9 empresas listadas com maior risco de liquidez no Brasil
A agência Moody's listou as companhias em situação mais delicada de financiamento de dívidas
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 19h54.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h37.
São Paulo – A agência de classificação de risco Moody’s publicou nesta terça-feira uma lista com as empresas em situação mais delicada de financiamento de dívidas. A equipe de EXAME.com selecionou dentre elas aquelas com ações listadas em bolsa e listou, a seguir, os indicadores produzidos com base nas estimativas da agência. Foram escolhidas apenas as empresas que possuem um caixa insuficiente para cobrir 150% das dívidas com vencimento nos próximos 12 meses.
A construtora Brookfield ( BISA3 ) tem um elevado risco de disponibilidade de caixa, aponta a Moody’s. A nota da empresa é Ba3, com perspectiva estável. Segundo os cálculos e estimativas da agência, a liquidez disponível nos próximos dois anos cobrem apenas 39% das dívidas a vencer no mesmo período e 64% para 12 meses. A geração de caixa livre em 2012 foi negativa em 1,027 bilhão de reais. As ações têm queda de 38,3% em 2013. A Moody’s pondera que os contratos com o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) garantem 3,6 bilhões de reais para a empresa, valor suficiente para cobrir os projetos em andamento.
A Even ( EVEN3 ), segunda construtora na lista, também apresenta um nível alto de risco de disponibilidade de caixa. Os recursos disponíveis nos próximos 24 meses garantem o pagamento de 59% das dívidas a vencer no mesmo período e 145% em 12 meses. A geração de caixa livre da empresa no ano passado foi de apenas 12 milhões de reais. O rating da empresa está em Ba3, com perspectiva estável. A Moody’s ressalta, contudo, que a necessidade de caixa é altamente mitigada pela disponibilidade sólida de fundos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). As ações têm desempenho estável em 2013.
A companhia aérea GOL ( GOLL4 ) também está na lista das empresas com um risco alto de disponibilidade de caixa. Segundo os cálculos e estimativas da Moody’s, a empresa possui um caixa que garante o pagamento de 94% das dívidas com vencimento nos próximos dois anos e 149% em 12 meses. O fluxo de caixa livre ficou negativo em 342 milhões de reais em 2012. O rating da empresa é B3, com perspectiva estável. Durante o primeiro trimestre de 2013, a empresa concluiu a emissão de 200 milhões de dólares em notas para trocar a dívida de curto prazo e alongar o perfil de endividamento da empresa. As ações têm desempenho estável em 2013.
A fabricante de alimentos Marfrig ( MRFG3 ) tem um risco considerado alto de disponibilidade de caixa, segundo a análise da Moody’s. A agência calcula que a liquidez disponível nos próximos 24 meses cubram apenas 69% das dívidas a vencer nos próximos dois anos. Em um ano, a Marfrig consegue cobrir 121% das dívidas a vencer no mesmo período. A nota de rating é B2, com perspectiva estável. O fluxo de caixa da empresa foi negativo em 911 mihões de reais em 2012. As ações têm queda de quase 24% em 2013. “Em dezembro de 2012, a Marfrig tinha 3,2 bilhões em dinheiro, o suficiente para cobrir 95% de sua dívida de curto prazo. Entretanto, cerca de um terço da posição de caixa da empresa está restrita, ligada a uma obrigação de longo prazo de exportação”, explica a Moody’s em sua análise.
A Rossi ( RSID3 ) é a quarta construtora a aparecer na lista da Moody’s. De acordo com as estimativas da agência, o caixa disponível nos próximos 24 meses só é suficiente para cobrir 37% das dívidas a vencer no mesmo período e 60% em 12 meses. A geração de fluxo de caixa livre em 2012 foi negativa em 759 milhões de reais. A nota com a Moody’s é Ba2 e a perspectiva negativa. As ações da Rossi têm queda de 28% em 2013. “O fraco perfil de liquidez da Rossi reflete a alta alavancagem e a baixa geração de caixa. O risco de refinanciamento é amplamente mitigado pela disponibilidade de empréstimos por meio do SFH e o apoio constante dos acionistas que aumentaram o capital em 500 milhões de reais durante o quarto trimestre de 2012”, pondera a Moody’s.
A empresa de transportes Tegma ( TGMA3 ) tem recursos em caixa nos próximos 24 meses suficientes para cobrir apenas 25% das dívidas com vencimento neste período e 36% nos próximos 12 meses. A geração de fluxo de caixa livre em 2012 foi negativa em 56 milhões de reais. O rating é Ba2, com perspectiva estável. A Moody’s lembra que a Tegma refinanciou a sua dívida de curto prazo com uma emissão de 200 milhões de reais no início de 2013. Daqui adiante, ressalta a agência, a liquidez será pressionada pelo elevado nível de pagamento de dividendos. As ações da Tegma têm queda de 25% em 2013.
A empresa, que produz cartões inteligentes e magnéticos e documentos, está na lista por possuir recursos disponíveis nos próximos 24 meses que cobrem apenas 51% das dívidas no mesmo período e 75% em 12 meses. A geração de fluxo de caixa livre em 2012 foi negativa em 81 milhões de reais. O rating é Ba2, com perspectiva estável. As ações da Valid ( VLID3 ) têm baixa de quase 20% em 2013. A Moody’s lembra que a posição de liquidez da empresa se fortaleceu em março de 2013 com a captação de 250 milhões de reais com debêntures.
Com o rating B3 e perspectiva negativa, a construtora Viver ( VIVR3 ) possui recursos nos próximos 24 meses capazes de cobrir 89% das dívidas no mesmo período e 68% em 12 meses. A geração de fluxo de caixa livre em 2012 foi negativa em 105 milhões de reais. As ações têm desempenho estável em 2013. A Moody’s ressalta que, atualmente, a liquidez da Viver é fraca e terminou 2012 com apenas 183 milhões de reais em dinheiro. A empresa possui cerca de 300 milhões de reais em empréstimos aprovados junto ao SFH que cobrem aproximadamente 80% dos projetos em andamento.
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