Magazine Luiza cai 18% após balanço fraco, mas analistas recomendam compra
Potencial de valorização das ações pode chegar 105% até o final de 2022; cenário local ainda preocupa
Beatriz Quesada
Publicado em 12 de novembro de 2021 às 13h05.
Última atualização em 13 de novembro de 2021 às 06h39.
As ações da varejista Magazine Luiza (MGLU3) fecharam o pregão desta sexta-feira, 12, em queda de 18,32% após a companhia apresentar um balanço mais fraco que o esperado. Em seus resultados do terceiro trimestre de 2021, a varejista apresentou lucro de 22,6 milhões de reais, o que mostra uma queda de 90% em relação ao registrado no mesmo período do ano passado.
O cenário macroeconômico pesou sobre o resultado da companhia, que –assim como outras empresas do setor–foi fortemente impactada pela elevação da taxa básica de juros, a Selic. Os juros mais altos impactam o valuation das empresas de consumo e também deixam o crédito menos acessível, dificultando a vida de quem compra.
Para somar, a alta da inflação encarece os produtos e as perspectivas de crescimento para o Brasil também decepcionam, o que acaba afastando ainda mais os consumidores. O resultado foi uma queda de 8% no total de vendas nas lojas físicas do Magalu e de 14,6% no conceito mesmas lojas.
O baque já era esperado mas, ainda assim, o resultado surpreendeu negativamente. Para os analistas do BB Investimentos, o Magazine Luiza não deve passar incólume pelo ambiente menos propenso à venda de bens duráveis –como televisão, geladeira, máquina de lavar–, segmento ao qual a empresa ainda se encontra bastante exposta.
Para o BB, a boa notícia é que o Magalu está investindo em diversificação, em especial no setor de serviços financeiros, com evoluções consideradas expressivas no volume total de pagamentos, carteira de créditos e nas contas digitais.
O mercado, no entanto, tem penalizado as ações da empresa, que acumulam queda de 53% no ano. “Entendemos que essa performance não se justifica, dada a capacidade da companhia de mitigar os efeitos negativos do cenário macroeconômico e aproveitar o momento para aumentar sua participação de mercado, sem perder o foco em rentabilidade”, dizem os analistas.
O BB manteve a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo para o final de 2022 de 22,90 reais –um potencial de valorização de 105% em relação ao preço de fechamento desta sexta-feira.
O Goldman Sachs também mantém sua recomendação de compra para os papéis MGLU3, com preço-alvo de 22 reais. “Reconhecemos que alguns desses ventos contrários de margem devem gradualmente se dissipar próximos trimestres, já que o 3º trimestre de 2021 sofreu com uma combinação formidável de oferta e pressões do lado da demanda, com forças competitivas e investimentos no crescimento futuro iniciativas”, destacaram os analistas em relatório.