Bolsa bate 3º recorde de fechamento seguido e fecha acima dos 115 mil
Melhora da perspectiva sobre economia local impulsionou alta, segundo economista
Guilherme Guilherme
Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 18h26.
Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 19h37.
As compras de fim de ano estão a todo vapor na B3 . Nesta quinta-feira (19), o Ibovespa quebrou o terceiro recorde de fechamento consecutivo ao subir 0,71% e encerrar em 115.131,25 pontos. Este foi o quinto dos últimos 6 pregões, sendo que, no mês, o principal índice da Bolsa só registrou três quedas.
Apesar da alta, o Ibovespa amanheceu em baixa e só foi se estabilizar no campo positivo no período da tarde, quando chegou a ultrapassar os 115 mil pontos pela primeira vez. Logo em seguida, o índice voltou para a casa dos 114 mil, mas recuperou a marca nos instantes finais da sessão e encerrou na maior pontuação do dia.
Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, explica que a melhor perspectiva para a economia local contribuiu para que o índice batesse mais um recorde. Segundo ele, a melhora passou pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que vieram “muito acima do esperado”.
Divulgado hoje (19) pelo Ministério da Economia, o Caged registrou criação de 99.232 novos empregos formais, em novembro. A expectativa do mercado era de 57 mil vagas criadas.
“O Caged corroborou com os dados que vieram acima das expectativas”, disse Beyruti.
No começo de dezembro, o crescimento de 0,6% do PIB (produto interno bruto) no terceiro trimestre surpreendeu os investidores, que projetavam uma expansão de 0,4%. Ontem (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes , reforçou o otimismo do mercado ao projetar um PIB ainda mais forte para o ano que vem. " Será o dobro desse ano. Se for 1,2% [em 2019] será de 2,4%", disse Guedes.
Com o Congresso em recesso de fim de ano, Beyruti acredita que os dados econômicos vão continuar ditando o ritmo da Bolsa, mas não espera por grandes altas. “É ir muito além, porque as próximas semanas vão ser menos movimentadas e a liquidez tende a ficar cada vez menor até o final do ano”, comentou.
Nos Estados Unidos , o avanço do processo de impeachment do presidente americano, Donald Trump , não surtiu efeitos e o S&P 500 avançou 0,45% e, assim como o Ibovespa, bateu recorde de fechamento. Isso porque o mercado entende que a chance de Trump ser expulso do cargo é pequena, visto o Senado é composto majoritariamente por seus correligionários.
Ações
Mas, foram os bancos que mais contribuíram para o movimento de alta do Ibovespa, devido ao grande peso do setor no índice. Em mais uma sessão positiva, os papéis do Santander se apreciaram 1,62%, os do Bradesco 1,84%, os do Banco do Brasil , 1,03% e os do Itaú , 0,49%.
As ações da Vale se valorizaram 0,99% e também ajudaram o índice a chegar ao seu terceiro recorde da semana.
Já os papéis da Marfrig voltaram a liderar as quedas do Ibovespa. Nesta semana, o BNDES vendeu 2 bilhões de reais em ações da Marfrig como parte da estratégia de se afastar das “campeãs nacionais” - o que fez disparar a oferta. Na semana, o ativo acumula queda de 10,17%.
Outro frigorífico que teve forte desvalorização na Bolsa foi a Minerva . No ano, suas ações se valorizaram mais do que todas suas concorrentes, mas vem passando por momentos difíceis recentemente. Hoje, o papel da Minerva caiu mais 4,33%, acumulando baixa de 9,91% na semana e 15,85% no mês.