B3: brasileiros diversificam a carteira e investem em ações para aumentar os rendimentos (Germano Lüders/Exame)
Levantamento da B3 revelou que a quantidade de pessoas que investem na bolsa de valores cresceu mais de cinco vezes na última década. O salto foi de 583.000, em 2011, para 3,1 milhões em outubro de 2020. A queda da taxa básica de juro, que derrubou o retorno da renda fixa, foi um dos fatores que aumentaram o interesse dos brasileiros pela bolsa. Afinal, é preciso diversificar a carteira e assumir alguns riscos para aumentar os rendimentos.
Está interessado em começar a investir na bolsa? Com a orientação de Lucas Claro, analista de investimentos do BTG Pactual digital, separamos algumas dicas para quem planeja comprar suas primeiras ações em 2021.
Antes de começar a comprar ações, entenda seu perfil de investidor. Pergunte-se qual seu objetivo, seu momento de vida, quais as chances de precisar do dinheiro no curto prazo e quão disposto está a enfrentar a volatilidade da renda variável — ou seja, a assumir riscos.
Existem ferramentas que podem ajudar nesse processo, como a análise do perfil de investidor, conhecido como suitability. O BTG, por exemplo, oferece um simulador de investimentos que avalia seu perfil e sugere as melhores aplicações de acordo com essa informação.
Caso você se enquadre no perfil de investidor que aceita algum risco e, portanto, pode operar na bolsa, é o momento de escolher a melhor estratégia para negociar as ações. Ela pode variar de acordo com os ganhos desejados, que podem ser de curto ou longo prazo.
Além disso, é importante entender quanto tempo você terá para gerenciar sua carteira de ações. “Quem tem menos tempo disponível pode delegar a alguém essa função ou estruturar a carteira de acordo com relatórios de analistas”, afirma Lucas Claro.
Antes de começar a investir na bolsa é preciso escolher um intermediário, como corretoras e bancos de investimento. Avalie taxas cobradas, facilidade de negociação (pelo aplicativo, por exemplo), estabilidade da plataforma e se alguma assessoria é oferecida.
Corretoras pequenas, por exemplo, podem isentar algumas taxas. Mas podem ter menos produtos. “Instituições maiores, como bancos, são mais sólidas e têm uma ampla gama de produtos, alguns exclusivos, para quem procura diversificar”, explica Claro.
É preciso considerar que existem alguns valores cobrados na operação da bolsa. A taxa de corretagem é cobrada a cada transação de compra e venda. Por isso, é mais vantajosa para quem opera valores mais altos. Há também a taxa mensal de custódia para cobrir os gastos da B3 com as corretoras, que podem ou não repassar esse custo para o investidor.
Considere também os emolumentos, que são taxas fixas da B3 cobradas por transação e que variam conforme o tipo de operação. Há ainda o imposto de renda (IR) de 15% que incide sobre o ganho de capital quando as vendas mensais ultrapassam 20.000 reais. Caso o valor seja inferior a esse montante, há isenção do IR.
“Entenda seu perfil, conheça as regras e comece com pouco”, recomenda Claro. É possível investir na bolsa com valores mínimos. O lote-padrão costuma incluir 100 ações. Mas dá para comprar apenas uma ação no mercado fracionário. Nesse caso, é importante calcular as taxas antes de começar para entender se vale a pena.
Para quem optar por começar com pouco, Lucas Claro recomenda que o investidor faça alocações mensais para aumentar o patrimônio na medida em que ganhar confiança e entender o funcionamento da bolsa. “Ao longo do tempo, você vai se conhecer cada vez mais e entender quem é você dentro do mercado de ações: mais ou menos disposto ao risco; com pouco ou muito controle emocional diante das oscilações.”
Na hora de comprar as ações, é possível fazer por conta própria ou seguir recomendações de relatórios feitos por analistas. “Sempre gerenciamos o risco para nosso cliente, para não indicar algo em que o investidor pode ter alguma perda significativa no futuro. Fazemos o trabalho de filtragem, de entender o momento das empresas, o setor e a economia em geral”, explica.
Vale controlar a ansiedade para não checar as ações com uma frequência muito alta e se deixar levar pela emoção. “Ao ver uma variação no curto prazo, o investidor pode se desesperar e querer vender uma ação que vai se recuperar depois”, justifica. Por isso, ele recomenda que a análise seja feita no máximo duas vezes por semana.
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