NOVA YORK, 29 de novembro (Reuters) - Os principais índices
acionários dos Estados Unidos caíam cerca de 1 por cento nesta
segunda-feira, em meio à preocupação com a capacidade da Europa
de lidar com a crise de crédito na região apesar do pacote de
ajuda à Irlanda anunciado no fim de semana.

Às 16h52 (horário de Brasília), o índice Dow Jones ,
referência da bolsa de Nova York, recuava 1,03 por cento, para
10.978 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caía
1,12 por cento, para 2.506 pontos. O índice Standard & Poor's
500 tinha desvalorização de 0,88 por cento, para 1.178
pontos.

O euro caía às mínimas em mais de dois meses contra
o dólar e rompia um importante nível de suporte. O mau
desempenho da moeda única golpeava os preços das commodities
e ações ligadas aos setores de energia e de
matérias-primas.

Os papéis com maior participação de receitas no mercado
internacional também recuavam. Exxon Mobil recuava 0,62
por cento, maior influência negativa na bolsa. IBM
cedia 1,38 por cento, enquanto Johnson & Johnson perdia
1,31 por cento.

Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) confirmaram
um pacote de empréstimos no valor de 85 bilhões de euros para
ajudar a Irlanda a gerenciar seu déficit. O nervosismo de que a
crise de crédito possa se espalhar para outros Estados da zona
do euro continuava pressionando as ações globais apesar do
resgate a Dublin.

"No limite, a resolução em torno da crise de dívida
específica da Irlanda vai significar que quem quer que seja o
próximo na fila vai ter que assumir importantes compromissos em
termos de colocar suas finanças em ordem", disse Peter Kenny,
diretor-eral da Knight Equity Markets, em Jersey City, Nova
Jersey.

O índice de volatilidade da CBOE , o preferido de
Wall Street para mensurar as incertezas do mercado, atingia o
maior nível desde o início de outubro, indicando que o
nervosismo entre investidores está crescendo.

Não bastasse a fraqueza dos fundamentos, o índice S&P 500
não conseguiu segurar um suporte técnico e por um breve momento
operou abaixo da média móvel de 50 dias pela primeira vez desde
o começo de setembro.

Os consumidores norte-americanos deram sinais de que estão
gastando de novo, conforme cerca de 212 milhões deles foram às
compras no final de semana prolongado em meio ao feriado do Dia
de Ação de Graças. O número representa um aumento de 8,7 por
cento na comparação com 2009, de acordo com uma pesquisa do
setor privado.

Ainda assim, o índice S&P para o segmento de varejo
tinha queda de 1,28 por cento, após ceder 3,5 por cento nas
últimas duas semanas.

(Reportagem de Chuck Mikolajczak)