Mercados

As 10 ações que mais subiram e caíram nesta semana

Usiminas dispara e papéis da Oi despencam com resultados fracos

No ano, as ações da Usiminas ainda acumulam uma desvalorização de 20%

No ano, as ações da Usiminas ainda acumulam uma desvalorização de 20%

DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2012 às 18h53.

São Paulo – A semana para os mercados financeiros iniciou com uma grande expectativa em torno de um possível estímulo monetário pelo Banco Central Europeu (BCE), mas que foi frustrada após a ausência de medidas. Os investidores, contudo, entenderam que as palavras do presidente do BCE, Mario Draghi, deixou a porta aberta para o uso de ferramentas com o objetivo de aliviar a tensão nos mercados de dívidas soberanas europeias.

O BCE reforçou que poderia retomar a sua atuação nos mercados de dívida caso os países em apuros solicitassem a intervenção do fundo europeu de resgate (FEEF). "O Conselho de Governo, dentro de seu mandato de manter a estabilidade de preços a médio prazo e no respeito de sua independência para determinar a política monetária, poderia realizar operações no mercado secundário de um tamanho adequado para alcançar seu objetivo".

“Parece que não há chance de o BCE intervir nos mercados primários [ou seja, comprar títulos diretamente dos governos], e qualquer intervenção nos mercados secundários só virão após a Espanha e a Itália pedirem ajuda”, explica Azad Zangana, economista do banco Schroders, em uma nota. Para ele, é muito frustrante a falta de detalhes sobre como a ajuda do BCE será feita.

Economia americana

A melhora no mercado de trabalho americano ajudou o Ibovespa a terminar a semana no azul. O Departamento de Trabalho do país informou que a economia criou 163 mil postos de trabalho em julho, ante os 100 mil esperados pelo mercado e os 64 mil abertos em junho. As bolsas em todo o mundo subiram forte e, no Brasil, a Bovespa avançou 3%.

Usiminas

Apesar de ter divulgado um prejuízo de 86,5 milhões de reais no segundo trimestre, ante um lucro líquido de 157 milhões de reais no ano passado, os papéis da siderúrgica ocuparam o topo da bolsa na semana. A explicação para tal desempenho está na mudança da percepção do mercado em relação à administração da empresa, que mudou após a entrada da Ternium no bloco de controle. As ações subiram após o resultado e 12% apenas nesta sexta-feira.

O banco Credit Suisse elevou a recomendação às ações da empresa de desempenho abaixo da média (underperform) para neutra após a publicação dos resultados. Para os analistas Ivano Westin, Viccenzo Paternostro e Viccenzo Paternostro, a maior parte do cenário negativo já está precificado nas ações. Eles citam ainda a esperada recuperação na divisão de aço da companhia.

Código Empresa/Tipo Preço (R$) Variação (%)
USIM5 Usiminas PNA 7,9 12,7
RSID3 Rossi ON 5,34 12,66
GFSA3 Gafisa ON 2,88 10,34
USIM3 Usiminas ON 8,73 8,99
BISA3 Brookfield ON 3,39 6,27
BRKM5 Braskem PNA 13,56 6,27
DTEX3 Duratex ON 12,77 5,89
BBAS3 Banco do Brasil ON 23,12 5,09
BTOW3 B2W ON 7,39 4,82
HYPE3 Hypermarcas ON 13,9 4,75

Antes mesmo da publicação do balanço o mercado já tinha alterado a visão sobre a empresa. Os analistas Marcelo Aguiar e Diogo Miura, do Goldman Sachs, subiram a indicação para os papéis de venda para compra. Segundo eles, os investidores ficaram céticos - até demais - a respeito das perspectivas de melhoria de rentabilidade da Usiminas.

Oi

As ações da empresa de telefonia Oi (OIBR3; OIBR4) lideraram as quedas do Ibovespa nesta semana após a apresentação de um resultado que ficou aquém das expectativas dos investidores em que pôs em xeque as projeções da própria companhia para os próximos anos, que incluem o pagamento de dividendos no valor de 8 bilhões de reais até 2015. Os papéis já tinham caído forte na quarta-feira após o resultado.

O lucro líquido da operadora caiu mais de 80% no segundo trimestre do ano, totalizando 64 milhões de reais. No semestre, os ganhos da Oi totalizaram 410 milhões de reais, queda de 12% em relação aos seis primeiros meses de 2011. A Citi Corretora, por exemplo, esperava um resultado de 158 milhões de reais. “Em relação à nossa projeção, o lucro ficou abaixo por conta de despesas financeiras e pagamento de impostos acima do esperado”, ressalta.

Código Empresa/Tipo Preço (R$) Variação (%)
OIBR4 OI PN 9,17 -10,71
PDGR3 PDG Realty ON 3,35 -8,97
OIBR3 Oi ON 10,9 -8,79
MRVE3 MRV ON 10,72 -7,11
MRFG3 Marfrig ON 9,18 -6,8
ELPL4 AES Eletropaulo PN 18,63 -6,38
TRPL4 CTEEP PN 56 -6,35
GOLL4 GOL PN 9,35 -5,65
EMBR3 Embraer ON 12,57 -4,05
CRUZ3 Souza Cruz ON 28,95 -3,82

Para Jacqueline Lison, da Fator Corretora, a Oi terá grandes desafios no que resta de 2012. "A empresa retomou o ritmo comercial mais agressivo e os investimentos em expansão e qualidade de rede, tanto móvel quanto fixa (sobretudo de dados), para voltar a crescer. Para tanto, fixou metas bastante agressivas de desempenho para os próximos anos, de difícil execução", afirma em um relatório.

A Oi estimou para 2012 que o Ebitda fique em 8,8 bilhões de reais, resultado melhor do que a queda de 15% de 2011 sobre o ano anterior. Já a receita líquida é estimada em 28,9 bilhões de reais em 2012, cerca de 1 bilhão de reais superior à do ano passado. Para 2015, a projeção é de 38,6 bilhões de reais.

Acompanhe tudo sobre:3GAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas japonesasEmpresas portuguesasMercado financeiroOiOperadoras de celularServiçosSiderurgiaSiderurgia e metalurgiaSiderúrgicasTelecomunicaçõesTelemarUsiminas

Mais de Mercados

Dólar a R$ 5,87. O que explica a disparada da moeda nesta sexta-feira?

Fim de uma era? TGI Fridays prepara recuperação judicial nos EUA

Eztec salta na bolsa com lucro 240% maior e short squeeze: até onde vai a ação?

Mercado de carros elétricos na China não é sustentável, diz CEO da GM