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Ata do Fed, inflação histórica no Reino Unido e o que mais move o mercado

Mercado segue dividido sobre os próximos passos do Federal Reserve e espera que divulgação desta quarta dê pistas sobre ritmo de aperto monetário

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve (Alex Wong/Getty Images)

Jerome Powell: presidente do Federal Reserve (Alex Wong/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de agosto de 2022 às 07h32.

Última atualização em 17 de agosto de 2022 às 08h03.

Os mercados internacionais iniciaram esta quarta-feira, 17, em tom de cautela, com investidores à espera da ata da última decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). A divulgação, a mais aguardada da semana, ganha novos diante do ciclo de alta de juros.

Sinalizações mais brandas do fim de julho ajudaram a impulsionar o rali das últimas semanas para ativos de risco. Mas as apostas de uma redução do ritmo de aumentos 0,75 ponto percentual (p.p.) para 0,50 p.p. por reunião tem diminuído.

Se por um lado a inflação abaixo do esperado para julho alimentou as esperanças de um "pouso suave", dados de um mercado de trabalho ainda pujante favorecem as perspectivas de um Fed mais duro no curto prazo. A expectativa é de que a ata dê alguma pista nesta tarde de para onde vai o juro americano. A divulgação está prevista para às 15h (de Brasília).

No mercado, as apostas seguem divididas numa igualdade de quase exatos 50% para cada lado, evidenciando a falta de visibilidade sobre o tamanho da alta de juros da próxima reunião, em setembro. Para as decisões subsequentes o cenário é ainda mais incerto. A probabilidade, segundo o monitor do CME Group, está em 50% para uma elevação para até 3,50% em novembro, enquanto as taxas juros de até 3,75% ou até 3,25% têm 25% de chance cada.

Economistas do banco ING pontuaram, em nota desta quarta, que o Fed deverá utilizar a ata como ferramenta para contrariar as expectativas de maior flexibilização da política monetária, "o que deve dar suporte ao dólar". O Índice DXY, que mede a variação da moeda americana contra as principais do mundo desenvolvido sobe pelo quarto dos últimos cinco pregões, recuperando o patamar de antes da última reunião do Fed.

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Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): - 0,49%
  • S&P 500 futuro (Nova York): - 0,64%
  • Nasdaq futuro (Nova York): - 0,75%
  • FTSE 100 (Londres): - 0,33%
  • DAX (Frankfurt): - 0,95%
  • CAC 40 (Paris): - 0,42%
  • Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,46%
  • Shangai Composite (Xangai)*: + 0,45%

Reino Unido: maior inflação em 40 anos

Dados desta manhã confirmaram que a inflação do Reino Unido segue em ascensão, com o Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) entrando na casa de dois dígitos. O CPI britânico saltou de 9,4% para 10,1%, em julho, atingindo o maior patamar em 40 anos.  O número saiu acima da expectativa, que era de alta para 9,8%. Na comparação mensal, o CPI avançou 0,6% ante consenso de 0,4% de alta.

Os dados jogam ainda mais pressão sobre o Bank of England, que acelerou o ritmo de alta de juros para 0,50 p.p. na última reunião, no início do mês. Parte do mercado espera mais um ajuste de mesma magnitude em setembro, que, se confirmado, levará a taxa britânica para 2,25%.

Agenda do dia

Para esta quarta ainda estão previstas as divulgações de dados americanos de vendas do varejo e de estoque de petróleo e gasolina. Para as vendas do varejo de julho é esperado uma leve alta mensal de 0,1% e queda de 0,1% para o núcleo das vendas. A expectativa para os estoques de petróleo é de redução de 275.000 barris.

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