Ciência de dados: apesar da relevância e das boas condições de carreira, faltam cientistas de dados no mercado (Geralt/Pixabay/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2020 às 14h00.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 17h17.
Você abre o Google, faz uma pesquisa na internet e ela fica pronta em menos de 1 segundo; entra no Netflix e tem uma lista de filmes e séries recomendados (e você realmente se interessa por eles); o Facebook ou o Instagram te oferecem opções de “pessoas que talvez você conheça” (e quase sempre você conhece). Tudo isso parece muito automático para nós, mas na verdade é o trabalho da interpretação de milhões de dados de milhões de pessoas que torna esses processos possíveis.
Não é a toa que a ciência de dados é considerada atualmente uma das áreas mais promissoras. A função foi classificada como uma das profissões do futuro no relatório “Trabalhos do amanhã” divulgado durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, em 2019. E também foi escolhida pelo LinkedIn como uma das profissões que mais vão crescer nos próximos anos.
A ciência de dados está no topo de rankings internacionais de melhores carreiras com uma média de salários de 100.000 dólares no ano. No site glassdoor.com, ela aparece como a terceira melhor profissão dos Estados Unidos em 2020. Três critérios são considerados na elaboração do ranking: o número de vagas de emprego, o índice de satisfação no trabalho e o salário-base anual médio. Mas apesar dos rankings, oficiais, os profissionais da área dizem que esse valor é muito exagerado, mas que a remuneração é muito boa.
"Para qualquer carreira, 100.000 dólares no Brasil é muita coisa. Dentro da ciência de dados existem diversos tipos de senioridade, vai ter quem ganha os 100.000 dólares por ano mesmo no Brasil, porque é alguém com muita experiência. De qualquer forma, os salários costumam ser bons sim, porque a ciência de dados traz muitos benefícios para as empresas que investem nesses profissionais", explica Rychard Guedes, professor do curso de Introdução à Data Science e Python da EXAME Academy.
Apesar da relevância e das boas condições de carreira, faltam cientistas de dados no mercado. Mesmo sem um levantamento que mostre a demanda pelos profissionais da área, quem atua no mercado ou estuda o tema tem se surpreendido com a falta de pessoas qualificadas.
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De um forma simples, ele é responsável por pegar um monte de dados e números e transformar em uma informação estruturada. E é essa informação que as empresas e instituições de diversos setores usam para tomar melhores decisões no seu negócio.
"É uma área totalmente multidisciplinar e pode ser aplicada em literalmente qualquer tipo de trabalho. É usar matemática, estatística e programação para gerar conhecimento para alguma área. Esse gerar conhecimento significa testar hipóteses e detectar padrões”, afirma Guedes.
A ciência de dados é uma profissão que está em alta principalmente pelo avanço da internet. A internet deve ser o maior banco de dados do mundo. Pare e pense no tanto de informações registradas na rede. Por causa de toda essa evolução digital, as empresas e instituições perceberam que seria necessário lidar com um número massivo de dados.
"É possível, por exemplo, perceber quais são as características das pessoas, que as fariam cair na inadimplência. Ou por meio do comportamento histórico de uma ação, entender se ela fechará em alta ou em baixa nos próximos dias", diz Guedes.
Uma das habilidades exigidas para quem quer atuar como cientista de dados é entender algumas linguagens como: Python, Java, Scala, R, Javascript, dot.net, matlab, ladder, mathematica. São as chamadas linguagens de programação. É como se você fosse aprender inglês, espanhol ou francês, mas nesse caso são linguagens voltadas para tecnologia.