103,38 pontos, após recuo de negociações entre EUA e China

Bolsa de Valores: O giro financeiro somava R$ 13,77 bilhões (Bloomberg/Bloomberg)
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Reuters

Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 18h08.

Última atualização em 22 de janeiro de 2019 às 18h54.

A bolsa paulista teve a segunda queda seguida nesta terça-feira, espelhando o sentimento de aversão a risco no exterior em meio a renovadas preocupações sobre o crescimento da economia global e o impasse comercial entre Estados Unidos e China.

O Ibovespa caiu 0,94 por cento, a 95.103,38 pontos. Na mínima, o indicador perdeu 1,4 por cento, a 94.661,91 pontos. O giro financeiro da sessão somou 13,77 bilhões de reais.

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Em 2019, o índice ainda acumula valorização de 7,9 por cento, após altas de aproximadamente 39 por cento em 2016, 27 por cento em 2017 e 15 por cento em 2018.

Segundo o analista Rafael Passos, da Guide Investimentos, os investidores aproveitaram para embolsar parte dos lucros recentes, dada a ausência de novidades sobre a reforma da Previdência e o viés mais negativo das bolsas internacionais.

"Não vejo grande gatilho para (o Ibovespa) retomar o fôlego e surfar próximo aos 100 mil pontos... Ainda ficamos à mercê do exterior", disse Passos, citando potencial para o índice sustentar o nível de 95 mil pontos.

Preocupações sobre a economia mundial recrudesceram após o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortar em 0,2 ponto a previsão do crescimento global em 2019, para 3,5 por cento. Para 2020, a expansão projetada agora é de 3,6 por cento, queda de 0,1 ponto na comparação com a estimativa anterior.

Pela manhã, expectativas para o discurso do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, limitaram as perdas. No pronunciamento, de cerca de seis minutos, o presidente voltou a falar sobre planos para reformas no Brasil, mas não deu detalhes.

No decorrer do pregão, as atenções se voltaram para o impasse comercial entre Pequim e Washington, após o Financial Times publicar, citando fontes, que os Estados Unidos recusaram oferta da China para diálogo preparatório uma reunião antes de negociações de alto nível na próxima semana.

Destaques

- BRF caiu 5,02 por cento, a 23,26 reais, o pior desempenho do Ibovespa e próximo da mínima de 23,19 reais, após a notícia de que a Arábia Saudita desabilitou exportadores de carne de frango do Brasil, incluindo unidades da empresa e da JBS, que recuou 0,73 por cento.

- B2W cedeu 1,15 por cento e sua controladora LOJAS AMERICANAS PN caiu 2,25 por cento, na esteira do anúncio de lançamento da plataforma de venda direta da gigante norte-americana Amazon.com no Brasil. Ainda no setor, MAGAZINE LUIZA recuou 2,96 por cento, mas VIA VAREJO subiu 2,71 por cento com relatório do Itaú BBA reiterando recomendação "outperform" para o papel.

- PETROBRAS PN recuou 1,57 por cento e PETROBRAS ON desvalorizou-se 1,5 por cento, em dia de queda dos preços internacionais do petróleo e com as atenções voltadas às articulações envolvendo a revisão do contrato da cessão onerosa.

- VALE cedeu 0,36 por cento, espelhando o recuo dos contratos futuros do minério de ferro na China em meio a sinais de que o processo de reabastecimento das siderúrgicas está em fase de conclusão.

- ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,16 por cento e BRADESCO PN recuou 0,45 por cento. SANTANDER UNIT cedeu 0,21 por cento e BANCO DO BRASIL caiu 0,19 por cento.

- CARREFOUR BRASIL perdeu 2,15 por cento, após a varejista divulgar vendas consolidadas de 15,8 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 10,2 por cento ano a ano. Analistas consideraram os números positivos, mas destacaram que o crescimento é menos acelerado que o do rival Grupo Pão de Açúcar, que caiu 0,11 por cento.

- BRASKEM subiu 3,05 por cento, em recuperação após quedas recentes, com as atenções voltadas às movimentações da holandesa LyondellBasell para compra da petroquímica brasileira. Na máxima do dia, chegou a avançar 7,35 por cento.

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