Ata do Copom, repercussão de Petrobras, inflação dos EUA e Powell: o que move o mercado
No comunicado, o Copom explica o porquê da decisão de reduzir a Selic em 0,25 pontos percentuais (p.p.) e não mais 0,50 p.p.
Repórter de finanças
Publicado em 14 de maio de 2024 às 08h37.
Última atualização em 14 de maio de 2024 às 09h23.
Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta na manhã desta terça-feira, 14.Por aqui, o Ibovespa futuro sobe, de olho na ata do Copom. Nos Estados Unidos, as bolsas também apresentam valorização no pré-mercado, às vésperas da divulgação de dados da inflação americana. Na Europa, os principais índices operam mistos. Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única também à espera de dados dos EUA.
Ata do Copom
Investidores acompanham de perto adivulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã pelo Banco Central (BC). No último encontro, o Copom desacelerou o ritmo de corte de juros, reduzindo a Selic em 0,25 pontos percentuais (p.p.), em vez de 0,50 p.p. como estava ocorrendo. No entanto, a decisão foi dividida entre 5 votos a 4, com os dirigentes indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optando por um corte maior.
Agora, no comunicado, o Copom justifica a decisão da menor redução com base no cenário externo, afirmando que ele mostra-se “mais adverso” atualmente devido à incerteza em relação à condução dos juros nos Estados Unidos e a velocidade do processo de desinflação global. No documento, o comitê também avalia que a economia doméstica tem apresentado maior dinamismo do que o esperado, o que, na prática, pode significar uma pressão adicional sobre a inflação.
Repercussão de Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR4) divulgou seus números do primeiro trimestre de 2024 ontem, após o fechamento da sessão. A petroleira registrou no período um lucro líquido de R$ 23,7 bilhões, 37,9% a menos do que há um ano, e 23 7% inferior ao registrado no trimestre imediatamente anterior. A receita de vendas no período também caiu, em 15,4% para R$ 117,72 bilhões, frente ao primeiro trimestre de 2023, e -12,3% em relação ao quarto trimestre.
Apesar dos números menores, as ações fecharam a sessão com uma leve valorização. Isso porque a estatal também divulgou que seu Conselho de Administração aprovou, nesta segunda, o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) da ordem de R$ 13,45 bilhões relativos ao resultado do primeiro trimestre de 2024. O provento equivale a uma remuneração de R$ 1,04 por ação ordinária e preferencial. O pagamento será feito em duas parcelas iguais de R$ 0,52 por ação em 20 de agosto e, depois, em 20 de setembro.
Estados Unidos: inflação e Powell
De olho na inflação americana, nesta terça é a vez da divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês). Já amanhã, 15, será divulgada a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Os números podem influenciar a trajetória dos juros básicos americanos. No quadro atual, com sinais de persistência inflacionária, a previsão é de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) não começará a reduzir juros antes de setembro. Também no radar, está o presidente do Fed, Jerome Powell, que participa de evento na Holanda nesta terça.