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Ações da Vale desabam 23% após rompimento de barragem em MG

Fora do Brasil, as ADRs da companhia caíam 14% em Nova York

Vale (Crédito da foto: Michael Nagle/Bloomberg)

Vale (Crédito da foto: Michael Nagle/Bloomberg)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 10h39.

Última atualização em 28 de janeiro de 2019 às 13h27.

São Paulo - As ações da mineradora Vale registravam forte desvalorização na manhã desta segunda-feira. Os papéis abriram as negociações em leilão. No início da manhã, os papéis recuavam 19,86%.  Por volta das 13h30, as ações da companhia ampliaram as perdas e caíam 23%.

Fora do Brasil, as ADRs da companhia também operavam no vermelho, em baixa de 14,93%.

Na sexta-feira, no dia do rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), os papéis fecharam em queda de 8%. No Brasil, a bolsa estava fechada devido ao feriado do aniversário da cidade de São Paulo.

Ontem, em reunião extraordinária, o Conselho de Administração da Vale decidiu mudar o sistema de remuneração e incentivos devido ao rompimento da barragem.

Segundo o fato relevante, a mineradora informa que o Conselho decidiu suspender o pagamento de remuneração variável aos executivos e também a Política de Remuneração aos Acionistas “e, consequentemente, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), bem como qualquer outra deliberação sobre recompra de ações de sua própria emissão”.

A Vale teve R$ 11 bilhões bloqueados pela justiça de Minas para despesas ambientais e atendimento às vítimas, foi multada em R$ 350 milhões pelo Ibama e recebeu uma solicitação do estado de MInas Gerais do bloqueio de R$ 20 bilhões das ações da Vale e uma do Ministério Público.

Em relatório divulgado a clientes, a CoinValores afirmou que em termos operacionais, o impacto é pequeno, tendo em vista que a produção no local corresponde a menos de 2% da produção total da Vale e que a capacidade ociosa em outras minas permite o remanejamento da operação.

E destacou que além de novos impactos financeiros potenciais, mudanças regulatórias também ficam no radar, com a possibilidade de exigências mais rígidas quanto à licença para novas barragens e minas. “Até que todos os potenciais impactos possam ser mensurados de forma mais clara, os papéis VALE3 devem ficar pressionados.”

Já a XP Investimentos destacou que 10% parece já refletir parte relevante dos riscos, portanto mantém a recomendação inalterada, em Compra, com horizonte de médio - longo prazo. “Entretanto, uma série de incertezas em relação ao impacto no curto prazo permanecem, portanto sugerimos cautela.”

A Vale é a terceira maior companhia brasileira. O valor de mercado da mineradora é de 296,72 bilhões de reais. Os ativos da brasileira têm peso de 10,774% na composição do Ibovespa. 

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