Bolsa recupera 109 mil pontos com respaldo externo
Às 11:58, o Ibovespa subia 0,85%, a 109.155,07 pontos
Reuters
Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 10h24.
Última atualização em 2 de dezembro de 2019 às 12h08.
São Paulo — O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, com o Ibovespa acima de 109 mil pontos e as ações da Via Varejo entre as principais altas após relatos sobre desempenho forte de vendas na Black Friday.
Às 11:58, o Ibovespa subia 0,85%, a 109.155,07 pontos. Na máxima, chegou a 109.263,27 pontos. O recorde intradia é de 109.671,91 pontos. O volume financeiro somava 4,45 bilhões de reais.
O cenário externo endossava os ganhos no pregão brasileiro, com números melhores do que o esperado sobre a atividade industrial na China, embora a disputa comercial entre Pequim e Washington continue alimentando preocupações.
A atividade industrial da China medida pelo PMI do Caixin/Markit subiu a 51,8 em novembro de 51,7 no mês anterior, marcando a expansão mais rápida desde dezembro de 2016, quando ficou em 51,9. A marca de 50 separa crescimento de contração. Economistas consultados pela Reuters esperavam queda a 51,4.
"O dado afasta um pouco o temor em relação ao impasse comercial, mas não tira totalmente as incertezas sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China", afirmou a Ágora Investimentos, em nota a clientes.
Em meio ao embate com os chineses, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que irá retomar imediatamente tarifas norte-americanas sobre importações de aço e alumínio do Brasil e da Argentina.
Na visão do economista Evandro Buccini, da Rio Bravo, o mercado pode entender tal medida como uma sinalização de futuras ações contra produtos brasileiros, conforme nota publicada no Twitter.
Carteiras recomendadas compiladas pela Reuters sugerem que estrategistas de renda variável mantêm o viés positivo para as ações brasileiras em dezembro, citando números melhores sobre a economia do país. Eles, no entanto, mantêm as atenções também voltadas para o cenário externo.
O começo da semana também trouxe a primeira prévia do Ibovespa que irá vigorar nos primeiros quatro meses de 2020, com a entrada de Carrefour Brasil ON, Hapvida ON e Sul America Unit.
Destaques
- VIA VAREJO ON subia 3,5%, entre as principais altas do Ibovespa. A companhia informou nesta segunda-feira que registrou volumes de vendas "substancialmente superiores" na Black Friday deste ano em relação ao desempenho da data em 2018. No setor, B2W ON tinha elevação de 2,2% e MAGAZINE LUIZA ON mostrava queda de 0,1%. Dados Ebit|Nielsen mostraram alta de 23,6% no faturamento do varejo online brasileiro na Black Friday (dias 28 e 29), para 3,2 bilhões de reais.
- SABESP ON avançava 2,65%, tendo no radar a possibilidade de a Câmara dos Deputados votar nos próximos dias o projeto de lei (PL 3261/19) que trata do novo marco regulatório do saneamento. Na semana passada, o plenário aprovou urgência da matéria com 269 votos a favor e 113 contrários.
- IGUATEMI ON valorizava-se 2,8%, também entre as maiores altas. A equipe do Safra incluiu as ações da companhia em sua carteira recomendada para dezembro, esperando que ela deve se beneficiar da recuperação potencial das vendas no varejo no final do ano com a melhora verificada na confiança do consumidor e com a injeção de recursos na economia do FGTS.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizava-se 1,6%, melhor desempenho entre os bancos do Ibovespa, tendo de pano de fundo oferta de ações da XP Inc nos Estados Unidos, na qual detém participação relevante, que avalia a XP em até 13,8 bilhões de dólares. No setor, BRADESCO PN subia 1,5%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 0,8% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 1,4%, enquanto BTG PACTUAL UNIT , que também tem reagido ao IPO da XP, caía 0,7%.
- PETROBRAS PN tinha elevação de 0,75% e PETROBRAS ON mostrava ganho de 1,1%, beneficiadas pela alta dos preços do petróleo no mercado externo.
- VALE ON subia 1,7%, em sessão de alta dos preços do minério de ferro na China, acompanhando movimento de pares na Europa.
- CSN ON avançava 3,9%, GERDAU PN ganhava 1,1% e USIMINAS PNA valorizava-se 0,9%, após uma abertura mais fraca, na esteira do comentário de Trump de que retomará tarifas sobre importações de metais do Brasil e da Argentina. "O aço brasileiro tem uma longa história de barreiras comerciais com os EUA e volumes para o país provenientes das três principais empresas listadas - Usiminas, Gerdau e CSN - já eram muito pequenas e, a nosso ver, não são significativos", escreveu o JPMorgan a clientes.
- QUALICORP ON perdia 3,6%, após fechar na última sexta-feira na máxima histórica, a 36,80 reais. Mais cedo, o papel chegou a subir a 37,21 reais, recorde intradia.
- OI ON, que não está no Ibovespa, caía 2,2%, após reportar que a receita líquida de clientes no Brasil totalizou 4,8 bilhões de reais, queda de 7,8% na comparação ano a ano, com o Ebitda de rotina somando 1 bilhão de reais, declínio de 30,7% na mesma base de comparação. O analista Daniel Federle, do Credit Suisse, considerou o resultado negativo, aquém das suas expectativas, conforme nota a clientes.