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As 3 notícias que impactam a Petrobras hoje; ações caem mais de 4%

As ações da Petrobras caem pelo quarto pregão seguido e atingem o menor patamar intradiário desde 22 de maio

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 13h03.

Última atualização em 28 de outubro de 2020 às 13h54.

As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) afundam mais de 4% na bolsa nesta quarta-feira, 28, em dia de forte aversão ao risco no mercado e na esteira da derrocada dos preços do petróleo no exterior. Quer saber qual o setor mais quente da bolsa no meio deste vaivém? Assine a EXAME Research.

A queda, no entanto, só não é maior por outros dois fatores que estão no radar da companhia hoje: o anúncio de mudança na política de dividendos da estatal, visto como positivo pelo mercado; e expectativas pelo balanço do terceiro trimestre, que sai após o fechamento do pregão desta quarta-feira, 28. 

Às 13h03, as ações ON e PN da Petrobras caíam 4,18% e 4,12%, respectivamente, cotadas em 19,03 reais e 19,06 reais, indo para o menor patamar intradiário desde 22 de maio. Essa é a quarta queda seguida dos papéis, que acumulam no período desvalorização de cerca de 9%. 

Leia a seguir as três notícias no radar da companhia hoje:

1. Derrocada dos preços do petróleo  

Os contratos do petróleo WTI, negociados em Nova York, recuavam 5,53%, e do Brent, em Londres, 4,83% nesta sessão, com o aumento das infecções por coronavírus nos Estados Unidos e na Europa levando a novos bloqueios e alimentando temores de uma piora na já instável recuperação econômica global. 

Além disso, a Energy Information Administration (EIA) informou nesta quarta que os estoques de petróleo bruto mantidos por empresas dos Estados Unidos aumentaram em 4,3 milhões de barris na semana encerrada em 23 de outubro, acima da alta de 1,15 milhão de barris esperada pelos analistas consultados FactSet. 

Com isso, as ações da Petrobras são pressionadas hoje. O movimento só não é mais acentuado quanto o dos preços do petróleo nesta sessão, por causa dos outros dois fatores abaixo que também estão no noticiário da estatal. 

2. Mudança na política de dividendos

A Petrobras informou que seu conselho de administração aprovou uma revisão da política de remuneração aos acionistas com o objetivo de permitir que a administração da estatal proponha pagamento de dividendos mesmo em exercícios em que não for apurado lucro contábil.

A proposta diz que, mesmo em um cenário em que não há lucro contábil, os dividendos poderão ser pagos caso: 1) haja redução da dívida líquida; e 2) a administração entenda que a distribuição não vai afetar a sustentabilidade financeira da empresa.  

Segundo os analistas Renato Mimica e Bruno Lima, da EXAME Research, embora o tema ainda precise ser aprovado em assembleia, a movimentação tende a aumentar a atratividade da ações da companhia, apesar da forte queda do petróleo no exterior limitar uma eventual alta dos papéis hoje.

Além disso, “o item 2 [das condições para o pagamento], por ser subjetivo, pode dar margem à incerteza, mas partindo do pressuposto de que a administração não irá colocar em risco a saúde da companhia, há implicações positivas como um todo”, comentam. 

3. Expectativas pelo balanço do terceiro trimestre

A Petrobras reporta seu resultado do terceiro trimestre nesta quarta, após o fechamento do pregão. No geral, o mercado espera por uma recuperação da companhia em relação ao trimestre anterior, depois do bom desempenho operacional visto no período, mas a última linha do balanço ainda deve ser negativa, em razão da depreciação do real frente ao dólar. 

Para os analistas do Credit Suisse, a empresa deve reportar resultados sólidos depois de ter “passado com maestria pela crise de covid-19”. “Nossa visão é sustentada por um preço de combustível mais alto na comparação com o trimestre anterior e números robustos vindos do relatório de produção da empresa do terceiro trimestre, reportado semana passada”, comentam. 

A expectativa do banco é que a empresa entregue um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente de 33,48 bilhões de reais no período, crescimento de 89% na comparação com o segundo trimestre, e prejuízo líquido de 4,0 bilhões de reais, acima da perda de 2,7 bilhões de reais registrada no período anterior, citando que a depreciação do real ainda impacta os resultados financeiros da empresa.  

O analista Bruno Lima, da EXAME Research, também tem uma leitura positiva para o balanço da empresa. Ele destaca que o custo de produção deve surpreender positivamente, associado a uma melhora nos preços do petróleo do segundo para o terceiro trimestre (avanço de 29%), o que deve resultar em uma boa geração de caixa para a companhia. 

Olhando para a frente, ele aponta que, para o quarto trimestre, todos os olhos do mercado estão voltados para o preço do petróleo, dado o risco de demanda com a segunda onda de coronavírus. No entanto, do lado positivo, ressalta que alguma venda de refinaria pode ser concretizada ou algum outro grande desinvestimento dado que estatal tem vários ativos em fases vinculantes de proposta. 

Em relatório do dia 21 de outubro, o analista mantinha recomendação de compra para as ações PN da Petrobras, com preço-alvo em 28,94 reais. 

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