Ajustes levam dólar a maior alta em 3 meses, para R$1,593
Sâo Paulo - O dólar teve a maior alta ante o real em três meses nesta terça-feira, subindo pela segunda sessão consecutiva ainda por ajustes técnicos, num dia em que bolsas de valores e commodities eram alvejadas por um movimento generalizado de realização de lucros. A moeda norte-americana fechou com avanço de 0,76 por cento, […]
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2011 às 17h25.
Sâo Paulo - O dólar teve a maior alta ante o real em três meses nesta terça-feira, subindo pela segunda sessão consecutiva ainda por ajustes técnicos, num dia em que bolsas de valores e commodities eram alvejadas por um movimento generalizado de realização de lucros.
A moeda norte-americana fechou com avanço de 0,76 por cento, a 1,593 real na venda. É a maior valorização diária desde 14 de janeiro, quando a cotação subiu 0,96 por cento.
"O dólar havia caído muito ao longo dos últimos dias. Nada mais natural que 'respirar' um pouco", afirmou Alfredo Barbutti, economista-chefe da BGC Liquidez.
Investidores intensificaram a venda de dólares no final do mês passado, após avaliarem as medidas cambiais adotadas pelo governo como "modestas" no intuito de frear a valorização do real.
Entre 29 de março e 8 de abril, a cotação acumulou perda de 5,3 por cento. No período, as autoridades elevaram a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até 360 dias, ampliando depois esse intervalo para até dois anos. Além disso, a agência de classificação de risco Fitch melhorou a avaliação de crédito do Brasil a "BBB".
De acordo com Barbutti, os players utilizaram o mau humor nos mercados internacionais como argumento para fazerem ajustes de posições, aumentando a demanda por dólares e consequentemente elevando a cotação.
A terça-feira era marcada por realização de lucros nos principais ativos financeiros globais. O índice MSCI de ações mundiais recuava 1,2 por cento, enquanto as commodities pelo índice CRB perdiam 1,9 por cento. Moedas de perfil semelhante ao real também eram alvejadas, como os dólares australiano e canadense.
Dentre as matérias-primas, destaque negativo para o petróleo, que nas operações eletrônicas em Nova York despencou 3,34 por cento. Investidores repercutiam principalmente alertas sobre a demanda pelo óleo, preocupações com o agravamento de uma crise nuclear no Japão e o início titubeante da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.
Para Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, o dólar deve seguir em ajustes nos próximos dias, registrando altas modestas.
"Mas a economia brasileira está muito melhor que as desenvolvidas, e o investidor com certeza vai olhar para isso antes de se desfazer de reais com mais intensidade. Além disso, acredito que perto do final do mês aquele viés de queda do dólar deve voltar", comentou, referindo-se a ajustes de posições característicos do período.
Na quarta-feira, os agentes vão conhecer dados mais atualizados de fluxo cambial. Segundo os últimos números, divulgados na semana passada pelo Banco Central, a entrada líquida de capitais em 2011 já soma 35,227 bilhões de dólares --acima dos 24,354 bilhões de dólares registrados em todo o ano de 2010.
Sâo Paulo - O dólar teve a maior alta ante o real em três meses nesta terça-feira, subindo pela segunda sessão consecutiva ainda por ajustes técnicos, num dia em que bolsas de valores e commodities eram alvejadas por um movimento generalizado de realização de lucros.
A moeda norte-americana fechou com avanço de 0,76 por cento, a 1,593 real na venda. É a maior valorização diária desde 14 de janeiro, quando a cotação subiu 0,96 por cento.
"O dólar havia caído muito ao longo dos últimos dias. Nada mais natural que 'respirar' um pouco", afirmou Alfredo Barbutti, economista-chefe da BGC Liquidez.
Investidores intensificaram a venda de dólares no final do mês passado, após avaliarem as medidas cambiais adotadas pelo governo como "modestas" no intuito de frear a valorização do real.
Entre 29 de março e 8 de abril, a cotação acumulou perda de 5,3 por cento. No período, as autoridades elevaram a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos externos de até 360 dias, ampliando depois esse intervalo para até dois anos. Além disso, a agência de classificação de risco Fitch melhorou a avaliação de crédito do Brasil a "BBB".
De acordo com Barbutti, os players utilizaram o mau humor nos mercados internacionais como argumento para fazerem ajustes de posições, aumentando a demanda por dólares e consequentemente elevando a cotação.
A terça-feira era marcada por realização de lucros nos principais ativos financeiros globais. O índice MSCI de ações mundiais recuava 1,2 por cento, enquanto as commodities pelo índice CRB perdiam 1,9 por cento. Moedas de perfil semelhante ao real também eram alvejadas, como os dólares australiano e canadense.
Dentre as matérias-primas, destaque negativo para o petróleo, que nas operações eletrônicas em Nova York despencou 3,34 por cento. Investidores repercutiam principalmente alertas sobre a demanda pelo óleo, preocupações com o agravamento de uma crise nuclear no Japão e o início titubeante da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos.
Para Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil, o dólar deve seguir em ajustes nos próximos dias, registrando altas modestas.
"Mas a economia brasileira está muito melhor que as desenvolvidas, e o investidor com certeza vai olhar para isso antes de se desfazer de reais com mais intensidade. Além disso, acredito que perto do final do mês aquele viés de queda do dólar deve voltar", comentou, referindo-se a ajustes de posições característicos do período.
Na quarta-feira, os agentes vão conhecer dados mais atualizados de fluxo cambial. Segundo os últimos números, divulgados na semana passada pelo Banco Central, a entrada líquida de capitais em 2011 já soma 35,227 bilhões de dólares --acima dos 24,354 bilhões de dólares registrados em todo o ano de 2010.