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Banco BV engrossa lista de desistências de IPO na B3

Os fatores que devem ditar a volta do IPO são questões políticas e também a disponibilidade de vacinas

Ao menos 20 companhias já desistiram de entrar na B3 em 2021 (Germano Lüders/Exame)

Ao menos 20 companhias já desistiram de entrar na B3 em 2021 (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de abril de 2021 às 08h23.

Última atualização em 15 de abril de 2021 às 08h24.

Os acionistas do BV, antigo banco Votorantim, seguem com a intenção de levar a instituição à Bolsa, mas vão esperar o cenário melhorar para retomar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), apurou o Estadão/Broadcast. A instituição engrossa a lista de suspensões de operações da B3, a Bolsa paulista, que já soma cerca de 20 companhias em 2021.

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Não há, porém, um prazo estabelecido para que isso ocorra. Na segunda-feira, a operação foi cancelada, conforme fato relevante do Banco do Brasil (BB), que é sócio no negócio ao lado da família Ermírio de Moraes. A decisão veio após as condições gerais do mercado se deteriorarem em meio ao pior momento da pandemia no País, segundo fontes.

O entendimento entre os acionistas do BV, afirmou uma fonte que pediu o anonimato, é de que não há "desespero" para fazer o IPO a qualquer valor, uma vez que o banco é gerador de caixa e não precisa de capital neste momento.

Os fatores que devem ditar a volta do IPO são questões políticas e também a disponibilidade de vacinas, que vem sendo aplicada em ritmo aquém do desejável no Brasil. "O mercado só volta depois que isso estiver encaminhado", disse. "Pesou a condição de mercado. O valuation (avaliação) não faz sentido", explicou outra fonte.

Nas duas últimas semanas, a alta cúpula do BV, amparada pelos sócios, se reuniu diariamente para avaliar se seguia ou não com o IPO. Com os feriados antecipados em meio à piora da pandemia, os acionistas ganharam alguns dias a mais para decidirem sobre a oferta. No fim das contas, a deterioração do cenário pesou mais.

Pontos de pressão

Além da situação da pandemia, com 358 mil mortes e somente 11 54% da população vacinada no Brasil, o ambiente político e a ingerência do presidente Jair Bolsonaro nas estatais também jogaram contra a operação.

Em especial, no caso do BV, a situação do BB, que é um dos sócios e teve recentemente a troca de presidência - um fator que gerou tensão. Saiu do banco André Brandão, executivo de mercado que tinha passagem pelo HSBC. Para seu lugar, foi indicado Fausto Ribeiro, antes responsável pela área de consórcios do banco. A troca na presidência levou a renúncias na cúpula do BB.

O IPO do antigo Banco Votorantim era estimado entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,5 bilhões. No passado, chegou-se a falar em R$ 5 bilhões, mas a cifra foi revista em meio à estratégia dos sócios de fazer uma oferta menor e, mais para frente, vender um pedaço adicional, depois que o banco já estiver listado, em busca de uma melhor precificação para o ativo.

Procurado, o BB não comentou. O BV também preferiu não se manifestar.

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