A nova cartada da Stone após bater estimativas e ter o melhor 1º trim. de sua história
Em entrevista à EXAME, VP diz que visa crescimento por meio de oferta de crédito, mas sem abrir mão da rentabilidade
Repórter
Publicado em 17 de maio de 2023 às 20h07.
Última atualização em 17 de maio de 2023 às 20h30.
A Stone registrou lucro líquido de R$ 225,7 milhões no primeiro trimestre, mais de cinco vezes o montante registrado no mesmo período do ano passado. O lucro, que foi o maior da história da companhia para um primeiro trimestre, ficou em R$ 0,73 por ação, acima do consenso de mercado, que era de R$ 0,67.
Superando estimativas
O EBT ajustado cresceu 371% para R$ 324 milhões, superando com folga o guidance de ao menos R$ 265 milhões para o período. Já a receita ficou cerca de R$ 100 milhões acima do guidance, em R$ 2,7 bilhões, 37% superior à do primeiro trimestre do ano passado.
" Conseguimos crescer com rentabilidade e bater todos os guidances que demos. Tivemos um trimestre excepcional, que mostra que estamos prontos para o crescimento de longo prazo", disse Rafael Martins Pereira, vice-presidente de Finanças da Stone e diretor de Relações com Investidores em entrevista à EXAME Invest.
O maior crescimento no primeiro trimestre se deu justamente na frente de serviços financeiros, a maior fonte de receita da empresa, que cresceu 49,3% para 2,308 bilhões. O resultado foi puxado pelo segmento de micro, média e pequenas empresas (MSMB), com crescimento do volume total de pagamentos de 12,4% para R$ 93,5 bilhões. O crescimento da base de clientes MSMB saltou 47,4% para 2,758 milhões.
"Essa divisão está começando a colher frutos agora. Começamos a trabalhar com a plataforma de banking em 2017 e tornamos o negócio escalável facilmente por sermos parceiros financeiros dos lojistas e de software", comentou Pereira.
Stone se prepara para concessão de crédito
É com essa base de clientes que a Stone pretende acelerar sua divisão de banking, que já possui 1,253 milhão de clientes ativos, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Pereira espera que os números do segmento cresçam ainda mais a partir do lançamento do cartão de crédito para clientes de MSMB. A expectativa é de que o produto seja lançado no segundo semestre. "Queremos ser o cartão corporativo do pequeno lojista", disse o vice-presidente financeiro da Stone.
A empresa já está com um cartão de débito na rua e deve fazer os primeiros testes com o cartão de crédito em breve. "O crédito é uma das maiores dores do comércio e queremos atender essa demanda."
Apesar das oportunidades que a frente de crédito ainda pode representar para a Stone, Pereira avalia que o início das operações requer maior cautela. "Queremos ampliar o portfólio de crédito de maneira conservadora. Queremos investir e crescer, mas com rentabilidade."
Diante de juros e riscos mais altos de inadimplência, Pereira ressaltou a importância das sinergias da área de crédito com a de outros serviços prestados da casa, como o de adquirência. "Nós buscamos ter uma relação muito próxima com o cliente e tendo esse histórico transacional das empresas ajuda muito na concessão de crédito", afirmou.
"Outra coisa que ajuda ainda mais é o software, que nos provê dados que ninguém mais tem, como os do fluxo de pagamento e recebimento. Temos quase um raio X do cliente."