Bancos se sobressaem em renegociação de dívida da EBX
Em refinanciamento, detentores de bônus podem ficar com muito pouco
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2013 às 10h16.
São Paulo - Os bancos que financiaram a ascensão do grupo EBX , do empresário Eike Batista, estão liderando os esforços de refinanciamento da dívida do conglomerado e devem conseguir limitar suas perdas potenciais. Mas os detentores de bônus, por outro lado, podem ficar com muito pouco.
Alguns dos maiores bancos do Brasil estão refinanciando dívidas e alongando alguns pagamentos da EBX, afirmou uma fonte com conhecimento direto da situação à Reuters. Os bancos também estão recebendo parte da dívida com recursos provenientes da venda de ativos.
As instituições estão recebendo mais garantias na forma de ativos e ações adicionais, mas não estão concedendo qualquer redução no valor principal das dívidas ou nos juros dos empréstimos, disse a fonte.
A pressão exercida por bancos privados e estatais sobre a EBX permitirá a eles praticamente eliminar qualquer perda significativa resultante de suas exposições ao grupo, disseram analistas e advogados. Analistas estimam que a exposição está entre 15 bilhões e 25 bilhões de reais.
Mas detentores de bônus, incluindo a Pacific Investment Management, maior companhia de fundos de bônus do mundo, podem enfrentar pesadas perdas sobre seus investimentos na EBX.
Conforme Eike vende ativos no esforço para salvar o que puder da EBX, o empresário está priorizando pagamentos dos empréstimos assegurados de bilhões de reais sobre outros tipos de dívida, disseram advogados.
Isso já está refletido nos preços dos bônus das companhias da EBX. Os bônus da OGX estão sendo negociados a cerca de 16 por cento de seu valor de face.
"A EBX e algumas de suas seis empresas listadas em bolsa e companhias privadas estão incluídas em uma liquidação organizada que provavelmente é dirigida pelos seus maiores bancos, essencialmente para pagar as instituições financeiras", disseram analistas do Morgan Stanley em relatório a clientes.
A EBX informou em comunicado à Reuters que recentemente encerrou uma reestruturação de dívida, sem detalhar se era com bancos ou com outros credores. A empresa não respondeu a uma questão sobre se o plano favoreceu bancos sobre detentores de bônus. A OGX não tem planos para reestruturar sua dívida, disse uma porta-voz.
Nas últimas semanas, OGX, OSX e LLX pagaram parcial ou totalmente empréstimos contraídos junto ao Itaú Unibanco e Bradesco, o que incentivou preocupações de detentores de bônus de que os compromissos estão sendo quitados às suas custas.
Itaú e Bradesco não comentaram sobre suas exposições à EBX.
RESGATE DO GOVERNO É IMPROVÁVEL Com o crescente desequilíbrio entre ativos e compromissos de dívida, redução de caixa e limitadas opções de levantamento de recursos, Eike está apelando aos bancos para evitar o colapso da EBX, disseram investidores.
Para se manter em dia com as obrigações, Batista colocou à venda mais de sua participação restante na MMX, disse no final de junho outra fonte com conhecimento da situação da companhia.
O empresário está negociando a venda de participação na MMX para ajudar a pagar 1 bilhão de dólares devidos a Itaú e Bradesco, acrescentou a fonte. Os recursos com a venda, combinados com dinheiro vindos da venda em março da fatia detida na MPX, devem ser mais do que suficientes para cobrir estas obrigações, disse a fonte.
Eike também reduziu dívida com a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, de cerca de 2,3 bilhões de dólares para aproximadamente 1,6 bilhão de dólares, disse a mesma fonte.
Mas ainda assim o maior desafio será reorganizar a OGX, que pode não ser capaz de suportar pagamentos de 3,63 bilhões de dólares relativos a bônus emitidos mesmo após uma radical redução de seu tamanho, disse uma das fontes. A OGX está desacelerando produção de petróleo e gás e abandonou três projetos marítimos que estavam consumindo muitos recursos.
Quando toda a reestruturação estiver concluída, Batista terá uma fortuna bem mais modesta e provavelmente viverá de dividendos de algumas das companhias da EBX que sobreviverem ao processo, disse uma das fontes.
