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Balanços de educação: o que esperar de Cogna, Yduqs, Ânima, Ser e Cruzeiro do Sul no 3º trim.

Nas prévias do terceiro trimestre para o setor, BTG Pactual espera resultados medianos, com algumas oportunidades pontuais

Educação: mix de cenário macroeconômico complicado, com juros altos, e captação desigual entre players faz com que banco esteja "seletivamente otimista" (Thinkstock/VOCÊ S/A)
KS

Karina Souza

Publicado em 25 de outubro de 2022 às 16h43.

Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 16h52.

O pior já ficou para trás, mas nem por isso as estimativas para o setor de educação no terceiro trimestre são as mais otimistas para o momento. Essa é a conclusão do BTG Pactual sobre o setor de educação para as empresas no terceiro trimestre. Em relatório divulgado nesta terça-feira, 25, Samuel Alves, Yan Cesquim, Pedro Lima e Marcel Zambello destacaram fatores como a perda de tração no ensino à distância (com ligeira melhora nos cursos presenciais, ainda abaixo da inflação), as diferenças em termos de captação e baixa capacidade de precificação por grande parte dos players, somados ao cenário de alta de juros — que pressiona o lucro líquido das companhias. Esse "combo" faz com que o banco esteja “seletivamente positivo” no setor, nas palavras dos próprios analistas.

Veja abaixo as expectativas por empresa:

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Cogna (COGN3)

A expectativa é de resultados melhores na comparação ano a ano, refletindo o ciclo de captação do segundo semestre, além de alavancagem operacional melhor. Os analistas estimam queda de 12% na receita líquida consolidada, para R$ 1,02 bilhão (sendo R$ 747 milhões na Kroton; R$ 176 milhões na Vasta; R$ 100 milhões no Saber). O Ebitda ajustado deve cair 2%, para R$ 230 milhões, com margem de 22,6% (alta de 2,4 pontos percentuais ano a ano). Na última linha, a expectativa é de prejuízo de R$ 228 milhões (ante R$ 370 milhões no mesmo período do ano passado).

“Estamos vendo os primeiros sinais de recuperação nos resultados da Cogna, que gostamos. Mas à luz dos desafios relacionados à expansão da margem operacional e ao aumento das despesas financeiras, não esperamos recuperação em V”, escrevem os analistas. A recomendação para os papéis é neutra.

Yduqs (YDUQ3)

A expectativa é de resultados “decepcionantes” no período, prejudicados pelo ciclo de captação mais fraco tanto no presencial quanto no EAD, junto a margens fracas. A receita líquida é estimada em R$ 1,14 bilhão (aumento de 4% ano a ano), principalmente impulsionada pelo segmento de medicina. O Ebitda deve ser de R$ 395 milhões, com margem de 34,6% (queda de 140 bps em relação ao mesmo período do ano passado). O banco mantém a recomendação neutra para os papéis, diante do cenário mais difícil para o setor educacional.

Ânima (ANIM3)

Será o primeiro trimestre de comparação anual com o período já com a Laureate dentro de casa. Nesse cenário, a expectativa é de crescimento de receita, mas o Ebitda e margens ainda pressionados. A primeira linha deve crescer 9%, para R$ 894 milhões, refletindo tanto aumento de captação quanto de tíquete médio. O Ebitda, por outro lado, deve cair 13%, para R$ 300 milhões, dado que no mesmo período do ano passado houve um fator de melhora nas provisões e reversões de provisões relacionadas aos earn-outs das aquisições. A margem Ebitda deve ser de 34%, caindo 9 pontos percentuais, e o lucro líquido deve chegar a R$ 13 milhões (ante R$ 59 milhões no terceiro trimestre de 2021) principalmente por causa do aumento da despesa financeira. A recomendação é de compra dos papéis.

Cruzeiro do Sul (CSED3)

Cenário similar ao de Ânima: aumento de receita e de tíquete médio impulsiona a receita. A primeira linha do balanço deve ser de R$ 487 milhões, alta de 12% na comparação anual. O Ebitda deve crescer 14% para R$ 156 milhões, com margem de 32%. Na última linha, expectativa de lucro líquido 3% maior, para R$ 30 milhões. A recomendação para os papéis segue de compra.

Ser Educacional (SEER3)

A companhia deve apresentar resultados fracos no terceiro trimestre, na expectativa do BTG Pactual. Aumento de receita, chegando a R$ 366 milhões, auxiliada por um ciclo de captação presencial e maior base de alunos após a consolidação da Fael. Os resultados mais fracos de EAD devem pressionar margem no período e alavancagem. Na última linha, o banco espera prejuízo líquido ajustado de R$ 9 milhões, ante lucro líquido de R$ 8 milhões no ano passado. A recomendação para os papéis é neutra.

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