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Bancos serão maior setor do Ibovespa; siderurgia perde peso

Setor de bancos deve passar da posição atual de 15 por cento para 20 a 25 por cento da carteira

Banco do Brasil: quatro maiores bancos listados em bolsa - Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander - têm valor de mercado conjunto de cerca 430 bilhões de reais (Adriano Machado)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 08h32.

São Paulo - A nova estrutura do Ibovespa , que começa a valer no ano que vem, vai mudar a composição setorial do índice, com bancos tomando a primeira posição do setor de petróleo, enquanto os setores siderúrgico e de construção perderão peso.

A partir de maio, quando começa a valer plenamente a nova estrutura do principal índice acionário brasileiro, o setor de bancos deve passar da posição atual de 15 por cento para 20 a 25 por cento da carteira, segundo simulações feitas pelo BB Investimentos e pela gestora Quantitas Asset Management.

Os dados consideram números atuais e devem mudar até maio, conforme o desempenho da cotação dos papéis de cada empresa. "Por terem capitalização grande e liquidez boa, os bancos vão ganhar muito peso", afirmou Marcos Fritzen, sócio da Quantitas. Juntos, os quatro maiores bancos listados em bolsa - Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander - têm valor de mercado conjunto de cerca 430 bilhões de reais, enquanto as blue chips Vale e Petrobras têm valor de mercado de 186 bilhões e 238 bilhões de reais, respectivamente.

O aumento da participação se deve principalmente à inclusão na estrutura do Ibovespa do valor de mercado do capital das empresas em circulação, diferente do modelo atual, que dá mais peso à liquidez dos papéis. Pelo mesmo motivo, o setor de consumo ganhará maior destaque, ampliando o peso de 8 por cento para uma faixa de 10 a 13 por cento. No movimento oposto, o setor de construção passará a representar apenas cerca de 2,5 a 3 por cento do índice, ante fatia atual de 10 por cento, segundo as projeções.

As empresas de siderurgia devem passar de 7 para 3 por cento, enquanto o setor de petróleo e petroquímica ficará praticamente estável, entre 16 a 17 por cento.

As alterações no principal índice do mercado acionário brasileiro começam a valer parcialmente em janeiro e a mudança completa valerá apenas a partir de maio. Segundo o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira Alves, a mudança pode gerar maior movimentação de opções de ações de outras empresas, além das tradicionais Petrobras e Vale. "Agora para fazer um rali na Bovespa vai ser preciso um poderio muito maior", disse.


A alteração na metodologia do índice vai praticamente eliminar as diferenças entre o Ibovespa e os índices IBrX e IBrX50, considerados melhores referências do mercado brasileiro, já que não levam tanto em conta a liquidez das ações, disse o sócio da Cultinvest Asset Management, Walter Mendes.

"As mudanças vão deixar o índice mais realista e menos volátil do que é hoje, o que dará menos margem para a especulação", afirmou Mendes.

Também haveria uma aproximação com o índice MSCI Brazil, referência para investidores estrangeiros. "Hoje o estrangeiro vê o Ibovespa flutuando com algumas ações e não gosta disso.

Para ele o mercado não flutua tanto quanto para a gente." PAPÉIS QUE ENTRAM As mudanças nos critérios de ponderação também vão provocar entradas e saídas de alguns papéis do índice. Segundo a Quantitas, entre as possíveis entradas estão BB Seguridade, Qualicorp, Arteris, Estácio Participações, Ecorodovias, Even , Tractebel Energia, HRT, Raia Drogasil, a preferencial da Ambev, Odontoprev, Multiplan, Multiplus e Marcopolo. Já as saídas podem incluir OGX, Vanguarda Agro e o papel ordinário da Usiminas. A saída da petroleira OGX é um dos movimentos mais aguardados pelo mercado, pois apesar de seu baixo valor nominal, seu peso no índice é expressivo porque o papel é muito negociado.

Atualmente, o papel é cotado a cerca de 40 centavos.

Durante o início da crise vivida pelo grupo EBX de Eike Batista, a ação da petroleira foi a principal responsável pelo descolamento do índice Ibovespa em relação ao IBrX50, segundo o analista Ulisses Baptista da BI&P Corretora. "Para o mercado é ótimo que não ocorra novamente um episódio como o da OGX", disse, referindo-se ao piso de 1 real por ação estipulado pela bolsa para a nova composição do índice.

