Ação da Gol está protegida contra a alta do petróleo, afirma Santander
Preços mais altos da commodity com as tensões no Egito, concorrência e gargalos de infraestrutura, não impedem a Gol de voar alto na bolsa, avaliam analistas
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 17h22.
São Paulo - A recente alta na cotação do barril do petróleo tem sido motivo de forte volatilidade para algumas empresas listadas em bolsa. Nas últimas semanas, o barril do óleo, empurrado pelas tensões no Egito, ultrapassou em Londres o patamar dos 100 dólares - um nível a que não chegava há dois anos. Empresas aéreas, por exemplo, são umas das atingidas pelas incertezas sobre possíveis pressões no custo operacional. Em meio à esta turbulência, a equipe de análise de Santander pede para que esta questão seja minimizada, pelo menos no caso da Gol (GOLL4).
Em seu recente relatório, o banco reforça sua recomendação de compra para as ações Gol e garante que a companhia está preparada para as pressões vindas da alta da petróleo no curto prazo. O banco fixou o preço-alvo (dez/11) de 38 reais para as ações preferenciais. “A empresa conta com uma base menor de custo quando comparada com seus pares e isto é um atenuador dos impactos da alta do petróleo”, garantem Caio Dias, Carmen Concha e Alexandre Amson.
A equipe lembra que 20% do combustível necessário para os próximos 12 meses já estão garantidos em contratos de hedge e que 60% do que será preciso para os próximos 90 dias também não serão problema. Logo, a alta do petróleo terá impacto reduzido nos números da companhia. “Com isso, a Gol terá tempo suficiente para aumentar as tarifas caso de preço do combustível pressione sua margem”, dizem os analistas. De acordo com a própria Gol, a expectativa é de que a margem operacional cresça dos 10% referentes à 2010 para uma faixa entre 11% e 14% em 2011.
Driblando obstáculos
Além dos custos, na opinião do Santander, outro adversário deve ser driblado pela Gol: o gargalo na infraestrutura dos aeroportos brasileiros. Para isso, a companhia busca compensar as restrições verificadas nos aeroportos de São Paulo. “A Gol pretende oferecer mais voos diretos e também reforçar sua presença em outros aeroportos do Brasil, principalmente, no Galeão, no Rio de Janeiro”.
Outro ponto lembrado no relatório do Santander é a crescente concorrência na aviação comercial brasileira. A Gol acredita que a fusão entre a TAM e a chilena LAN deve trazer preços mais competitivos ao mercado interno, mas que possui o melhor modelo de negócio da América Latina para capturar o crescimento das classes C e D. “Além disso, a administração da Gol diz acreditar que players menores do mercado de aviação civil terão de aumentar suas tarifas para compensar os custo de manutenção mais elevados e adequar seu fluxo de caixa, comprometendo os ganhos de market share”.
No vermelho
Concorrente direta da Gol no Brasil, a TAM (TAMM4) já teve dias melhores na bolsa brasileira. As ações empresa recuaram 10,7%, negociadas a 35,21 reais, e ocuparam a posição de pior desempenho do Ibovespa na semana passada. O desempenho da companhia na bolsa tem sido afetado pelas incertezas que apareceram na fusão com a chilena LAN após uma associação de consumidores do Chile (Conadecus) ter pedido às autoridades chilenas uma investigação da hegemonia da LAN no setor aéreo do país.
Enquanto as ações preferenciais da Gol amargam perdas de 8,6% em 2011, com a TAM não é diferente; no ano, os papéis da companhia registram queda de 7,9%. Ambas performances são ligeiramente inferiores à do principal índice da bolsa, que conta com uma desvalorização de 5,4%.
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