Invest

Como esta gestora está se preparando para a alta da inflação

Grimper Capital aposta em commodities e alta de juros para surfar retomada da economia global

Sylvio Castro: sócio e presidente da gestora Grimper Capital (Roberto Setton/Divulgação)

Sylvio Castro: sócio e presidente da gestora Grimper Capital (Roberto Setton/Divulgação)

B

Bloomberg

Publicado em 12 de março de 2021 às 08h13.

Última atualização em 12 de março de 2021 às 08h15.

A Grimper Capital, gestora de recursos criada por veteranos da unidade de private banking do Credit Suisse no Brasil, está apostando em ações de empresas produtoras de commodities e na alta de juros, à medida que a economia global se recupera da pandemia de coronavírus.

Conheça o maior banco de investimentos da América Latina e invista com os melhores assessores

Sylvio Castro, ex-diretor de investimentos da unidade de gestão de fortunas brasileiras do banco suíço, é um dos fundadores da Grimper, que tem sede em São Paulo. A empresa tem uma equipe de 13 pessoas e capacidade inicial para gerir cerca de R$ 5 bilhões, segundo Castro.

Com a visão de que fortes estímulos e a redução de restrições de mobilidade social vão pressionar a inflação para cima, a gestora possui posições tomadas em juros globais, especialmente nos Treasuries de 10 anos. A Grimper também gosta de ações de commodities em meio ao cenário de demanda aquecida, favorecendo Vale e Suzano no Brasil e comprando índices setoriais no exterior.

“Há vários drivers que empurram a inflação para acelerar no curto prazo, com as pessoas podendo voltar às ruas e uma combinação de estímulo monetário e fiscal muito forte”, disse Castro, em entrevista. “Esse tema de inflação e commodities é o tema em que temos a maior convicção.”

A Grimper também está comprada em inflação implícita no Brasil. No mercado de ações, a gestora vê oportunidades pontuais em nomes como Mercado Livre, Magazine Luiza e Twilio -- plataforma de comunicação na nuvem e uma das queridinhas dos investidores em meio à pandemia.

A gestora lançou o multimercado macro Blanc no fim de fevereiro e o long biased Meru no início deste mês.

Castro diz que o Blanc está praticamente zerado em bolsa no Brasil, com quase toda sua exposição em ações no mercado internacional, à medida que o país enfrenta o pior momento da pandemia e lida com incerteza política crescente.

No início de março, a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Lava Jato lançou dúvidas sobre uma possível escalada populista por parte do presidente Jair Bolsonaro, o que pode dificultar o caminho das reformas econômicas.

“Até hoje não conseguimos sentir no presidente essa convicção liberal que foi repetida à exaustão durante a campanha”, disse Castro. “O ruído fiscal e político pode antecipar discussões que provavelmente só começariam no ano que vem.”

Castro começou a Grimper ao lado de Andre Szasz e João Paulo Freitas, depois que o trio saiu do Credit Suisse no ano passado.

Eles são parte de um movimento mais amplo de executivos que têm deixado carreiras de décadas em grandes bancos para abrir seu próprio negócio na maior economia da América Latina. Os fundos multimercados locais tiveram captação líquida de R$ 103 bilhões no ano passado, a maior entrada líquida anual pelo menos desde 2006, de acordo com dados da Anbima.

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesCredit SuisseFundos de investimentoGestores de fundosInflaçãoJurosSelic

Mais de Invest

Consumidores têm até 30 de novembro para negociar dívidas bancárias em Mutirão

Inteligência artificial pode auxiliar você nos seus investimentos; veja como

TD Garantia permite usar títulos do Tesouro Direto como garantia de aluguel e empréstimo

Funcionário esconde R$ 750 milhões em despesas e provoca crise em gigante do varejo