Terminal portuário da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 24 de junho de 2014 às 16h39.
São Paulo - As ações preferenciais da Petrobras passavam a recuar cerca de 4 por cento na tarde desta terça-feira, diante da expectativa de que a estatal tenha que desembolsar recursos para explorar o excedente da cessão onerosa.
Às 16h26, a ação da empresa caía 3,83 por cento, a 17,60 reais, invertendo alta que chegou a mais de 3 por cento mais cedo e diante de variação positiva de 0,02 por cento do Ibovespa.
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou a contratação direta, pela Petrobras, do petróleo excedente em quatro áreas da chamada cessão onerosa.
A estatal terá que pagar 2 bilhões de reais em bônus para ter o direito de explorar o óleo. Além disso, a União deverá receber o equivalente a 13 bilhões de reais em antecipações pelo óleo equivalente excedente na cessão onerosa entre 2015 e 2018, disse o secretário de Petróleo, Gás e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Martins Almeida.
O anúncio contrariou expectativas do mercado sobre o acordo da cessão onerosa. "A diretoria da Petrobras, em reuniões com o mercado, disse que não esperava nenhum impacto no caixa da empresa por conta dessa reavaliação de reservas. Parece que não será assim", afirmou a Elite Corretora, em nota.
A Petrobras afirmou que o acordo sobre a cessão onerosa não impactará "materialmente os seus resultados e indicadores de financiabilidade", conforme fato relevante.
O Itaú BBA afirmou que não há forma de a Petrobras antecipar a produção de barris previstos no acordo a menos que adie outros projetos em seu portfólio. "Em outras palavras, a Petrobras vai pagar 15 bilhões de reais ao governo em cinco anos para barris que serão produzidos no longo prazo", afirmaram.