Exame Logo

Dividendo bilionário e estímulo chinês: razões para comprar ações da Vale

As perspectivas da mineradora são positivas com o estímulo chinês que deve aumentar a demanda de minério de ferro ao longo do ano

Vale: apesar da queda de 12,88% no mês de abril, as ações da mineradora foram as mais recomendadas pelos analistas para comprar no mês de maio (Yusuf Ahmad/Reuters)

Karla Mamona

Publicado em 3 de maio de 2022 às 13h16.

Última atualização em 3 de maio de 2022 às 14h45.

Apesar da queda de 12,88% no mês de abril, as ações da Vale (VALE3) foram as mais recomendadas pelos analistas para comprar no mês de maio. De acordo com uma consulta realizada pela EXAME Invest, os papéis da mineradora estão presentes em 11 das 14 carteiras consultadas.

A recomendação de compra feita pelos analistas é baseada em alguns fatores, como o estímulo chinês que deve aumentar a demanda de minério de ferro ao longo do ano. No final do mês passado, o governo da China afirmou que irá implementar políticas adicionais com o objetivo de estimular a economia e intensificar esforços para expandir o consumo, além de fazer investimentos efetivos.

Veja também

Os estímulos da China devem impactar no preço do minério de ferro, e refletir positivamente no resultado operacional da Vale. No mercado, há quem acredite que o Ebitda em 2022 tenha um crescimento de 19%, atingindo a marca de US$ 24 bilhões. Com o caixa reforçado, a perspectiva é que a companhia pague dividendos gordos aos acionistas, no valor de cerca de US$ 13 bilhões. Vale lembrar que no ano passado, a mineradora foi a maior pagadora de dividendos, distribuindo um total de R$ 73,3 bilhões aos acionistas.

Veja abaixo os principais comentários feitos por analistas de bancos e corretoras sobre a Vale:

Ágora Investimentos: “Mesmo que a guerra entre Rússia e Ucrânia termine, acreditamos que as interrupções no fornecimento levem alguns trimestres até uma normalização completa, ao mesmo tempo que os estímulos chineses potencialmente aumentarão a demanda por minério de ferro ao longo do ano, embora a piora recente da pandemia de covid-19 por lá, que fechou temporariamente importantes centros urbanos, seja um risco a se observar. Do lado negativo, o aumento dos preços do petróleo deve levar a um impacto nos custos da companhia. De fato, esse cenário global mais adverso pode ser observado nos resultados do primeiro trimestre da Vale. De qualquer forma, os preços mais altos de minério de ferro impulsionam resultados, compensando os volumes mais fracos e os custos mais altos. Em termos de valuation, VAL negocia, com um múltiplo atraente EV/Ebitda para 2022 em nossa visão, à luz dos estimados US$ 13,2 bilhões em dividendos. A recomendação, portanto, permanece de compra.”

BTG Pactual: “Acreditamos que a história da tese de investimento na Vale pode se estender bem até 2022. A administração continua altamente disciplinada na alocação de capital, o que implica que a maior parte da agenda deve ser orientada para os retornos de caixa dos acionistas — projetamos um yield de 15% para 2022, incluindo o recentemente anunciado programa de recompra de US$ 8 bilhões de ações. Também esperamos que os problemas de produção de minério de ferro em Carajás se dissipem e melhorando os resultados de sua unidade de metais básicos subvalorizada em 2022. No curto prazo, os preços do minério de ferro devem continuar suportados na recuperação da produção siderúrgica chinesa (pelas políticas de estímulo e relaxamento das restrições à poluição) e na oferta marítima que segue apertada. Também acreditamos que a empresa continuará fazendo progressos tangíveis na frente ESG.  Reiteramos nossa recomendação de compra em Vale, com as ações negociadas em 3x EV/Ebitda em 2022”

Modalmais: “Ação selecionada por melhora de múltiplos fundamentalistas [ indicadores de mercado ], como preço lucro, preço valor patrimonial, dividend yield etc., e em conjunto com análise top-down que leva em consideração a análise macroeconômica, e adicionalmente o timing do preço, com as recentes movimentações.”

Santander: “Acreditamos que a Vale está bem posicionada dentro da indústria global de minério de ferro, sua divisão mais importante. Esperamos que a demanda por minério de ferro de alta qualidade continue decente no curto prazo, beneficiando a empresa devido ao incremento do projeto S11D [ localizado no município de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará ], que aumentou a oferta da commodity de maior qualidade da companhia. Após a recente apreciação do minério de ferro no mercado internacional, em função de preocupações quanto a menor oferta da commodity tanto vindo do Brasil quanto da Austrália — o minério negociado na China subiu de US$ 100/tonelada no fim de 2021 para cerca de US$ 137/t atualmente —, mantemos nossa visão construtiva no médio prazo para o setor de mineração. Enxergamos as empresas brasileiras do setor, a exemplo da Vale, como bem posicionadas no mercado interno e externo, com fluxos de caixa fortes, alavancagem controlada e, em sua maioria, companhias boas pagadoras de dividendos.”

 

Acompanhe tudo sobre:DividendosIbovespaMercado financeiroMinério de ferroVale

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Invest

Mais na Exame