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4 razões para apostar nas ações da Vale, segundo o HSBC

Analistas elevaram a recomendação e veem papel “extremamente barato”

Vale: analista acredita que a mudança no cenário já foi precificada (Agência Vale/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 16h16.

São Paulo – A equipe de análise global do HSBC mudou a sua visão sobre as ações da mineradora brasileira Vale após notar uma melhora nas perspectivas para a empresa. O analista Jonathan Brandt calcula ainda que os títulos negociam a um desconto de 20% em relação às maiores do mundo (Rio tinto, BHP Billiton, Anglo American e Xstrata) e de 46% para o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira.

“Nesses níveis de descontos (frente ao mercado e a seus pares), e considerando o fato de acreditarmos que os rebaixamentos nas projeções de lucros da Vale provavelmente terminaram pelo resto do ano, esperamos que a avaliação funcione como um suporte se o mercado de forma geral vivenciar uma atitude de fuga de risco”, avalia em um relatório enviado aos clientes.

O desconto na comparação com as outras mineradoras já foi atingindo antes, mas a última vez em que tal diferença ocorreu foi em 2006. Já a subavaliação na comparação do preço sobre o lucro por ação da Vale em relação ao mercado brasileiro em geral só encontra patamar parecido durante a crise financeira global de 2008. Segundo Brandt, a empresa “continua a ser extremamente barata”.

“Estamos agora otimistas com a perspectiva para as ações da empresa acreditamos que o perfil de risco/retorno passou a ser positivo. Os ventos desfavoráveis permanecem? É claro que sim. Porém, a Vale é o nome mais atrativo em termos de fundamentos em nosso universo de cobertura”, ressalta o HSBC.

Brandt, que elevou a recomendação de neutra para alocação acima da média (overweight) e possui um preço-alvo de 48,50 reais para as ações ordinárias ( VALE3 ) e 42,50 para as preferenciais de classe A ( VALE5 ), listou quatro motivos que sustentam a mudança em sua visão em relação aos papéis da mineradora.

1. Melhora na China

O banco acredita que as medidas de estímulo econômico, como os sucessivos cortes nas taxas de juros, implementadas pela China podem começar a surtir efeito. Nesta semana, o primeiro-ministro do país, Wen Jiabao, afirmou que as medidas para estabilizar a economia estão funcionando e que o governo vai acelerar os esforços no segundo semestre do ano para elevar a efetividade das políticas.


“Os dados macroeconômicos da China, divulgados recentemente, ilustram uma economia que vem apresentando um "pouso suave", sem impacto desastroso, e o governo do país continua a implementar medidas de estímulo”, ressalta o analista. O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu apenas ligeiramente as estimativas para o crescimento do país de 8,2% para 8% em 2012 e de 8,8% para 8,5% para o ano que vem.

2. Minério de ferro

A Vale, maior mineradora da commodity no mundo, pode também se beneficiar de um aumento nos preços à vista do minério de ferro no segundo semestre embalados pela provável aceleração da economia chinesa no segundo semestre.

“Em nossa opinião, continuarão a existir dificuldades para que a nova oferta do produto chegue ao mercado ao passo que a demanda, que é inegavelmente robusta, continuará a uma taxa de 3%-4%. Consequentemente, acreditamos agora que o mercado de minério de ferro continuará mais apertado do que prevíamos anteriormente”, afirma o banco.

3. Revisões

Para o HSBC, as reduções nas projeções de lucros para a empresa por parte dos analistas provavelmente terminaram, o que dá um alívio na pressão sobre as ações da mineradora. O próprio banco encerrou as revisões para baixo nas estimativas para a Vale em seu último relatório. Em 23 de maio, o banco já tinha cortado a projeção de geração de caixa em 8%.

“Na ocasião, as revisões ocorreram em virtude de questões específicas da Vale (resultados fracos no primeiro trimestre, alta nos custos, pequena queda na produção, etc.). Neste relatório, reduzimos novamente nossa projeção de EBITDA 2012, desta vez em 11%, porém mais em função de uma revisão para baixo nos preços do minério de ferro do que de problemas específicos da empresa”, ressalta.

4. Avaliação

O banco avalia que as estimativas para as ações continuam atrativas e é provável que o pagamento de 6% em dividendos (dividend yield) em relação ao preço atual da ação continue nos próximos anos, em comparação a apenas 2,5% para o retorno dos títulos da dívida da Vale, ressalta. O pagamento é o melhor dentre as mineradoras globais diversificadas, calcula Brandt.

“Embora o mercado possa se decepcionar se estiver esperando retornos de capital superiores a 6 bilhões de dólares em dividendos já anunciados, acreditamos que esse nível mínimo será sustentável nos próximos anos, particularmente se nossas premissas para o preço de commodities se mostrarem corretas”, afirma o banco.

