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Ação da Gol tem maior queda diária em quase 3 anos

A empresa reduziu na noite da véspera sua previsão de margem operacional de uma faixa de 6,5 a 10 por cento para 1 a 4 por cento

Competição entre a TAM e a Gol pode fazer com que o Cade barre a aquisição da Webjet (Divulgação/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2011 às 16h42.

São Paulo - A drástica revisão nas estimativas de desempenho da Gol neste ano fazia as ações da segunda maior companhia aérea do Brasil sofrerem a pior queda em quase 3 anos nesta sexta-feira, numa perda de valor de mercado de cerca de 790 milhões de reais.

A empresa reduziu na noite da véspera sua previsão de margem operacional de uma faixa de 6,5 a 10 por cento para 1 a 4 por cento, citando dificuldades com altos preços do combustível e custos adicionais com treinamento de pessoal.

O valor da perda de mercado corresponde a cerca de 6 jatos Boeing 737-800, usados pela empresa, segundo preços de tabela da fabricante norte-americana.

Às 16h10, as ações da Gol despencavam 19,14 por cento, enquanto o Ibovespa subia 0,25 por cento e a rival TAM mostrava queda de 6,6 por cento.

A Gol disse que os novos números levaram em conta preços mais elevados dos combustível, que responderam por 40 por cento do total de custos da companhia no primeiro semestre.

Diante do cenário, corretoras e bancos de investimento, como Itaú BBA, Credit Suisse e Bank of America Merrill Lynch, reduziram suas estimativas para as ações da companhia.

Em relatório, o Itaú BBA afirma que o cenário atual traçado pela companhia "é muito pior do que estávamos prevendo (...) O que as novas estimativas da Gol implicam é preocupante: em vez de compensar os custos maiores, os yields estão também se contraindo." Embora tenha elevado sua previsão de crescimento da demanda doméstica de 10 a 15 por cento para 12 a 18 por cento, a Gol cortou a expectativa para o yield, que é um importante medidor do preço cobrado pelas passagens aéreas. A estimativa deste ano passou de 19,5 a 21 centavos de real para 18,5 a 19,8 centavos.


Desde o início do ano até o fechamento de quinta-feira, as ações da Gol acumulam desvalorização de 38,5 por cento, enquanto a rival TAM mostrava perda de 14 por cento e o Ibovespa, 15,3 por cento.

Procurada pela Reuters, a Gol informou que não comentaria a revisão das estimativas por estar em período de silêncio antes da divulgação dos resultados de segundo trimestre, em 11 de agosto. O mesmo ocorreu com a TAM.

Semestre ruim - Na revisão dos números previstos para 2011, a Gol, que recentemente anunciou acordo para compra da Webjet, também elevou a estimativa de custo por assento (Cask) excluindo combustível, de 8,7 a 8,3 centavos de real para 9,4 a 9 centavos, desagradando analistas.

"Esperamos que a revisão das estimativas afete as ações por um tempo, com a pressão do Cask podendo continuar durante o segundo semestre", afirma, em relatório, o analista do Credit Suisse, Luiz Otavio Campos.

O banco reduziu sua recomendação para a ação da Gol de "outperform" (acima da média do mercado) para "neutro", e o preço-alvo para 12 meses de 27 para 16 reais.

"Assumindo que a aquisição da WebJet avance, quando a Gol começar a se beneficiar do seu plano de ação para reduzir custos ela estará consolidando a WebJet, com piores números financeiros, o que vai potencialmente atrasar ainda mais a recuperação das margens", diz o analista.

Na avaliação de Campos, "o único catalisador positivo que pode resultar em uma recuperação das ações pode ser a melhora nos yields no segundo semestre", mas para ele, o cenário é "improvável nesta fase".

O Bank of America Merrill Lynch também cortou sua avaliação sobre a Gol de "compra" para "neutro" e revisou a própria estimativa de margem Ebit de 6,9 por cento para 3,7 por cento neste ano, além de diminuir estimativa de lucro por ação de 0,81 centavos de dólar para 0,46 centavos.

O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que a rentabilidade começará a mostrar recuperação apenas em 2012, "assumindo um cenário menos competitivo e um aumento maior nos yields compensando o aumento nos custos".

