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BTG aponta oportunidade em renda fixa isenta de IR: melhor momento do ano

Abertura dos prêmios de crédito oferecidos por debêntures, CRIs e CRAs atrelados ao IPCA deve durar alguns meses. Entenda

Taesa (Dado Galdieri/Bloomberg)

Marília Almeida

Publicado em 28 de dezembro de 2022 às 06h00.

Nas últimas semanas houve uma abertura dos prêmios de crédito oferecidos pelas debêntures de infraestrutura, CRIs e CRAs isentos de IRatrelados ao IPCA. Isso torna o momento propício para investir nestas aplicações financeiras. É o que aponta um relatório do BTG Pactual.

O prêmio de crédito da carteira teórica do índice IDA IPCA infraestrutura, principal benchmark do mercado para as debêntures incentivadas, aumentou aproximadamente 60 bps entre o início de agosto e o final de novembro. São os maiores prêmios pagos pelas aplicações desde o início do ano.

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Os principais motivos por trás desse movimento foram

As debêntures incentivadas correspondem a 65% dos negócios feitos no mercado secundário, e 30% do volume.

Taxas maiores não refletem risco maior

Para os analistas do BTG Pactual, o “grande desconto” observado nas últimas semanas foi técnico – e não algo associado à qualidade de crédito dos emissores.

Isso é reforçado pela abertura de 50 a 75 bps dos spreads das debêntures IPCA+ de setores tradicionalmente mais resilientes, como transmissão de energia, e pela relativa
estabilidade dos prêmios em títulos atrelados ao DI+.

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Os analistas citam como exemplos os papéis emitidos pela Taesa e pela CTEEP. Nos títulos curtos (TAES15 e CTEE15), que vencem em 2024 e 2025, os prêmios de crédito, que estavam negativos, subiram quase 100 bps desde o início do ano. Nos longos (TAEE17 e CTEE29), que vencem em 2044, a evolução foi de cerca de 70 bps: de pouco mais de 50 bps para quase 100 bps.

Portanto, essa oportunidade no segmento vale para quem está começando a colocar o pé fora da renda fixa mais conservadora, já que o ativo tem riscos mais baixos.

Janela de oportunidade levará algum tempo para fechar

Além da conjuntura macroeconômica e do cenário de juros, o fluxo de novas emissões e os desdobramentos das novas regras de marcação a mercado de pessoas físicas em janeiro são fatores que podem impactar o mercado de títulos isentos nos próximos meses.

Portanto, um cenário de reequilíbrio entre oferta e demanda (que irá diminuir os spreads) ainda pode levar alguns meses para ocorrer. Em dezembro, os prêmios ainda não fecharam, mas, por outro lado, pararam de abrir por conta da volta da inflação positiva.

Investidor deve ter visão de médio e longo prazo

Mas ainda que seja um bom momento para aplicar nesses ativos, seja pelas taxas nominais atrativas, o final da deflação técnica e os prêmios de crédito que estão sendo pagos, especialmente por papéis high grade (emitidos por bons pagadores), o investidor deve encarar uma maior volatilidade dos papéis nos próximos meses.

Isso deve acontecer especialmente a partir de janeiro, quando esses títulos passarão a ser marcados a mercado, e será possível acompanhar com mais frequência esta oscilação.

Portanto, quem aplicar dinheiro agora deve ter horizonte de investimento de médio ou longo prazo como forma de evitar essas oscilações.

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