BCE aprova medidas de estímulo, mas mantém juros
BCE disse que oferecerá novos empréstimos aos bancos, oferecerá instrumentos de liquidez previamente acordados a taxas ainda mais favoráveis
Reuters
Publicado em 12 de março de 2020 às 10h11.
Última atualização em 12 de março de 2020 às 10h19.
São Paulo — O Banco Central Europeu aprovou novas medidas de estímulo nesta quinta-feira para ajudar a economia da zona do euro a lidar com o crescente custo da epidemia de coronavírus, mas manteve as taxas de juros inalteradas em uma medida que pode desapontar os mercados financeiros.
O BCE disse que oferecerá novos empréstimos aos bancos, oferecerá instrumentos de liquidez previamente acordados a taxas ainda mais favoráveis e aumentará temporariamente a compra de ativos para ajudar a economia a lidar com a situação.
"Um envelope temporário de compras adicionais de ativos líquidos no valor de 120 bilhões de euros será adicionado até o final do ano, garantindo uma forte contribuição dos programas de compras do setor privado", afirmou o BCE.
Com milhões de pessoas em confinamento, mercados turbulentos e empresas lutando contra cadeias de suprimentos interrompidas, a economia já está vacilando, portanto um suporte do BCE havia sido totalmente precificado e os investidores estavam apenas tentando adivinhar a extensão de qualquer movimento.
Os mercados haviam precificado integralmente um corte de 10 pontos-base na taxa de depósito, para -0,6%, apesar de várias autoridades terem expressado profundo ceticismo nos últimos meses sobre o impacto de quaisquer reduções adicionais.
O Federal Reserve dos EUA e o Banco da Inglaterra recentemente cortaram a taxa de juros em reuniões de emergência. Mas as taxas do BCE já estão em território negativo acentuado e considera-se que estão próximas à taxa de reversão, onde cortes adicionais são prejudiciais porque afetam as margens dos bancos ao ponto de levam os bancos a ponto de impedirem empréstimos.
As novas medidas do BCE destinam-se principalmente às empresas, incluindo pequenas e médias que estão em maior risco de crise.
Com a decisão desta quinta-feira a taxa de depósito do BCE permanece em -0,5% e a de refinanciamento em 0%.