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Argentina nega cerco cambial, mas dólar blue bate recordes

Governo argentino negou a existência de restrições cambiais, enquanto a cotação do dólar no mercado informal bate recordes no país

Dólar: o dólar "blue" voltou a bater recordes hoje e era cotado a 11,80 pesos por unidade, 70,6% mais caro que seu preço oficial (Susana Gonzalez/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2014 às 15h34.

Buenos Aires - O governo argentino negou nesta sexta-feira a existência de restrições cambiais e defendeu sua política econômica após a queda das reservas monetárias a seu nível mínimo desde 2006, no momento em que a cotação do dólar no mercado informal bate recordes no país.

"Existe um mercado livre de câmbio ", disse hoje em entrevista coletiva o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, que evitou pronunciar-se sobre a escalada do dólar informal, que na quinta-feira fechou a um valor máximo de 11,55 pesos.

Longe de frear sua tendência de alta, o dólar "blue" voltou a bater recordes hoje e era cotado a 11,80 pesos por unidade, 70,6% mais caro que seu preço oficial, situado em 6,81 pesos.

Capitanich negou também que haja intranquilidade no governo pela queda das reservas e definiu como "política virtuosa" a decisão de empregá-las para o pagamento da dívida do Estado.

Segundo o chefe de Gabinete, os níveis médios das reservas são maiores aos do período em que regia a convertibilidade entre o dólar e o peso (1991-2002).

"O nível médio de volume de reservas durante a convertibilidade era de US$ 21,940 bilhões, quando havia uma política monetária passiva. Por outro lado, as reservas, na média neste período, são de US$ 36,983 bilhões", especificou Capitanich durante a coletiva.

"Quase US$ 43 bilhões foram utilizados para pagar dívida", explicou o chefe de Gabinete, acrescentando que, se não tivessem sido canceladas as obrigações "não contraídas por este governo", as reservas teriam alcançado os US$ 73 bilhões.

O Banco Central argentino anunciou na quinta-feira que suas reservas monetárias estavam em US$ 29,758 bilhões, o nível mais baixo desde novembro de 2006, perante o que dirigentes opositores reivindicaram uma mudança de rumo.

"O modelo econômico do governo explodiu e o kirchnerismo não quer admitir. Quanto mais tarde fazer isso, mais sérias serão as dificuldades para resolver", disse à imprensa o ex-deputado opositor Ricardo Gil Lavedra.

A acelerada liquidação das reservas monetárias é um dos principais problemas da economia argentina desde o final de 2011, o mesmo ano no qual se tinha alcançado um número recorde de US$ 52,654 bilhões.

Desde então, as reservas internacionais do Banco Central vieram caindo devido ao pagamento da avultada fatura energética, às consequências do chamado "cerco ao dólar" imposto pelo governo da presidente Cristina Kirchner e aos vários compromissos internacionais de dívida assumidos pelo país.

Na Argentina há escassez de dólares e excesso de pesos motivado também pela política monetária expansiva, o gasto fiscal sustentado e a estratégia de desalavancagem sem financiamento externo.

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Buenos Aires - O governo argentino negou nesta sexta-feira a existência de restrições cambiais e defendeu sua política econômica após a queda das reservas monetárias a seu nível mínimo desde 2006, no momento em que a cotação do dólar no mercado informal bate recordes no país.

"Existe um mercado livre de câmbio ", disse hoje em entrevista coletiva o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, que evitou pronunciar-se sobre a escalada do dólar informal, que na quinta-feira fechou a um valor máximo de 11,55 pesos.

Longe de frear sua tendência de alta, o dólar "blue" voltou a bater recordes hoje e era cotado a 11,80 pesos por unidade, 70,6% mais caro que seu preço oficial, situado em 6,81 pesos.

Capitanich negou também que haja intranquilidade no governo pela queda das reservas e definiu como "política virtuosa" a decisão de empregá-las para o pagamento da dívida do Estado.

Segundo o chefe de Gabinete, os níveis médios das reservas são maiores aos do período em que regia a convertibilidade entre o dólar e o peso (1991-2002).

"O nível médio de volume de reservas durante a convertibilidade era de US$ 21,940 bilhões, quando havia uma política monetária passiva. Por outro lado, as reservas, na média neste período, são de US$ 36,983 bilhões", especificou Capitanich durante a coletiva.

"Quase US$ 43 bilhões foram utilizados para pagar dívida", explicou o chefe de Gabinete, acrescentando que, se não tivessem sido canceladas as obrigações "não contraídas por este governo", as reservas teriam alcançado os US$ 73 bilhões.

O Banco Central argentino anunciou na quinta-feira que suas reservas monetárias estavam em US$ 29,758 bilhões, o nível mais baixo desde novembro de 2006, perante o que dirigentes opositores reivindicaram uma mudança de rumo.

"O modelo econômico do governo explodiu e o kirchnerismo não quer admitir. Quanto mais tarde fazer isso, mais sérias serão as dificuldades para resolver", disse à imprensa o ex-deputado opositor Ricardo Gil Lavedra.

A acelerada liquidação das reservas monetárias é um dos principais problemas da economia argentina desde o final de 2011, o mesmo ano no qual se tinha alcançado um número recorde de US$ 52,654 bilhões.

Desde então, as reservas internacionais do Banco Central vieram caindo devido ao pagamento da avultada fatura energética, às consequências do chamado "cerco ao dólar" imposto pelo governo da presidente Cristina Kirchner e aos vários compromissos internacionais de dívida assumidos pelo país.

Na Argentina há escassez de dólares e excesso de pesos motivado também pela política monetária expansiva, o gasto fiscal sustentado e a estratégia de desalavancagem sem financiamento externo.

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