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Após recuos, Fed terá que enfrentar ceticismo de Wall Street

Autoridades do Fed vêm dando sinais de alta nos juros desde o ano passado, mas recuaram quando dados mostraram economia mais fraca que o esperado

Wall Street: Fed anunciou novas chances de subir os juros no próximo mês, mas investidores não acreditam mais no BC americano (©AFP / Stan Honda)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2016 às 17h55.

É difícil culpar os investidores por serem complacentes quando o Federal Reserve diz que está próximo de elevar as taxas de juros novamente.

As autoridades do banco central vêm entregando essa mensagem desde o início do ano passado, mas depois recuaram quando os dados mostraram que haviam superestimado a solidez da economia dos EUA.

Este cenário está se dando novamente nos mercados globais. Mesmo depois de as atas do Fed, na quarta-feira, enviarem um forte sinal de que pode haver um aumento já em junho, o mercado de títulos precifica uma chance de apenas 30 por cento de que isso se concretizará.

“O Fed e outros bancos centrais podem se tornar hawkish tentando manipular a direção dos juros, mas o mercado está dizendo ’não acreditamos em vocês’”, disse Steve Major, chefe de pesquisa de renda fixa em Londres do HSBC, um dos 23 operadores de títulos soberanos que negocia com o Fed.

“Os obstáculos estruturais ao crescimento e o cenário internacional são limitações em relação ao ponto ao qual os juros dos EUA podem chegar.”

Blefe do Fed

Embora a ata da reunião de abril do Fed tenha indicado que as autoridades do banco central consideravam um aumento nos juros provável no mês que vem se a economia continuasse melhorando, os investidores enxergam muitos obstáculos.

No Reino Unido, um referendo que será realizado em 23 de junho decidirá se o país continuará fazendo parte da União Europeia.

O impulso do crescimento na China está diminuindo após uma recuperação impulsionada pelo crédito no início do ano e o dólar está se valorizando novamente.

Alguns gestores de recursos dizem que chegou a hora de os traders começarem a precificar novamente com base no Fed.

Jeffrey Gundlach, da DoubleLine Capital, disse na quinta-feira que o banco central está sinalizando que os dados econômicos são suficientemente sólidos para garantir um aumento dos juros.

Rick Rieder, diretor de investimento de renda fixa global da BlackRock, disse que a cúpula do banco provavelmente esperará até julho para medir as consequências e implicações do referendo britânico.

Até o momento, os mercados estavam certos em considerar que o Fed está blefando. O banco central reduziu sua mediana de projeções para as taxas de fundos federais de longo prazo para 3,25 por cento, contra 4,25 por cento em 2012.

O banco central vem fazendo os investidores se prepararem para aumentos nos juros há mais de um ano, mas cumpriu apenas uma vez.

A 0,89 por cento, os yields dos títulos do Tesouro de dois anos estão mais baixos que em dezembro, quando o Fed elevou a taxa básica de juros, antes próxima de zero, pela primeira vez desde 2006.

Na quinta-feira, estrategistas do Goldman Sachs disseram que, embora a possibilidade de o Fed elevar os juros em junho tenha aumentado, a decisão está longe de ser certa.

“A ata ressalta a volatilidade dos comunicados do Fed”, disseram Robin Brooks e Michael Cahill, do Goldman Sachs, em nota. “A normalização da política, considerando que o dólar poderia se valorizar bastante, é difícil para o Fed de cumprir.”

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É difícil culpar os investidores por serem complacentes quando o Federal Reserve diz que está próximo de elevar as taxas de juros novamente.

As autoridades do banco central vêm entregando essa mensagem desde o início do ano passado, mas depois recuaram quando os dados mostraram que haviam superestimado a solidez da economia dos EUA.

Este cenário está se dando novamente nos mercados globais. Mesmo depois de as atas do Fed, na quarta-feira, enviarem um forte sinal de que pode haver um aumento já em junho, o mercado de títulos precifica uma chance de apenas 30 por cento de que isso se concretizará.

“O Fed e outros bancos centrais podem se tornar hawkish tentando manipular a direção dos juros, mas o mercado está dizendo ’não acreditamos em vocês’”, disse Steve Major, chefe de pesquisa de renda fixa em Londres do HSBC, um dos 23 operadores de títulos soberanos que negocia com o Fed.

“Os obstáculos estruturais ao crescimento e o cenário internacional são limitações em relação ao ponto ao qual os juros dos EUA podem chegar.”

Blefe do Fed

Embora a ata da reunião de abril do Fed tenha indicado que as autoridades do banco central consideravam um aumento nos juros provável no mês que vem se a economia continuasse melhorando, os investidores enxergam muitos obstáculos.

No Reino Unido, um referendo que será realizado em 23 de junho decidirá se o país continuará fazendo parte da União Europeia.

O impulso do crescimento na China está diminuindo após uma recuperação impulsionada pelo crédito no início do ano e o dólar está se valorizando novamente.

Alguns gestores de recursos dizem que chegou a hora de os traders começarem a precificar novamente com base no Fed.

Jeffrey Gundlach, da DoubleLine Capital, disse na quinta-feira que o banco central está sinalizando que os dados econômicos são suficientemente sólidos para garantir um aumento dos juros.

Rick Rieder, diretor de investimento de renda fixa global da BlackRock, disse que a cúpula do banco provavelmente esperará até julho para medir as consequências e implicações do referendo britânico.

Até o momento, os mercados estavam certos em considerar que o Fed está blefando. O banco central reduziu sua mediana de projeções para as taxas de fundos federais de longo prazo para 3,25 por cento, contra 4,25 por cento em 2012.

O banco central vem fazendo os investidores se prepararem para aumentos nos juros há mais de um ano, mas cumpriu apenas uma vez.

A 0,89 por cento, os yields dos títulos do Tesouro de dois anos estão mais baixos que em dezembro, quando o Fed elevou a taxa básica de juros, antes próxima de zero, pela primeira vez desde 2006.

Na quinta-feira, estrategistas do Goldman Sachs disseram que, embora a possibilidade de o Fed elevar os juros em junho tenha aumentado, a decisão está longe de ser certa.

“A ata ressalta a volatilidade dos comunicados do Fed”, disseram Robin Brooks e Michael Cahill, do Goldman Sachs, em nota. “A normalização da política, considerando que o dólar poderia se valorizar bastante, é difícil para o Fed de cumprir.”

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