Ação da Suzano sobe 5% mesmo após lucro cair 61% no 4º trimestre
Redução de estoques e expectativa sobre maior sinergia com operações da Fibria agradam mercado
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 12h52.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2020 às 13h08.
São Paulo - O lucro líquido da Suzano , reportado após o pregão desta quarta-feira (12), ficou em 1,175 bilhão de reais no quarto trimestre de 2019 - 61% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. Mesmo com a queda do faturamento, as ações da companhia de papel e celulose chegaram a subir 5,18% nesta quinta-feira (13).
Apesar de o lucro ter diminuído na comparação anual, o mercado encarou o balanço como positivo, tendo em vista que a empresa teve prejuízo de 3,460 bilhões de reais no terceiro trimestre. No ano, o resultado líquido da empresa ficou negativo em 2,815 bilhões de reais.
A desvalorização da celulose, pressionada pela guerra comercial que estava em andamento, foi um dos fatores que mais impactaram os ganhos da empresa em 2019. No ano, o preço médio da commodity caiu 29% em relação a 2018.
Para tentar reduzir a depreciação do produto, a estratégia adotada pela Suzano foi diminuir a produção e impulsionar a desestocagem. No quarto trimestre, a empresa reduziu os estoques de celulose em 650 mil toneladas enquanto a produção caiu 12%. A medida foi agraciada pelo mercado. “O resultado trouxe destaques importantes, como a redução de níveis relevantes de estoque”, afirmou em relatório a equipe de research da Guide Investimentos.
Para a equipe de análise do BTG Pactual, a companhia entregou bons resultados, apesar das “duras condições de mercado”. Confiantes com a capacidade de “controle de danos” de executivos da empresa o banco de investimentos estima que o preço alvo da ação em 12 meses seja de 44 reais - potencial valorização de 10%, considerando o último fechamento.
Parte dessa expectativa está ancorada nos ganhos de sinergia com a adquirida Fibria. No balanço do quarto trimestre, a Suzano atualizou os ganhos de sinergia da operação de 1,1 bilhão de reais para 1,2 bilhões de reais por ano até 2021. Esse valor, segundo a empresa, viria da redução de despesas e investimentos de capital provenientes das áreas de suprimentos, florestal, industrial, logística, comercial, administrativa e de pessoal.