Nas novas projeções da Gol, estão custos adicionais com a contratação de 395 copilotos em fase de treinamento para garantir os planos futuros de crescimento da companhia. A empresa também comentou que vai encerrar operações de voos fretados com seis Boeing 767, e a devolução antecipada de três aviões desse modelo acabou acarretando em despesas adicionais.

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São Paulo - A drástica revisão nas estimativas de desempenho da Gol neste ano fazia as ações da segunda maior companhia aérea do Brasil sofrerem a pior queda em quase 3 anos nesta sexta-feira, numa perda de valor de mercado de cerca de 790 milhões de reais.

A empresa reduziu na noite da véspera sua previsão de margem operacional de uma faixa de 6,5 a 10 por cento para 1 a 4 por cento, citando dificuldades com altos preços do combustível e custos adicionais com treinamento de pessoal.

O valor da perda de mercado corresponde a cerca de 6 jatos Boeing 737-800, usados pela empresa, segundo preços de tabela da fabricante norte-americana.

Às 16h10, as ações da Gol despencavam 19,14 por cento, enquanto o Ibovespa subia 0,25 por cento e a rival TAM mostrava queda de 6,6 por cento.

A Gol disse que os novos números levaram em conta preços mais elevados dos combustível, que responderam por 40 por cento do total de custos da companhia no primeiro semestre.

Diante do cenário, corretoras e bancos de investimento, como Itaú BBA, Credit Suisse e Bank of America Merrill Lynch, reduziram suas estimativas para as ações da companhia.

Em relatório, o Itaú BBA afirma que o cenário atual traçado pela companhia "é muito pior do que estávamos prevendo (...) O que as novas estimativas da Gol implicam é preocupante: em vez de compensar os custos maiores, os yields estão também se contraindo." Embora tenha elevado sua previsão de crescimento da demanda doméstica de 10 a 15 por cento para 12 a 18 por cento, a Gol cortou a expectativa para o yield, que é um importante medidor do preço cobrado pelas passagens aéreas. A estimativa deste ano passou de 19,5 a 21 centavos de real para 18,5 a 19,8 centavos.


Desde o início do ano até o fechamento de quinta-feira, as ações da Gol acumulam desvalorização de 38,5 por cento, enquanto a rival TAM mostrava perda de 14 por cento e o Ibovespa, 15,3 por cento.

Procurada pela Reuters, a Gol informou que não comentaria a revisão das estimativas por estar em período de silêncio antes da divulgação dos resultados de segundo trimestre, em 11 de agosto. O mesmo ocorreu com a TAM.

Semestre ruim - Na revisão dos números previstos para 2011, a Gol, que recentemente anunciou acordo para compra da Webjet, também elevou a estimativa de custo por assento (Cask) excluindo combustível, de 8,7 a 8,3 centavos de real para 9,4 a 9 centavos, desagradando analistas.

"Esperamos que a revisão das estimativas afete as ações por um tempo, com a pressão do Cask podendo continuar durante o segundo semestre", afirma, em relatório, o analista do Credit Suisse, Luiz Otavio Campos.

O banco reduziu sua recomendação para a ação da Gol de "outperform" (acima da média do mercado) para "neutro", e o preço-alvo para 12 meses de 27 para 16 reais.

"Assumindo que a aquisição da WebJet avance, quando a Gol começar a se beneficiar do seu plano de ação para reduzir custos ela estará consolidando a WebJet, com piores números financeiros, o que vai potencialmente atrasar ainda mais a recuperação das margens", diz o analista.

Na avaliação de Campos, "o único catalisador positivo que pode resultar em uma recuperação das ações pode ser a melhora nos yields no segundo semestre", mas para ele, o cenário é "improvável nesta fase".

O Bank of America Merrill Lynch também cortou sua avaliação sobre a Gol de "compra" para "neutro" e revisou a própria estimativa de margem Ebit de 6,9 por cento para 3,7 por cento neste ano, além de diminuir estimativa de lucro por ação de 0,81 centavos de dólar para 0,46 centavos.

O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que a rentabilidade começará a mostrar recuperação apenas em 2012, "assumindo um cenário menos competitivo e um aumento maior nos yields compensando o aumento nos custos".

Nas novas projeções da Gol, estão custos adicionais com a contratação de 395 copilotos em fase de treinamento para garantir os planos futuros de crescimento da companhia. A empresa também comentou que vai encerrar operações de voos fretados com seis Boeing 767, e a devolução antecipada de três aviões desse modelo acabou acarretando em despesas adicionais.

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