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Saiba qual é o mínimo de dinheiro para começar a investir em ações

Levantamento da B3 aponta que os brasileiros chegam à bolsa com cada vez menos recursos. Veja a recomendação do BTG para quem quer começar

B3: dados revelam maior compreensão dos investidores que diversificam sua carteira atrás de retornos mais expressivos, ainda que em uma categoria com riscos maiores (Germano Lüders/Exame)
VD

Vanessa Daraya

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 17h05.

Última atualização em 6 de outubro de 2021 às 19h36.

Em 2020, o número de brasileiros que investem na bolsa alcançou a marca de 3 milhões. Uma das justificativas para o número de investidores dobrar no período de um ano é que os brasileiros descobriram que o mercado de ações não é só para quem tem muito dinheiro. Segundo pesquisa da B3, o valor do primeiro investimento caiu 58%, saindo de 1.916 reais, em outubro de 2018, para 660 reais em outubro de 2020.

O levantamento também mostrou que a maioria (38%) dos entrevistados decidiu investir em ações para aprender a lidar com outras modalidades e ganhar confiança. Além disso, 33% buscam ativos com maior rentabilidade, algo cada vez mais recorrente com a forte queda da taxa básica de juro da economia, a Selic, nos últimos anos.

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De maneira geral, os dados revelam uma maior compreensão das pessoas que decidem diversificar sua carteira de investimentos atrás de retornos mais expressivos, ainda que em uma categoria com riscos maiores. Mas será que começar com pouco dinheiro na bolsa vale a pena? “Quem vai iniciar os investimentos em ações precisa começar aos poucos, com um percentual que vai depender do tamanho do patrimônio e do perfil do investidor”, afirma Lucas Claro, analista de investimentos do BTG Pactual digital.

Existe um valor para começar?

É possível investir na bolsa com valores mínimos, o que explica, inclusive, a queda no valor médio do investimento inicial da B3 nos últimos anos. Normalmente, o lote-padrão vendido inclui 100 ações. Mas é possível comprar apenas uma ação, por exemplo, por meio do mercado fracionário, que costuma ter menos liquidez.

“É preciso calcular se o valor mínimo faz sentido por causa das taxas cobradas ao comprar uma ação”, explica Lucas Claro. “Por exemplo, se o investidor quiser começar com 100 reais, uma taxa de corretagem de 4,90 reais equivaleria a quase 5% do capital. Seria necessário que a rentabilidade da ação fosse maior que 5% para valer a pena, senão pode não fazer sentido”, justifica. “Mas, a partir de 400 ou 500 reais, começa a ficar mais interessante alocar esse dinheiro inicialmente e depois fazer aportes mensais.”

Quanto custa investir em ações?

A taxa mencionada por Lucas Claro é um valor fixo cobrado por corretoras e bancos de investimento em cada transação de compra e venda de ações. Por isso, ela é mais vantajosa para quem opera valores mais altos. Há também o Imposto Sobre Serviço (ISS), que incide sobre a taxa de corretagem com alíquota que varia de 2% a 5%, de acordo com a cidade.

Já a taxa de custódia é cobrada mensalmente para cobrir gastos da B3 com a corretora, que pode repassar ou não esse valor ao investidor. No BTG, por exemplo, ela é zero não só pra operações de renda variável mas também em outros ativos, como os de renda fixa, COE, fundos de investimento e Tesouro Direto.

Também é preciso considerar os emolumentos, taxas fixas cobradas pela própria B3 por transação. O custo pode variar, conforme o tipo de operação (normal ou day trade), o investidor (pessoa física ou fundos e clubes de investimento) e o valor.

Por fim, há o imposto de renda (IR), que é cobrado quando as vendas mensais ultrapassam 20.000 reais. Se o valor for inferior a esse montante, o investidor fica isento. Se for superior, o IR é de 15% sobre o ganho de capital.

Como escolher a corretora?

A ampla gama de opções no mercado pode tornar a escolha pela corretora difícil. “Muitas pessoas se preocupam com a taxa de corretagem. Mas, antes de escolher a empresa, é importante conhecer o serviço que ela presta. Algumas oferecem taxa zero, mas talvez você não tenha um bom atendimento, assessores prontos para te ajudar ou um amplo portfólio de produtos”, diz.

Lucas Claro destaca que em corretoras maiores e em bancos de investimento, é possível encontrar opções para diversificar o patrimônio com mais facilidade. Muitas vezes, eles oferecem até mesmo ativos exclusivos, como é o caso do BTG, e ainda oferecem mais segurança nas operações. “Outro pronto é a estabilidade do sistema, algo muito importante na renda variável. Em um momento de emergência, por exemplo, o investidor pode não conseguir acessar a plataforma para sacar o dinheiro e se proteger, o que pode causar prejuízos”, finaliza.

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