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BTG prevê alta de 1,5 p.p. para Selic no próximo Copom; taxa iria a 7,75%

Banco elevou sua previsão de alta dos juros diante do aumento dos riscos fiscais do país

Banco Central: BTG acredita que Copom deve elevar Selic para 7,75% | Foto: Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)

Banco Central: BTG acredita que Copom deve elevar Selic para 7,75% | Foto: Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)

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Beatriz Quesada

Publicado em 22 de outubro de 2021 às 15h43.

Última atualização em 22 de outubro de 2021 às 15h50.

Citando uma “deterioração significativa” do cenário fiscal brasileiro, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) decidiu elevar sua previsão para a taxa básica de juro da economia. O banco agora prevê um aumento de 1,5 ponto percentual (p.p.) na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que levaria a taxa para 7,75% ao ano.

A previsão anterior era de alta de 1 ponto percentual, seguindo a sinalização do comunicado de setembro, em que o Copom reforçou que manteria o ritmo de ajuste nessa faixa. 

No entanto, a situação mudou após a decisão do governo em deixar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos. O novo programa social custaria cerca de 30 bilhões de reais extrateto. Para contornar a questão, a proposta foi alterar o índice que reajusta o regime fiscal, abrindo espaço para custear o programa.

O rompimento do teto de gastos levou à demissão de quatro secretários do Ministério da Economia. Pediram demissão o secretário Especial do Tesouro e Orçamento, e Jeferson Bittencourt, secretário do Tesouro Nacional, e seus respectivos secretários adjuntos. 

“O provável impacto dos eventos recentes sobre as expectativas de inflação deve levar o Copom a acelerar o ritmo e elevar a Selic. Vemos um aumento de 150 pontos-base na reunião de outubro na próxima semana. Mas as circunstâncias estão mudando rapidamente, e o comitê ainda pode decidir por uma mudança mais branda”, afirma o relatório. 

Para os analistas, caso o BC escolha não reagir aos recentes eventos, haveria uma grande crise de credibilidade do Comitê. “Acelerar o ritmo parece ser a atitude apropriada diante da alteração dos fundamentos, de forma a preservar a credibilidade da gestão da política monetária”, dizem.

Vale lembrar que, no início da semana, o diretor de política econômica do Banco Central, Fabio Kanczuk, afirmou que uma política monetária mais apertada será necessária caso o problema fiscal no Brasil piore.

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