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Ações da Marfrig reagem mal ao projeto de internacionalização da frigorífica

Papéis da empresa caem após anúncio da compra da Kaystone Foods

Marfrig terá liderança no fornecimento à empresas como McDonalds e Subway, mas não deu maiores informações sobre pagamento e despesas da aquisição (.)
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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2010 às 12h35.

São Paulo - As ações do grupo Marfrig (MRFG3), um dos maiores do mundo em processamento de carne, recuavam 2,5% em uma hora de pregão após a notícia da aquisição bilionária da americana Kaystone Foods, por 1,26 bilhão de dólares. A aquisição foi divulgada na noite de ontem e entrega à Marfrig o posto de fornecedora internacional de grupos como o McDonald"s, o Campbell"s, o Subway e o Yum! Brands.

Apesar do notável avanço estratégico, a reação cautelosa dos mercados refletiria a falta de informações sobre a aquisição. "Existe uma preocupação com o nível de endividamento da empresa, que cresceu após a aquisição da Seara, por exemplo, e já estava alto no primeiro trimestre. Como o financiamento anunciado é via debêntures conversíveis em ações, a possibilidade de diluição da base acionista pode assustar", avalia o analista da Link Investimentos, Rafael Cintra.

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A habilidade de gestão da Marfrig e o potencial de geração de caixa depois de computar todas as despesas também são dúvida que pairam, diz a analista da Itaú Corretora Juliana Rozenbaum em avaliação. A Itaú corretora colocou em revisão a recomendação da Marfrig na manhã de hoje.

Vôos internacionais

As projeções para o negócio, no entanto, são positivas, diz Cintra. Para ele, o mercado deve mudar a direção após maiores detalhes com a teleconferência agendada pela diretoria da Marfrig para esta quarta-feira (16) às 9 horas. "A aquisição me parece positiva ao diversificar geograficamente a presença da empresa, e se alinhar com os projetos de Foodservice da Marfrig.  A perspectiva é que as ações subam após mais detalhes".

Sobre o financiamento da aquisição, a  empresa anunciou que vai emitir R$ 2,5 bilhões (ou cerca de US$ 1,3 bilhão) por meio de uma subscrição privada de debêntures conversíveis, com prazo de cinco anos. Os atuais acionistas do grupo terão direito de preferência na aquisição dessas debêntures.

O plano de internacionalização da frigorífica incluirá, também, maior acessibilidade aos investidores dos mercados americanos. A empresa informou ainda nesta manhã a aprovação da emissão de ADRS (American Depositary Receipt)  nível 1, em reunião do conselho administrativo da empresa nesta terça-feira (15). Cada ADR representa uma ação ordinária da companhia, e será negociado no mercado de balcão americano (Over-the-Counter - OTC). Segundo comunicado assinado pelo diretor de relações com investidores, Ricardo Florence, a intenção é ampliar as formas de acesso de investidores, principalmente aqueles domiciliados no exterior, e ampliar a liquidez das ações.

No mesmo documento, a Marfrig informa que não pretende emitir, por enquanto, novas ações.

Às 11 horas, o Ibovespa operava em terreno positivo, com alta de 0,60%.

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