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São Paulo – A equipe de análise global do HSBC mudou a sua visão sobre as ações da mineradora brasileira Vale após notar uma melhora nas perspectivas para a empresa. O analista Jonathan Brandt calcula ainda que os títulos negociam a um desconto de 20% em relação às maiores do mundo (Rio tinto, BHP Billiton, Anglo American e Xstrata) e de 46% para o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira.

“Nesses níveis de descontos (frente ao mercado e a seus pares), e considerando o fato de acreditarmos que os rebaixamentos nas projeções de lucros da Vale provavelmente terminaram pelo resto do ano, esperamos que a avaliação funcione como um suporte se o mercado de forma geral vivenciar uma atitude de fuga de risco”, avalia em um relatório enviado aos clientes.

O desconto na comparação com as outras mineradoras já foi atingindo antes, mas a última vez em que tal diferença ocorreu foi em 2006. Já a subavaliação na comparação do preço sobre o lucro por ação da Vale em relação ao mercado brasileiro em geral só encontra patamar parecido durante a crise financeira global de 2008. Segundo Brandt, a empresa “continua a ser extremamente barata”.

“Estamos agora otimistas com a perspectiva para as ações da empresa acreditamos que o perfil de risco/retorno passou a ser positivo. Os ventos desfavoráveis permanecem? É claro que sim. Porém, a Vale é o nome mais atrativo em termos de fundamentos em nosso universo de cobertura”, ressalta o HSBC.

Brandt, que elevou a recomendação de neutra para alocação acima da média (overweight) e possui um preço-alvo de 48,50 reais para as ações ordinárias ( VALE3 ) e 42,50 para as preferenciais de classe A ( VALE5 ), listou quatro motivos que sustentam a mudança em sua visão em relação aos papéis da mineradora.

1. Melhora na China

O banco acredita que as medidas de estímulo econômico, como os sucessivos cortes nas taxas de juros, implementadas pela China podem começar a surtir efeito. Nesta semana, o primeiro-ministro do país, Wen Jiabao, afirmou que as medidas para estabilizar a economia estão funcionando e que o governo vai acelerar os esforços no segundo semestre do ano para elevar a efetividade das políticas.


“Os dados macroeconômicos da China, divulgados recentemente, ilustram uma economia que vem apresentando um "pouso suave", sem impacto desastroso, e o governo do país continua a implementar medidas de estímulo”, ressalta o analista. O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu apenas ligeiramente as estimativas para o crescimento do país de 8,2% para 8% em 2012 e de 8,8% para 8,5% para o ano que vem.

2. Minério de ferro

A Vale, maior mineradora da commodity no mundo, pode também se beneficiar de um aumento nos preços à vista do minério de ferro no segundo semestre embalados pela provável aceleração da economia chinesa no segundo semestre.

“Em nossa opinião, continuarão a existir dificuldades para que a nova oferta do produto chegue ao mercado ao passo que a demanda, que é inegavelmente robusta, continuará a uma taxa de 3%-4%. Consequentemente, acreditamos agora que o mercado de minério de ferro continuará mais apertado do que prevíamos anteriormente”, afirma o banco.

3. Revisões

Para o HSBC, as reduções nas projeções de lucros para a empresa por parte dos analistas provavelmente terminaram, o que dá um alívio na pressão sobre as ações da mineradora. O próprio banco encerrou as revisões para baixo nas estimativas para a Vale em seu último relatório. Em 23 de maio, o banco já tinha cortado a projeção de geração de caixa em 8%.

“Na ocasião, as revisões ocorreram em virtude de questões específicas da Vale (resultados fracos no primeiro trimestre, alta nos custos, pequena queda na produção, etc.). Neste relatório, reduzimos novamente nossa projeção de EBITDA 2012, desta vez em 11%, porém mais em função de uma revisão para baixo nos preços do minério de ferro do que de problemas específicos da empresa”, ressalta.

4. Avaliação

O banco avalia que as estimativas para as ações continuam atrativas e é provável que o pagamento de 6% em dividendos (dividend yield) em relação ao preço atual da ação continue nos próximos anos, em comparação a apenas 2,5% para o retorno dos títulos da dívida da Vale, ressalta. O pagamento é o melhor dentre as mineradoras globais diversificadas, calcula Brandt.

“Embora o mercado possa se decepcionar se estiver esperando retornos de capital superiores a 6 bilhões de dólares em dividendos já anunciados, acreditamos que esse nível mínimo será sustentável nos próximos anos, particularmente se nossas premissas para o preço de commodities se mostrarem corretas”, afirma o banco.

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