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Ibovespa sobe e caminha para melhor resultado mensal desde 1999

Rali é impulsionado por eleições americanas e avanços na frente de vacinas; bolsas americanas fecham com recordes

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de novembro de 2020 às 09h12.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às 18h14.

A bolsa brasileira fecha em alta pela quarta semana consecutiva puxado pelo dia de recordes no mercado americano e pela alta do fluxo de capital estrangeiro no país. O feito deve levar o Ibovespa a registrar o melhor desempenho mensal desde dezembro de 1999. Nesta sexta-feira, 27, o índice subiu 0,32%, para 110.575 pontos.  Somente nesta semana, o Ibovespa acumulou alta de quase 4,33%; a alta mensal é de 17,76%. Vale (VALE3) puxou a alta com autorização para retomar e ampliar operações no Pará, em mais um passo para recuperar título de maior produtora mundial de minério de ferro. Acompanhe a cobertura abaixo.

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Dois dos três principais índices da bolsa americana fecharam em máximas históricas no pregão encurtado pelo feriado de Ação de Graças na véspera. O S&P 500 registrou alta hoje de 0,3% e encerrou  o dia aos 3.638 pontos, novo recorde. O Nasdaq avançou 0,9%, para 12.205 pontos, outra máxima histórica. Já o Dow Jones Industrial Average fechou em alta de 0,1%, em 29.910 pontos, pouco abaixo da marca dos 30 mil pontos conquistada na terça-feira.

No acumulado da semana, Dow Jones e S&P 500 subiram 2,2% e 2,3%, respectivamente. A Nasdaq, por sua vez, registrou um ganho semanal de quase 3%. A sessão de hoje terminou mais cedo, às 15h.

Entre os principais motivadores para a sequência de altas nas bolsas globais estão os avanços nos testes de vacinas contra o coronavírus e a vitória de Joe Biden nos Estados Unidos, que estimulou a busca por investimentos em países emergentes. "O Fed [banco central americano] também declarou essa semana que pretende comprar mais ativos, o que incentiva a tomada de risco e favorece os mercados de países como o Brasil", afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

De acordo com dados da B3, o mês de novembro já é, disparado, o que teve a maior chegada de estrangeiros para a bolsa. Somente até o último dia 24, o saldo de investidores internacionais estava positivo no mês em 29,471 bilhões de reais - desconsiderando a entrada com em ofertas públicas de ações. O segundo mês com a maior entrada de recursos estrangeiros havia sido em outubro, quando o saldo ficou positivo em 2,867 bilhões de reais - ou 90% abaixo do resultado preliminar de novembro.

Os maiores beneficiados do movimento são os papéis das blue chips. "As ações de maior evidência no Ibovespa são as que tem maior atratividade para o investidor estrangeiro. Itaú (ITUB4) e Vale (VALE3) são as principais beneficiadas", diz Paloma Brum, economista da Toro Investimentos. A Vale segue em disparada na Bolsa, caminhando para sua décima alta em onze pregões e renovando máxima histórica. Veja mais aqui.

As condições também impulsionam as moedas dos países emergentes. O dólar à vista caiu 0,19%, a 5,3261 reais, após oscilar entre 5,381 reais (+0,84%) e 5,3209 reais (-0,29%). Na semana, a cotação recuou 1,13%, engatando a segunda semana consecutiva de retração. Em novembro, o dólar cede 7,18% a caminho da maior queda mensal para o mês já registrada, mas ainda sobe 32,72% em 2020.

No radar dos investidores nesta sexta, também estão os dados do IGP-M referentes ao mês de novembro, que voltaram a superar as estimativas. No mês, a inflação medida pela FGV subiu 3,28% ante a alta esperada de 3,22%. No acumulado de 12 meses, a alta do IGP-M já é de 24,52%. "Essa sequência longa de surpresas nas últimas semanas sugere que os modelos de mercado estão com certo viés, podendo seguir subestimando a pressão nos preços de atacado. Caso o auxílio emergencial seja estendido por mais dois meses, teríamos mais um corredor de repasse dos preços do atacado para o consumidor, podendo contaminar itens cíclicos. Nesse cenário, teríamos uma antecipação do início do ciclo de aumento da política monetária", avaliam analistas da Exame Research.

Também foi divulgado nesta manhã a taxa de desemprego do mês de setembro que, segundo o IBGE, passou de 14,4% para 14,6%. O número é cerca de três pontos percentuais acima do nível em que estava antes da pandemia. Por outro lado, economistas estimam que a taxa deveria estar em torno de 20% considerando a quantidade de pessoas que estavam em busca de emprego antes da pandemia e hoje não estão mais procurando. Entre os fatores para a queda da busca por emprego estão o auxílio emergencial e a própria crise econômica, que reduziu o número de postos de trabalho. Segundo os dados do Caged divulgados ontem, o país acumula perdas de 171.139 empregos formais entre janeiro e outubro deste ano.

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