Bolsa cai quase 2% marcada por exterior desfavorável
Às 12h, o Ibovespa B3 caía 1,94 por cento, a 96.399,50 pontos
Reuters
Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 10h27.
Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 12h04.
SÃO PAULO (Reuters) - O sinal negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira, em meio a uma realização de lucros chancelada pelo exterior desfavorável, com bancos entre as maiores pressões de baixa, assim como Vale após força maior para entrega de minério.
Às 12h, o Ibovespa B3 caía 1,94 por cento, a 96.399,50 pontos. O volume financeiro somava 2,43 bilhões de reais.
A queda ocorre após o Ibovespa acumular alta de 11,86 por cento no ano até a véspera, tento renovado máximas históricas repetidamente. Na segunda-feira, atingiu novo recorde para fechamento, a 98.588,64 pontos.
Na visão de Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante, consultoria independente de investimentos, sem gatilhos para impulsionar o mercado, o dia será negativo e de realização para os ativos locais.
Wall Street também sinalizava uma abertura mais fraca, após discurso do presidente Donald Trump não trazer novidades sobre as negociações comerciais com a China, mas adicionar preocupação sobre o risco de nova paralisação do governo norte-americano.
"Esse risco deixa os mercados internacionais com a lanterna amarela acesa", reforçou Bevilacqua, em nota a clientes.
No Brasil, a equipe da Coinvalores avalia que investidores devem ficar atentos ao noticiário político, sobretudo à eleição para a mesa diretora no Senado, e para as articulações que visam o comando das comissões permanentes e mistas no Congresso.
"Ademais, novas sinalizações a respeito da reforma da previdência, certamente, seguem no radar, após o ministro da Casa Civil declarar, ontem, que a proposta será bem diferente da minuta divulgada pela mídia no início da semana", acrescentou.
Também no radar está a decisão de política monetária no país, mais especificamente o comunicado do Banco Central previsto para depois do fechamento da bolsa, em meio a expectativas no mercado de manutenção da taxa Selic em 6,5 por cento.
DESTAQUES
- VALE caía 1,57 por cento, após declarar força maior em uma série de contratos de venda de minério de ferro e de pelotas, na esteira de uma decisão judicial na véspera que determinou a paralisação de barragens em Minas Gerais. Também anunciou plano de investir cerca de 1,5 bilhão de reais, a partir de 2020, para disposição de rejeitos a seco.
- BRADESCO PN caía 2,3 por cento, em meio a movimentos de realização de lucros, com o ganho em 2019 acumulado até a véspera tendo alcançado 18,3 por cento. O setor como um todo tinha uma sessão negativa, com ITAÚ UNIBANCO PN em baixa de 1,3 por cento, BANCO DO BRASIL recuando 2,1 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT cedendo 2 por cento.
- CCR e ECORODOVIAS perdiam 4,73 e 4,77 por cento, respectivamente, liderando a ponta negativa do Ibovespa, conforme investidores embolsaram os lucros após os papéis terem subido 32,05 e 22,92 por cento no ano, apoiados, entre outros fatores, em perspectivas relacionadas à renovação de contratos de rodovias no Estado de São Paulo.
- PETROBRAS PN recuava 1,88 por cento, tendo como pano de fundo a fraqueza do petróleo e reportagem do Valor Econômico de que um grupo de investidores quer nova arbitragem coletiva contra a empresa, para ressarcimento por perdas com a desvalorização das ações da estatal após a operação Lava Jato. A empresa disse que não foi notificada.
- SUZANO subia 1,69 por cento, uma das poucas altas da sessão, favorecida pela alta do dólar em relação ao real.