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Comece com pouco: saiba como investir na bolsa com até R$ 300

Novos investidores estão entrando na B3 com valores cada vez mais baixos; especialistas aconselham que investir um pouco a cada mês é mais importante

Investimento mais acessível: mediana da primeira aplicação em bolsa dos novos investidores é de R$ 352 | Foto: Priscila Zambotto/GettyImages (Priscila Zambotto/Getty Images)
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Beatriz Quesada

Publicado em 27 de agosto de 2021 às 06h20.

Última atualização em 27 de agosto de 2021 às 06h34.

A bolsa brasileira vem enfrentando um período de forte volatilidade que se mostra um novo teste de estresse para os investidores. Para os novatos, o sobe-e-desce pode assustar, mas especialistas reforçam que a volatilidade faz parte do jogo e não deve ser motivo para deixar de investir em renda variável pensando no longo prazo.

“O importante para investir em bolsa é dar o primeiro passo, independentemente do valor. Isso pode animar o investidor a tornar os aportes mais eficientes e recorrentes ao longo do tempo”, afirma Gabriella Cristiny, assessora da PHI Investimentos.

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O conselho vai de encontro ao que já vem sendo feito pelos novos investidores da bolsa. Levantamento da B3 mostra que a mediana da primeira aplicação em bolsa dos novos investidores é de 352 reais – em 2020, o primeiro investimento mediano dos investidores era de 985 reais. Ou seja, a bolsa está cada vez mais democrática e desmistifica a ideia de que para investir em ações é preciso muito dinheiro.

Os dados também mostram que o saldo mediano da pessoa física em bolsa é de 10.000 reais. Neste caso, isso mostra que o valor de entrada é pequeno, mas existe uma trajetória de construção de patrimônio.

“É interessante comprar aos poucos na bolsa para ir formando um preço médio para o ativo que está sendo adquirido. Ao fazer aportes mensais, o investidor equilibra períodos de alta e baixa do papel, evitando a volatilidade”, explica Cristiny.

Como começar com até R$ 300

Para investir em bolsa é preciso primeiramente ter uma conta em uma instituição financeira com acesso a um home broker, sistema de negociação em tempo real da B3. Nele, o investidor consegue negociar ativos como ações, BDRs, ETFs e fundos imobiliários (FIIs).

Os ativos mais procurados são as ações , que normalmente são vendidas em lotes de 100. Considerando que o valor mediano de entrada do investidor brasileiro é em torno de 300 reais, o preço da ação negociada teria que estar em 3 reais por papel para que o investidor conseguisse comprar o lote completo.

É possível, no entanto, comprar uma única ação avulsa no mercado fracionário, que tem esse nome justamente por permitir o fracionamento dos lotes de compra. Para acessar essa opção, é necessário incluir um “F” ao final do ticker da ação que o investidor pretende comprar. Pegando as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) como exemplo, um único papel poderia ser comprado no mercado fracionário por 28,45 reais – sem que o investidor fosse obrigado a adquirir um lote completo por 2.845 reais.

É importante frisar, no entanto, que existem custos envolvidos nessa operação. “Antes de investir é preciso verificar os custos de corretagem e a taxa de custódia cobrados pela corretora para que o barato não saia caro. Se o investimento for muito baixo, os custos podem ser maiores que o preço da própria ação”, afirma Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual digital.

A escolha de cada ação depende do perfil e do objetivo de cada investidor, mas Lima recomenda começar por papéis que pagam dividendos periodicamente. “Assim o investidor constrói a renda não só com a valorização da ação mas também com o lucro que ela distribui. Isso pode ser mais atrativo para quem está começando”, diz.

Para além das ações

Outro ativo que traz retorno periódico são os fundos imobiliários . Negociados em bolsa, a maioria desses ativos paga dividendos mensais, como um aluguel. Não à toa o segmento é dominado por investidores pessoa física, que percebem a semelhança do investimento com um aluguel imobiliário comum.

O preço dos fundos imobiliários também ajuda, com a maior parte das cotas sendo negociada na casa dos 100 reais. “Com 300 reais é possível comprar mais de um FII ou até diversificar as opções”, conclui Lima.

Para quem busca diversidade dentro de um mesmo produto, os fundos de índice, ou ETFs , são as melhores escolhas. Negociado em torno de 100 reais, o ETF mais negociado da B3 é o BOVA11, cuja carteira de ações usa o Ibovespa como índice de referência. Os ETFs também podem trazer diversificação de geografias e produtos. Um exemplo é o HASH11, que segue uma cesta global de criptoativos.

Os investimentos internacionais também estão acessíveis em bolsa por meio dos BDRs , certificados negociados na B3 que correspondem a ações de empresas negociadas no exterior. Os BDRs são vendidos por unidade, e os mais negociados – Tesla (TSLA34) e Mercado Livre (MELI34) – estão cotados a 116 reais e 80 reais, respectivamente.

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