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Após máxima de R$ 3,64, dólar se firma acima de R$ 3,60

O movimento dos últimos dias teve como pano de fundo preocupações com a desaceleração da economia chinesa e o quadro político conturbado no Brasil

Dólares: na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,6440 reais, maior nível intradia desde 14 de fevereiro de 2003, quando chegou a 3,6700 reais (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2015 às 11h36.

São Paulo - O dólar avançava firmemente acima de 3,60 reais nesta quarta-feira, aos maiores níveis em mais de 12 anos, após números fortes sobre a economia dos Estados Unidos , que alimentaram as apostas de que os juros podem subir lá ainda neste ano, enquanto no cenário doméstico persiste a apreensão com a crise política.

Às 10:48, o dólar avançava 0,52 por cento, a 3,6271 reais na venda. Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,6440 reais, maior nível intradia desde 14 de fevereiro de 2003, quando chegou a 3,6700 reais.

Na mínima da sessão, o dólar recuou 0,56 por cento, a 3,5881 reais, após subir mais de 1 por cento em cada uma das últimas três sessões, acumulando avanço de 4,3 por cento no período.

O movimento dos últimos dias teve como pano de fundo preocupações com a desaceleração da economia chinesa e o quadro político conturbado no Brasil.

"O mercado está repleto de incertezas. Nesse cenário, um dado forte (nos EUA) como o de hoje faz bastante estrago", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

As encomendas de bens de capital, uma medida dos planos de investimentos das empresas norte-americanas, registrou em julho o maior aumento em pouco mais de um ano, ressaltando a durabilidade da recuperação econômica apesar da desaceleração da economia global.

Investidores vêm colocando em dúvida a possibilidade de o Federal Reserve dar início ao aperto monetário ainda neste ano em meio à intensa volatilidade financeira, desencadeada pelo tombo das bolsas chinesas.

Os números desta manhã, no entanto, alimentaram expectativas de que isso pode acontecer em 2015, o que pode atrair para os EUA recursos aplicados em países como o Brasil.

No Brasil, o quadro político conturbado também pesava sobre o ânimo dos investidores após a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votar na véspera pela continuidade da ação que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff. Incertezas sobre a possibilidade de ela não terminar seu mandato têm provocado intensa pressão sobre os mercados financeiros locais.

A volatilidade no mercado de câmbio era acentuada também porque investidores se questionavam sobre a possibilidade de o Banco Central aumentar sua intervenção no câmbio para atenuar o avanço do dólar, que tende a pressionar a inflação.

"Na última vez em que o dólar subiu com tanta força, o BC agiu, mas agora está dando de ombros", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Mais tarde, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

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São Paulo - O dólar avançava firmemente acima de 3,60 reais nesta quarta-feira, aos maiores níveis em mais de 12 anos, após números fortes sobre a economia dos Estados Unidos , que alimentaram as apostas de que os juros podem subir lá ainda neste ano, enquanto no cenário doméstico persiste a apreensão com a crise política.

Às 10:48, o dólar avançava 0,52 por cento, a 3,6271 reais na venda. Na máxima do dia, a moeda norte-americana atingiu 3,6440 reais, maior nível intradia desde 14 de fevereiro de 2003, quando chegou a 3,6700 reais.

Na mínima da sessão, o dólar recuou 0,56 por cento, a 3,5881 reais, após subir mais de 1 por cento em cada uma das últimas três sessões, acumulando avanço de 4,3 por cento no período.

O movimento dos últimos dias teve como pano de fundo preocupações com a desaceleração da economia chinesa e o quadro político conturbado no Brasil.

"O mercado está repleto de incertezas. Nesse cenário, um dado forte (nos EUA) como o de hoje faz bastante estrago", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

As encomendas de bens de capital, uma medida dos planos de investimentos das empresas norte-americanas, registrou em julho o maior aumento em pouco mais de um ano, ressaltando a durabilidade da recuperação econômica apesar da desaceleração da economia global.

Investidores vêm colocando em dúvida a possibilidade de o Federal Reserve dar início ao aperto monetário ainda neste ano em meio à intensa volatilidade financeira, desencadeada pelo tombo das bolsas chinesas.

Os números desta manhã, no entanto, alimentaram expectativas de que isso pode acontecer em 2015, o que pode atrair para os EUA recursos aplicados em países como o Brasil.

No Brasil, o quadro político conturbado também pesava sobre o ânimo dos investidores após a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votar na véspera pela continuidade da ação que pede a cassação da presidente Dilma Rousseff. Incertezas sobre a possibilidade de ela não terminar seu mandato têm provocado intensa pressão sobre os mercados financeiros locais.

A volatilidade no mercado de câmbio era acentuada também porque investidores se questionavam sobre a possibilidade de o Banco Central aumentar sua intervenção no câmbio para atenuar o avanço do dólar, que tende a pressionar a inflação.

"Na última vez em que o dólar subiu com tanta força, o BC agiu, mas agora está dando de ombros", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Mais tarde, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes a venda futura de dólares.

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