Após desistência da Adnoc, Braskem (BRKM5) afirma que há outra empresa interessada em aquisição
Companhia não tem perspectiva sobre volta das operações de fábrica atingida por chuvas no Rio Grande do Sul
Repórter
Publicado em 9 de maio de 2024 às 11h02.
Última atualização em 9 de maio de 2024 às 11h51.
A Braskem (BRKM5) afirmou nesta quinta-feira, 9, que há uma outra empresa interessada em adquirir a participação da Novonor (ex- Odebrecht no negócio. A informação foi confirmada pelo CFO Pedro Freitas em coletiva de imprensa após o resultado do primeiro trimestre. Segundo ele, já há um processo de due dilligence em curso. A oferta mais recente foi da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) , que propôs R$ 10,5 bilhões para a compra de 35% da empresa, mas acabou desistindo. As ações da Braskem caíram 14,5% após o encerramento das negociações.
Pedro Freitas disse que não poderia entrar em mais detalhes sobre o potencial comprador, mas que o processo de due dilligence da Petrobras, que tem direito de preferência de compra e venda de participação na Braskem, terminou no fim do ano passado.
As informações vão de encontro às falas do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que afirmou na véspera que há uma empresa privada interessada na Braskem, mas que a própria Petrobras poderia assumir o controle da petroquímica. A Petrobras tem 36,15% da Braskem e a Novonor, 36,15%.
Chuvas afetam produção em Triunfo
A Braskem também aproveitou a coletiva para atualizar a situação de seu polo petroquímico de Triunfo, que está paralisado devido às chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. Segundo Freitas, as instalações não foram afetadas, mas há uma série de problemas logísticos que impedem a continuidade da operação.
"Não temos perspectiva de retomada. [Para voltarmos,] precisamos ter tudo funcionando, com acesso às instalações, energia elétrica e água. Só saberemos como tudo está quando a água baixar. Hoje ninguém tem certeza de quanto tempo vai durar [a paralisação] Estamos planejando como faremos para voltar ao trabalho de forma segura", disse Freitas.
A fábrica da Braskem em Triunfo é a única que produz polietileno de fonte renovável, o PE Verde. O principal comprador desse material é o mercado europeu. Freitas afirmou que as vendas continuarão normalmente, dado que há estoque suficiente para 2 a 3 meses de operação. Se se as operações no Rio Grande do Sul não retomarem até lá, as vendas terão que ser interrompidas. Mas esse cenário, avalia o CFO, é pouco provável. "Acredito que voltaremos antes."