Bolha ameaçada? Ações da Tesla despencam 25% em um mês
Perspectivas de retomada da economia americana e forte queda do bitcoin fazem papéis da montadora de carros elétricos caírem mais de 200 dólares no período
Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 15h27.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2021 às 15h28.
Um dos símbolos da prosperidade e da exuberância dos mercados pós-pandemia, a Tesla liderou os ganhos entre todas as ações nos Estados Unidos em 2020, com valorização acima de 700%. Neste ano, a trajetória de alta teve prosseguimento em janeiro, com a ação subindo 25% e tornando Elon Musk , o fundador e CEO da companhia, o homem mais rico do mundo.
Mas os ventos mudaram desde o fim de janeiro. Nesta terça-feira, 23, as ações da maior montadora do mundo de carros elétricos chegaram a recuar 13% no início do pregão, zerando os ganhos da empresa neste ano. Neste momento (início da tarde em Nova York, às 13h locais), a queda era superior a 5%, levando os papeis a 677 dólares.
Ou seja, desde a cotação recorde de 883,09 dólares alcançada em 26 de janeiro, as cotações recuaram cerca de 25%. Na semana passada, Musk já havia perdido o status de maior bilionário do mundo para Jeff Bezos, da Amazon .
Segundo analistas, a queda tem razões de mercado e ligadas à própria Tesla. No primeiro caso, as perspectivas de crescimento da economia americana com o novo pacote de estímulo do presidente Joe Biden e o avanço das campanhas de vacinação levam investidores a buscar ganhos maiores em ações que podem se beneficiar da retomada da atividade, como as de varejo e as das companhias aéreas.
No segundo caso, a "culpa" vem do próprio Musk, uma vez que a Tesla anunciou há duas semanas que comprou 1,5 bilhão de dólares em bitcoins. Como a criptomoeda caiu fortemente nos últimos dias, a companhia ficou exposta a essas variações.