São Paulo - Os bancos que financiaram a ascensão do grupo EBX , do empresário Eike Batista, estão liderando os esforços de refinanciamento da dívida do conglomerado e devem conseguir limitar suas perdas potenciais. Mas os detentores de bônus, por outro lado, podem ficar com muito pouco.
Alguns dos maiores bancos do Brasil estão refinanciando dívidas e alongando alguns pagamentos da EBX, afirmou uma fonte com conhecimento direto da situação à Reuters. Os bancos também estão recebendo parte da dívida com recursos provenientes da venda de ativos.
As instituições estão recebendo mais garantias na forma de ativos e ações adicionais, mas não estão concedendo qualquer redução no valor principal das dívidas ou nos juros dos empréstimos, disse a fonte.
A pressão exercida por bancos privados e estatais sobre a EBX permitirá a eles praticamente eliminar qualquer perda significativa resultante de suas exposições ao grupo, disseram analistas e advogados. Analistas estimam que a exposição está entre 15 bilhões e 25 bilhões de reais.
Mas detentores de bônus, incluindo a Pacific Investment Management, maior companhia de fundos de bônus do mundo, podem enfrentar pesadas perdas sobre seus investimentos na EBX.
Conforme Eike vende ativos no esforço para salvar o que puder da EBX, o empresário está priorizando pagamentos dos empréstimos assegurados de bilhões de reais sobre outros tipos de dívida, disseram advogados.
Isso já está refletido nos preços dos bônus das companhias da EBX. Os bônus da OGX estão sendo negociados a cerca de 16 por cento de seu valor de face.
"A EBX e algumas de suas seis empresas listadas em bolsa e companhias privadas estão incluídas em uma liquidação organizada que provavelmente é dirigida pelos seus maiores bancos, essencialmente para pagar as instituições financeiras", disseram analistas do Morgan Stanley em relatório a clientes.
A EBX informou em comunicado à Reuters que recentemente encerrou uma reestruturação de dívida, sem detalhar se era com bancos ou com outros credores. A empresa não respondeu a uma questão sobre se o plano favoreceu bancos sobre detentores de bônus. A OGX não tem planos para reestruturar sua dívida, disse uma porta-voz.
Nas últimas semanas, OGX, OSX e LLX pagaram parcial ou totalmente empréstimos contraídos junto ao Itaú Unibanco e Bradesco, o que incentivou preocupações de detentores de bônus de que os compromissos estão sendo quitados às suas custas.
Itaú e Bradesco não comentaram sobre suas exposições à EBX.
RESGATE DO GOVERNO É IMPROVÁVEL Com o crescente desequilíbrio entre ativos e compromissos de dívida, redução de caixa e limitadas opções de levantamento de recursos, Eike está apelando aos bancos para evitar o colapso da EBX, disseram investidores.
Para se manter em dia com as obrigações, Batista colocou à venda mais de sua participação restante na MMX, disse no final de junho outra fonte com conhecimento da situação da companhia.
O empresário está negociando a venda de participação na MMX para ajudar a pagar 1 bilhão de dólares devidos a Itaú e Bradesco, acrescentou a fonte. Os recursos com a venda, combinados com dinheiro vindos da venda em março da fatia detida na MPX, devem ser mais do que suficientes para cobrir estas obrigações, disse a fonte.
Eike também reduziu dívida com a Mubadala, fundo soberano de Abu Dhabi, de cerca de 2,3 bilhões de dólares para aproximadamente 1,6 bilhão de dólares, disse a mesma fonte.
Mas ainda assim o maior desafio será reorganizar a OGX, que pode não ser capaz de suportar pagamentos de 3,63 bilhões de dólares relativos a bônus emitidos mesmo após uma radical redução de seu tamanho, disse uma das fontes. A OGX está desacelerando produção de petróleo e gás e abandonou três projetos marítimos que estavam consumindo muitos recursos.
Quando toda a reestruturação estiver concluída, Batista terá uma fortuna bem mais modesta e provavelmente viverá de dividendos de algumas das companhias da EBX que sobreviverem ao processo, disse uma das fontes.