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Ação da Vale está com desconto de 30% sobre rival, nota banco

Os riscos políticos sobre um novo modelo de tarifação para o setor já estão no preço, dizem os analistas

Funcionários da Vale, em Tete (Juliana Borges/EXAME.com)

Funcionários da Vale, em Tete (Juliana Borges/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2011 às 15h49.

São Paulo – O mercado parece estar exagerando ao precificar um cenário mais nebuloso do que o necessário para a Vale, mostra um relatório publicado nesta segunda-feira pelo banco J.Safra. Os papéis ordinários (VALE3) da maior extratora de minério de ferro do mundo têm queda de 17% no ano e os preferenciais de classe A (VALE5) uma baixa de 13%.

O banco rebaixou o preço-alvo para a VALE5 de 65 reais para 60 reais ao final de 2012, mas manteve a recomendação de compra e a preferência pela empresa no setor de recursos naturais.

Segundo os analistas Rogerio Zarpao e Rodrigo Cotta, a Vale negocia em bolsa a um múltiplo de 5,2 vezes o preço sobre o lucro (P/L) para 2012, o que indica um desconto de 30% e 35% sobre a rival Rio Tinto e em relação à média histórica da própria mineradora, respectivamente.

Os papéis precificam um valor do minério de ferro no mercado à vista em 110 dólares por tonelada, o que está 40% abaixo do nível atual, ressaltam.

O banco avalia que os riscos políticos sobre um novo modelo de tarifação para o setor já estão no preço.


“Acreditamos que as ações da Vale já refletem as principais preocupações de curto prazo dos investidores sobre o aumento dos royalties e uma participação especial nos impostos, similarmente ao setor de petróleo e gás”, explica o relatório.

Crise

Zarpao e Cotta lembram em relatório que os preços do minério de fero no mercado à vista continuam em um nível “saudável” em torno de 180 dólares por tonelada apoiados principalmente na robusta demanda da China, apesar das incertezas nas economias desenvolvidas.

“As condições de mercado devem continuar apertadas pelo menos próximos anos, em nossa visão, com a oferta limitada e uma demanda vigorosa das economias emergentes, sobretudo a China. Ao mesmo tempo, a disciplina da oferta e o crescimento da escassez de minério de alta qualidade continuam a salientar os riscos de alta para a nossa premissa do preço de longo prazo a 70 dólares por tonelada”, afirmam.

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