"Você tem um índice um pouco mais competitivo, mais difícil de bater por ter um critério mais ligado à realidade. Não vai ter, por exemplo, a OGX ganhando espaço com o aumento da negociação", afirmou o gestor Frederico Mesnik, da Humaitá Investimentos.

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São Paulo - A nova estrutura do Ibovespa , que começa a valer no ano que vem, vai mudar a composição setorial do índice, com bancos tomando a primeira posição do setor de petróleo, enquanto os setores siderúrgico e de construção perderão peso.

A partir de maio, quando começa a valer plenamente a nova estrutura do principal índice acionário brasileiro, o setor de bancos deve passar da posição atual de 15 por cento para 20 a 25 por cento da carteira, segundo simulações feitas pelo BB Investimentos e pela gestora Quantitas Asset Management.

Os dados consideram números atuais e devem mudar até maio, conforme o desempenho da cotação dos papéis de cada empresa. "Por terem capitalização grande e liquidez boa, os bancos vão ganhar muito peso", afirmou Marcos Fritzen, sócio da Quantitas. Juntos, os quatro maiores bancos listados em bolsa - Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander - têm valor de mercado conjunto de cerca 430 bilhões de reais, enquanto as blue chips Vale e Petrobras têm valor de mercado de 186 bilhões e 238 bilhões de reais, respectivamente.

O aumento da participação se deve principalmente à inclusão na estrutura do Ibovespa do valor de mercado do capital das empresas em circulação, diferente do modelo atual, que dá mais peso à liquidez dos papéis. Pelo mesmo motivo, o setor de consumo ganhará maior destaque, ampliando o peso de 8 por cento para uma faixa de 10 a 13 por cento. No movimento oposto, o setor de construção passará a representar apenas cerca de 2,5 a 3 por cento do índice, ante fatia atual de 10 por cento, segundo as projeções.

As empresas de siderurgia devem passar de 7 para 3 por cento, enquanto o setor de petróleo e petroquímica ficará praticamente estável, entre 16 a 17 por cento.

As alterações no principal índice do mercado acionário brasileiro começam a valer parcialmente em janeiro e a mudança completa valerá apenas a partir de maio. Segundo o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira Alves, a mudança pode gerar maior movimentação de opções de ações de outras empresas, além das tradicionais Petrobras e Vale. "Agora para fazer um rali na Bovespa vai ser preciso um poderio muito maior", disse.


A alteração na metodologia do índice vai praticamente eliminar as diferenças entre o Ibovespa e os índices IBrX e IBrX50, considerados melhores referências do mercado brasileiro, já que não levam tanto em conta a liquidez das ações, disse o sócio da Cultinvest Asset Management, Walter Mendes.

"As mudanças vão deixar o índice mais realista e menos volátil do que é hoje, o que dará menos margem para a especulação", afirmou Mendes.

Também haveria uma aproximação com o índice MSCI Brazil, referência para investidores estrangeiros. "Hoje o estrangeiro vê o Ibovespa flutuando com algumas ações e não gosta disso.

Para ele o mercado não flutua tanto quanto para a gente." PAPÉIS QUE ENTRAM As mudanças nos critérios de ponderação também vão provocar entradas e saídas de alguns papéis do índice. Segundo a Quantitas, entre as possíveis entradas estão BB Seguridade, Qualicorp, Arteris, Estácio Participações, Ecorodovias, Even , Tractebel Energia, HRT, Raia Drogasil, a preferencial da Ambev, Odontoprev, Multiplan, Multiplus e Marcopolo. Já as saídas podem incluir OGX, Vanguarda Agro e o papel ordinário da Usiminas. A saída da petroleira OGX é um dos movimentos mais aguardados pelo mercado, pois apesar de seu baixo valor nominal, seu peso no índice é expressivo porque o papel é muito negociado.

Atualmente, o papel é cotado a cerca de 40 centavos.

Durante o início da crise vivida pelo grupo EBX de Eike Batista, a ação da petroleira foi a principal responsável pelo descolamento do índice Ibovespa em relação ao IBrX50, segundo o analista Ulisses Baptista da BI&P Corretora. "Para o mercado é ótimo que não ocorra novamente um episódio como o da OGX", disse, referindo-se ao piso de 1 real por ação estipulado pela bolsa para a nova composição do índice.

"Você tem um índice um pouco mais competitivo, mais difícil de bater por ter um critério mais ligado à realidade. Não vai ter, por exemplo, a OGX ganhando espaço com o aumento da negociação", afirmou o gestor Frederico Mesnik, da Humaitá Investimentos.

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