Maior que tesouro e ações: renda fixa corporativa atinge 12 milhões de investidores
Valor em custódia no segmento salta 48%, para R$ 1,3 bilhão – renda variável ainda é o segmento que mais cresce
Beatriz Quesada
Publicado em 1 de setembro de 2022 às 17h09.
Última atualização em 1 de setembro de 2022 às 19h55.
A renda fixa se mantém como o investimento que mais brilha os olhos do investidor brasileiro. O segmento atingiu 11,9 milhões de investidores pessoa física, segundo estudo da B3 que analisa a evolução dos investidores no mercado no segundo trimestre deste ano.
Em comparação ao final de 2021, houve um aumento de 1,7 milhão de investidores no segmento e alta de R$ 280 bilhões no valor em custódia. Segundo a bolsa, os produtos já têm alta aceitação entre os investidores pessoa física e têm mantido a tendência de alta. No entanto, a alta da inflação e dos juros impulsionou os investimentos nos produtos corporativos de renda fixa.
Como o nome indica, são títulos de renda fixa emitidos por empresas. São eles: Certificado de Depósito Bancário (CDB), Recibo de Depósito Bancário (RDB), Letra de Crédito (LC), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), debêntures, notas comerciais e letras hipotecárias.
Já os títulos emitidos pelo governo – o famoso Tesouro – atingiu a marca de 2 milhões de investidores no segundo trimestre, alta de 29% frente ao mesmo período do ano anterior. Embora perca para os títulos corporativos em número de investidores, o Tesouro ganha no valor em custódia: são R$ 88 bilhões aportados na categoria até o segundo trimestre, uma alta de 30% na comparação anual.
A renda variável, por sua vez, foi destaque em crescimento: uma alta de 37%, para 5,18 milhões de contas. O número de CPFs, por sua vez, foi de 4,4 milhões. A diferença no cálculo ocorre porque uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.
Renda variável
O protagonismo da renda fixa, no entanto, não manteve os investidores afastados da variável. O segmento foi destaque em crescimento: uma alta de 37%, para 5,18 milhões de contas. O número de CPFs, por sua vez, foi de 4,4 milhões. A diferença no cálculo ocorre porque uma mesma pessoa pode ter conta em mais de uma corretora.
Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 1,26 milhão de investidores pessoa física no mercado de capitais. Com o novo volume, os pequenos investidores já representam 17% do total de recursos investidos em equities na B3, que englobam ações, fundos imobiliários (FIIs), ETFs e BDRs – certificados que espelham ações negociadas no exterior.
Em ações, o número de investidores cresceu 15% no último ano. O total saiu de 2,8 milhões para 3,2 milhões de CPFs. Houve, no entanto, uma redução tanto no valor em custódia quanto no saldo mediano em custódia. O valor caiu 25%, para R$ 328 bilhões, enquanto o saldo médio para cada CPF caiu de R$ 7 mil para R$ 3 mil na comparação anual.
Os fundos imobiliários, por sua vez, são dominados pelas pessoas físicas, que detém 74% do total investido no produto. A marca de 1 milhão de investidores foi ultrapassada em 2020 e, atualmente, são 1,7 milhão de pessoas físicas investindo em FIIs.
Entre os ETFs, o crescimento no número de investidores foi de 22% na comparação anual. O destaque, no entanto, fica com os BDRs, cuja base de investidores cresceu 422%, de 299 mil para 1,56 milhão.
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