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Banco Mundial: especulação vai afetar preço de alimento

Londres - O Banco Mundial alimentou o debate sobre a especulação nos mercados de commodities ao afirmar, nesta segunda-feira, que o fluxo de investimentos de especuladores financeiros pode ser um importante condutor da volatilidade dos preços de alimentos no curto prazo. Os comentários surgem num momento em que os preços do trigo atingem o nível […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Londres - O Banco Mundial alimentou o debate sobre a especulação nos mercados de commodities ao afirmar, nesta segunda-feira, que o fluxo de investimentos de especuladores financeiros pode ser um importante condutor da volatilidade dos preços de alimentos no curto prazo.

Os comentários surgem num momento em que os preços do trigo atingem o nível mais elevado em 20 anos no mercado internacional e diante de críticas a propósito da responsabilidade dos investidores financeiros no custo dos produtos agrícolas.

Com base em uma pesquisa sobre o salto dos preços de relevantes commodities, como os grãos, entre 2007 e 2008, o relatório do Banco Mundial indica que a tendência de longo prazo dos preços "será, no fim das contas, determinada pelos fundamentos do mercado", embora os fundos de investimento "possam induzir uma variação maior de preço" nos mercados de commodities.

Os comentários do Banco Mundial vão de encontro àqueles divulgados por dois acadêmicos americanos para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no qual descartaram que a especulação foi, na verdade, a causa da bolha nos preços agrícolas observada alguns anos atrás.

O papel da especulação nos mercados de commodities vem sendo debatido nos últimos dois anos, com o salto dos preços em 2008. Embora essa valorização tenha se acalmado, as commodities agrícolas ganharam força neste ano, retomando as discussões.

Recentemente, a commodity que mais atraiu a atenção dos investidores foi o trigo. A incerteza sobre o tamanho da colheita global, especialmente por causa da estiagem no Hemisfério Norte, chamou a atenção de especuladores.

Os preços subiram quase 50% desde o início de julho. Os temores são de que a pior seca da Rússia em décadas possa afetar a produção na importante região do Mar Negro. Segundo corretores, fundos de investimento foram atraídos por isso.

Segundo um corretor de Paris, fundos que nunca haviam se envolvido antes neste mercado estão começando a demonstrar interesse com o início do rali. Na bolsa de Paris, os futuros de trigo atingiram as máximas em dois anos. Em Chicago, registraram o maior preço desde setembro 2008.

De acordo com o analista de commodities, Doug Whitehead, do Rabobank, embora possa haver maior participação dos fundos nos mercados, os fundos compradores provavelmente se interessarão apenas por mercados em que os fundamentos de oferta e demanda são apertados. "Os movimentos dos preços não são sempre ligados a compras de fundos", acrescentou.

O banco de investimentos Barclays Capital notou que as commodities agrícolas receberam o terceiro maior fluxo de capital entre todas as commodities, na primeira metade de 2010, com US$ 4,4 bilhões investidos. Ainda se trata de US$ 3 bilhões a menos do que no mesmo período do ano passado. As informações são da Dow Jones.
 

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