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Fundos imobiliários continuam vantajosos, mesmo sem isenção de IR

Proposta de reforma prevê cobrança de tributo sobre dividendos de fundos imobiliários; FIIS em EXAME revela impacto de hipotética alíquota de 15% no ativo

Vista aérea de São Paulo: fundos imobiliários ficaram isentos de IR em 2005 | Foto: Germano Lûders/EXAME (Germano Lûders/Exame)
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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2021 às 17h14.

Última atualização em 11 de julho de 2021 às 10h28.

O número de investidores em fundos imobiliários (FIIs) no país é de cerca de 1,5 milhão. Para muitos, o investimento acabou sendo a porta de entrada do mercado financeiro por atrair quem gosta de imóveis, aliando a possibilidade de receber dividendos mensalmente, que são isentos de Imposto de Renda. Entretanto a reforma tributária que começa a tramitar na Câmara dos Deputados pode acabar com a isenção dos dividendos.

Para o professor Arthur Vieira de Moraes, da EXAME Academy, especialista em FIIs, o eventual fim da isenção de IR para dividendos não tornará o investimento menos atrativo. "A isenção do imposto de renda é a última das vantagens. A grande vantagem do fundo imobiliário, no mundo inteiro, é dar ao investidor acesso a ativos de qualidade e gestão de qualidade. Além da diversificação. E ainda tem o bônus da isenção. Que um dia deve acabar”, afirmou durante o programa “FIIs em EXAME ” que vai ao ar toda sexta-feira às 15h, no canal da EXAME Invest no YouTube .

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“Toda vez que temos uma mudança estrutural, seja em uma empresa, em um negócio ou em um país, parte das pessoas sai. É natural. O mesmo irá acontecer com os fundos imobiliários. Será uma mudança estrutural, alguns sairão, mas o mercado segue”, acrescentou o professor na hipótese de a proposta ser aprovada no Congresso.

Vale lembrar que hoje já existe a cobrança de 20% de IR sobre o ganho de capital eventual na venda de cotas de FIIs.

O professor debateu o impacto da reforma tributária com Danilo Bastos,sócio do Ticker11. Bastos lembrou que, até 2004, fundos imobiliários não eram isentos e disse que é normal haver mudanças.“O produto não nasceu isento, mas se tornou em 2005. Se aprovada a reforma,  não significa que a tributação será definitiva. Pode ser que surja uma proposta para tributar ainda mais ou alguém decida que deve isentar novamente. As regras do jogo mudam. Faz parte do jogo. Não tem como entrar no mercado e achar que a regra é esta e pronto. As coisas mudam”, disse Bastos.

Se o texto da proposta for aprovado, os especialistas destacaram ainda que os fundos de fundos de investimentos, os FOFs, teriam uma vantagem. Segundo o professor, atualmente, quando um FOF compra cotas de outro fundo, ele é tributado; com a aprovação da proposta, deixaria de ser. “Há uma compensação”, explicou Vieira de Moraes.

Bastos acrescentou que mesmo se os fundos imobiliários fossem tributados desde 2011, quando foi lançado o IFIX, índice quereflete o desempenho médio das cotações de fundos imobiliários na B3, o investimento continuaria sendo atrativo. Ele fez uma simulação com o desempenho dos fundos com uma tributação de 15% nos últimos dez anos.

"Se o fundo imobiliário fosse tributado desde quando existe o IFIX, não teria sido um investimento ruim. Fiz essa análise para acabar com a falácia de que a tributação acaba com a vantagem do fundo imobiliário. Ele continuaria com um retorno melhor do que outras classes de ativos." Assista à análise completa no programa abaixo:

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