5ª: Banco do Brasil (VEJA RIO)
Da Redação
Publicado em 27 de novembro de 2012 às 10h26.
São Paulo – São poucos os analistas que têm uma visão positiva sobre as ações do Banco do Brasil (BBAS3). Não é por menos. O governo de Dilma Rousseff tem utilizado a instituição financeira estatal como uma ferramenta para pressionar o setor inteiro a baixar os spreads e tarifas cobradas dos correntistas, no plano conhecido como Bom Para Todos.
O resultado, como era de se esperar, foi de queda na rentabilidade e um menor índice de Basileia. Tal cenário fez com que o mercado começasse a prever uma nova oferta de ações e a consequente diluição dos acionistas minoritários.
Mas o BB anunciou nesta semana uma estratégia que pode resolver os problemas sem um aumento de capital.
A empresa disse ontem que pretende separar a unidade de seguros e vender uma parte dela na bolsa. A estimativa é de que a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da BB Seguridade possa girar aproximadamente 9 bilhões de reais no ano que vem, segundo cálculos do HSBC Global Research.
Alta rentabilidade
A notícia foi muito bem recebida. As ações ordinárias do banco avançaram 1,77% em um dia de queda de 1,45% para o Ibovespa. Isso porque, ao contrário dos negócios de varejo, a unidade de negócios tem uma rentabilidade alta.
“A nosso ver, as operações da BB Seguridade apresentam retornos mais elevados em comparação ao grupo de pares no Brasil”, ressaltam os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago.
O segmento é o “crème de la crème” da estatal. O retorno sobre o patrimônio líquido (RPL) da divisão chega a 38,3%, enquanto as ações da Porto Seguro (PSSA3), do Itaú, e da SulAmérica (SULA11), negociam a um RPL de 14,9% e 14,3%, respectivamente. As operações do segmento no Bradesco têm um RPL de 24,6%.
O HSBC tem uma recomendação de alocação acima da média (overweight) às ações do BB. O preço-alvo é de 29,50 reais, o que sugere um potencial de valorização de 37,2%.