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Após máximas, Ibovespa fecha em queda com reflexos do Itaú

Bolsa caiu 0,28% a 98.311,20 pontos após banco sofrer maiores pressões de baixa com previsões para 2019

Bolsa: Ibovespa encerrou a 98.311,20 pontos (Westend61/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa encerrou a 98.311,20 pontos (Westend61/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 18h09.

Última atualização em 5 de fevereiro de 2019 às 18h40.

O Ibovespa fechou em leve queda nesta terça-feira, após recorde na véspera, com Itaú Unibanco entre as maiores pressões de baixa após previsões para 2019 mais conservadoras que outros pares privados, enquanto BRF ajudou a atenuar as perdas com novo diretor financeiro.

Índice de referência do mercado acionário, o Ibovespa caiu 0,28 por cento, a 98.311,20 pontos, segundo dados preliminares. O volume financeiro somava 16,3 bilhões de reais.

Na véspera, o Ibovespa subiu 0,74 por cento, a 98.588,64 pontos, novo recorde de fechamento.

Para Pedro Menezes, sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, a bolsa caminhava para uma realização de lucros mais forte, após o resultado do Itaú Unibanco e com algumas indefinições sobre a reforma da Previdência.

"Mas o discurso do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, após o encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o melhor possível", avaliou. "Havia uma pequena dúvida de como seria a postura do Maia...mesmo sendo uma pessoa pró-reforma. E a sinalização foi muito boa."

Na mínima, o Ibovespa recuou 1 por cento.

Maia afirmou não ter dúvida de que a reforma da Previdência é fundamental e que há condições de a base do governo na Casa alcançar os votos necessários para aprovar o texto, embora tenha dito que não vai descumprir o regimento para tramitar a reforma.

Em Nova York, os pregões tinham dia positivo, com destaque para ações de tecnologia e consumo em meio a resultados como os de Estée Lauder e Ralph Lauren, enquanto agentes aguardam o discurso do Estado da União de Donald Trump.

Destaques

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 4,26 por cento, após resultado considerado fraco. O banco definiu metas mais contidas que seus pares para 2019, embora avalie que a rentabilidade deva melhorar. Para o Goldman Sachs, com exceção das margens, as outras previsões são mais fracas do que os níveis sinalizados por rivais. BRADESCO PN subiu 0,04 por cento e BANCO DO BRASIL avançou 2,92 por cento. SANTANDER BRASIL cedeu 1,05 por cento.

- CIELO perdeu 4,61 por cento, após dados da rival Rede, do Itaú Unibanco. O BTG Pactual citou que a Cielo foi a grande perdedora de market share, após a divulgação das quatro maiores empresas do mercado de adquirência, no fim de 2018. "A Cielo precisará ser ainda mais agressiva em preços se quiser conter essa perda", afirmou em nota a clientes.

- BRF avançou 6,5 por cento, após a aprovação pelo conselho de administração da empresa de Ivan Monteiro para vice-presidência financeira e de relações com investidores. "Apesar de ser uma mudança inesperada, recebemos bem o anúncio de Ivan Monteiro (...), dada sua ampla experiência em funções gerenciais em grandes empresas", afirmaram os analistas Leandro Fontanesi e Rafael Sommer, do Bradesco BBI.

- KLABIN UNIT valorizou-se 3 por cento, em meio à repercussão positiva de anúncio da fabricante de papel e celulose de proposta para extinguir contrato de licenciamento para explorar a marca Klabin e para pagamento dos respectivos royalties pela companhia. Para o Santander Brasil, é um importante passo para criar valor para acionistas.

- VALE caiu 0,09 por cento, ainda volátil pelas incertezas relacionadas à tragédia com o rompimento de uma barragem da companhia em Minas Gerais, que já deixou mais de 100 mortos e levou à suspensão das operações em minas da companhia. Para o BTG Pactual, o prêmio de risco da Vale está agora em um novo patamar e pode depreciar as ações. "Temos recomendação de compra para Vale...mas reconhecemos que o momento continuará desfavorável."

- PETROBRAS PN subiu 0,08 por cento, em sessão com declínio dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON valorizou-se 0,63 por cento.

- GOL PN subiu 2,26 por cento, após anúncio do governo do Estado de São Paulo de redução da alíquota do ICMS sobre o combustível de aviação, de 25 para 12 por cento, em voos domésticos. As ações já haviam reagido na véspera a expectativas sobre o anúncio, fechando em alta de mais de 8 por cento. Também repercutiram números de tráfego da aérea de janeiro.

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