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3 perguntas para a Direct Edge, que pode derrubar o monopólio da Bovespa

CEO fala sobre a consolidação das bolsas e como uma entrante pode ganhar mercado

A Direct Edge quer iniciar as operações no Brasil no último trimestre de 2012 (Matthew Peyton/Getty Images)

A Direct Edge quer iniciar as operações no Brasil no último trimestre de 2012 (Matthew Peyton/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 10h13.

São Paulo – A tranquilidade da BM&FBovespa (BVMF3), que goza o posto de única bolsa de valores no Brasil desde 2008, foi ameaçada duas vezes neste ano. O maior interesse dos investidores globais no mercado brasileiro pôs em risco o monopólio da empresa liderada por Edemir Pinto e nem mesmo a estrutura verticalizada – que também inclui os serviços de compensação da CLBC – afasta os interessados em abocanhar um pedaço de um dos mercados de capitais mais quentes do mundo.

A primeira foi a BATS Global Markets, que em fevereiro se uniu à gestora brasileira Claritas para iniciar um projeto para a criação de um novo mercado de ações. Na semana passada, a Direct Edge também anunciou a intenção de criar uma alternativa. A empresa ousou ainda mais e decidiu estabelecer a sua sede no Rio de Janeiro. A entrada impulsionaria o mercado financeiro da cidade, enfraquecido em 2002 quando a Bolsa do Rio foi comprada pela concorrente de São Paulo.

William O'Brien, CEO da Direct Edge e ex-vice presidente da Nasdaq, comanda os primeiros passos do desembarque no país enquanto não escolhe um presidente para a operação local. O’Brien, que na terça-feira vem ao Rio para o anúncio oficial da Direct Edge Brazil em um evento com a presença de políticos municipais e estaduais, falou à EXAME.com sobre as últimas tendências da indústria de bolsas valores no mundo.

1. Temos visto nos últimos anos um movimento de consolidação entre as maiores bolsas de valores nos EUA, Europa, Ásia, além de esforços de integração dos mercados na América Latina. Por que, ao mesmo tempo, há outra tendência de novas bolsas de valores menores como nos EUA e na Austrália?

William O'Brien - A negociação eletrônica tornou mais fácil a integração com múltiplos mercados, ao contrário de anos atrás quando apenas um pregão físico para unir os compradores e vendedores. Por exemplo, a MILA (Mercado Integrado Latinoamericano) irá conectar eletronicamente as bolsas do Peru, Chile e Colômbia, mas cada uma continuará independente.


A competição entre as bolsas trouxe benefícios para os investidores na forma de menores custos de transação, inovação de produtos, a uma tecnologia melhor. Parte da consolidação atual entre as bolsas é uma resposta das pressões competitivas das novas plataformas que conseguiram uma fatia significante da participação de mercado, como a Direct Edge.

2. Os investidores veem o mercado brasileiro como um dos mais quentes do mundo para a negociação de alta frequência, mas muitos reclamam dos altos custos e problemas de tecnologia. O sr. acredita que há uma oportunidade para crescimento neste segmento? A alta frequência é importante nas operações atuais da Direct Edge?

A Direct Edge se orgulha em servir a uma diversa gama de consumidores nos EUA, incluindo os operadores de alta frequência. Iremos tomar a mesma atitude no Brasil, trabalhando com clientes que sirvam para todos investidores – institucionais, varejo, e alta frequência – para ajudá-los a conduzir seus negócios adiante.

3. Em qual situação uma bolsa de valores menor poderia atingir a uma demanda específica de um investidor que uma bolsa maior não conseguiria resolver?

Quando você escuta os seus clientes e entrega os produtos que os ajudam nos negócios, o sucesso tende a acompanhar independentemente do tamanho da empresa. Nos EUA, a Direct Edge foi pioneira no uso de plataformas separadas com preços distintos para atrair o fluxo de investidores com complementariedades de liquidez. Após capturar mais que 10% do mercado americano com essa abordagem, as outras bolsas, incluindo rivais já estabilizadas como a Nasdaq, nos copiaram e introduziram o próprio modelo de múltiplas plataformas.

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